Brittany Howard, do Alabama Shakes
New York City boy, Albert Hammond, Jr
Sol fura bloqueio às 17h25 de domingo para ouvir You Ain’t Alone
Do País de Gales, The Joy Formidable, noise rock
Cold War Kids, o mundo está de novo em dois pólos
O absurdo arrastão do Die Antwoord, rave de hip hop
Nos dois dias do Lolla, o grupo que mais me impressionou foi o Die Antwoord (que significa A Resposta).
São tão esquisitos que chegam a ser bonitos, uma espécie de afirmação de algum tipo de “ugly power”, Darth Mauls de Adidas. Eles são de Cape Town, na África do Sul, cidade que vive contrastes semelhantes aos do Rio de Janeiro, morro e asfalto, favela e fausto (como no píer de turismo abonado do Victoria and Albert Waterfront). Estive lá uma vez para ver aquele que foi o último show de Miriam Makeba.
A rave de hip hop do Die Antwoord pavimenta um caminho novo para o gênero. Articula a cultura do gueto em outro diapasão, um nível de excitação e violência sonora que havia tempo eu não ouvia. Tem até algo de funk carioca naquela maçaroca.
Africânderes orgulhosos de que chamam de seu legado proletário, de uniforme laranja no começo do show, Ninja e a sinuosa Yo-Landi Vi$$er (o casal de frente do Die Antwoord) fazem o elogio da negação, da rejeição aos códigos do Capital e da linha de produção. Mostram as partes em cena, fazem stage diving de suicida, exibem até alguns símbolos de satanismo e conseguem uma resposta fanática da plateia. Levaram o público ao Inferno de Dante com suas máscaras sádicas e o arrastão sonoro de I Fink U Freaky, com o MC Ninja usando uma bandeira do Brasil como capa.
Mas é claro que eu também achei lindo o show do Alabama Shakes. Brittany tem poucos equivalentes como cantora de uma trupe hoje em dia. Já tinha escrito sobre seu primeiro show no antigo Lolla, no Jockey Club, mas esse foi ainda melhor e mais revigorante. Está mais soul, mas ela ganha o mundo mesmo é no berro. Que voz, disse o Zé. Verdade.
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