Neste domingo, às 18h, Cine Belas Artes festeja um ano de ressuscitado
Foi mais ou menos como fazer um gol quando o placar estava 7 a 0 para o visitante. Há exatamente um ano, voltava a fazer parte do cenário da cidade o Cine Belas Artes, agora rebatizado como Caixa Belas Artes. Mais de 80 cinemas de rua foram fechados em São Paulo na última década. Viraram igrejas evangélicas ou boates pornôs. O retorno de apenas um parecia uma gota d’água no oceano – mas o simbolismo do Belas Artes o torna um exemplo muito particular.
A data redonda é no domingo. Com a presença do Ministro da Cultura, Juca Ferreira (que, seja feita Justiça, foi o maior responsável pela recuperação do complexo de filmes da Consolação); do presidente da SP Cine, Alfredo Manevy; do secretário Nabil Bonduki, será celebrada a conquista com uma cerimônia para convidados, às 18h, na Sala SP Cine/Aleijadinho. Às 19h30, será exibido o filme Que Horas Ela Volta?, dirigido por Anna Muylaert e protagonizado por Regina Casé.
Mas, o mais importante, é que será instalado no ato o Conselho de Amigos do Cine Belas Artes. Ainda há uns vícios de elitização nos programas do complexo de salas de exibição, e também é preciso que ele assuma um maior protagonismo na ação cultural ali na região.
Há um ano, após uma longa agonia, uma mobilização de freqüentadores, admiradores, cinéfilos e malucos de toda ordem conseguia sensibilizar ao menos um dos agentes públicos (no caso, a Prefeitura de SP) para a necessidade de devolver o Belas Artes a São Paulo. Uma placa saudando essa mobilização será instalada na cerimônia deste domingo.
O decreto que cria o Conselho de Amigos do Cine Belas Artes saiu hoje no Diário Oficial. Eis o texto:
NABIL BONDUKI, SECRETÁRIO DE CULTURA DO MUNICIPIO DE SÃO PAULO,
CONSIDERANDO o objetivo de fortalecer a preservação do
Cine Belas Artes, como patrimônio cultural, histórico e afetivo
da Cidade de São Paulo,
RESOLVE:
I – Constituir o Conselho de Amigos do Cine Belas Artes,
com as seguintes atribuições:
a) Sugerir propostas, projetos e idéias para aprimorar a
programação;
b) Apoiar a integração do cinema aos projetos de Zepec e
de revitalização da esquina da Consolação com a Av. Paulista e
ao futuro “Corredor Cultural Consolação/Paulista”;
c) Facilitar parcerias do Cine Belas Artes com o comércio
local e equipamentos culturais do entorno;
d) Facilitar parcerias do Belas Artes com outros cinemas,
o setor privado, o setor público e o setor não governamental;
e) Apresentar recomendações sobre o funcionamento da
Sala da SPCine e da programação educativa;
f) Apoiar o acesso do Cinema a incentivos fiscais, linhas de
crédito especiais e a programas privados e públicos de preser-
vação e fomento ao cinema de rua e de galeria;
g) Atrair investimentos para o Cinema;
h) Sugerir a integração do Belas Artes ao circuito público e
alternativo de cinema de rua e galeria.
II – O Conselho de Amigos do Cine Belas Artes será com-
posto pelos seguintes membros, entre representantes do setor
cultural, organizações da sociedade civil, representantes do
poder público e personalidades culturais:
1. Secretário Municipal de Cultura de São Paulo – Nabil
Georges Bonduki
2. Diretor da SPCine – Alfredo Manevy
3. Presidente do Compresp – Nádia Somekh
4. Subprefeito da Sé – Alcides Amazonas
5. Representante do Cinema Belas Artes Ltda – André Sturm
6. Representante da Caixa Econômica Federal – Sônia
Regina da Silva
Personalidades e representantes da área cultural
7. Ana Lucia Marcondes
8. Beto Gonçalves
9. Caio Plessmann
10. Eduardo Suplicy
11. Eliane Manfré
12. Eliseu Gabriel
13. Facundo Guerra
14. Francisco Alambert
15. Francisco Ramalho
16. Hamilton Faria
17. Renata de Almeida
18. Roberto Moreira
19. Rubens Rewald
20. Simone Scifoni
21. Tata Amaral
III – O Conselho reunir-se-á, ordinariamente, a cada seis
meses, e, extraordinariamente, por convocação da maioria
de seus membros, podendo, para tanto, utilizar-se de sala do
próprio Cine Belas Artes, durante período não reservado a ses-
sões, ou em local disponibilizado pela Secretaria Municipal de
Cultura, sendo que tal participação não dá direito a nenhuma
remuneração.
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