“culpem o slide”, disse roy rogers.
tudo que ele é hoje é culpa do slide.
desde jeff beck no via funchal um guitarrista não me deixava tão chapado.
desde jack white no teatro amazonas.
sei lá, buddy guy é foda.
mas roy rogers é dinamite pura.
na praça da matriz, em paraty, 10 mil pessoas pareciam meio caídas de paraquedas no show.
lá pela terceira música, todo mundo urrando, um espetáculo de conversão coletiva.
o homem tinha passado todo mundo para o seu lado.
o show dele atrasou uns minutinhos por conta de um casamento na igreja, do outro lado da praça.
e ele insistiu: só começava quando uma banda de rua que tinha combinado com ele o lance entrasse tocando no lado oposto da plateia.
aí, acenou um lenço branco e atacou na guitarra de dois braços.
power trio fodido, música da mais alta combustão.
tocou robert johnson e john lee hooker.
tocou blues que queimaram na noite como se fossem flechas incendiárias.
putzgrilla, eu adorei o roy.
muito bom