Atención, atención. Mucha atención neste momiento. La Gang do Eletro y la Banda Eletrohits apresentan para los amigos “La Velocidad do Eletro”!
Tenho 28 anos. Meu nome é Marcos Nunes, madeireiro, nome artístico Maderito. Nasci no bairro de Cremação. Chama assim porque é onde antigamente era queimado o lixo de Belém. A pessoa é para o que nasce, Estamira! O eletromelody me deu tudo: minha esposa, minha filha, Kethary Vitória, de 1 ano e 8 meses.
A vida do Maderito com a música começou em 2000. Eu era roadie da banda Açaí Machine, a convite do meu tio Tony Brasil, que gravava Chimbinha e Joelma, a Banda Calypso, “meu amor, arrume as malas que vou viajar/ tchau, goodbye, pra você/ Nova York, Cuba, Tóquio ou qualquer lugar/ bem longe de você”, madame não gosta que ninguém sambe.
Em 2001, Tony fez a Banda Bundas, de covers de Mamonas Assassinas, e eu era backing vocal.
De 2002 a 2005 foi o tempo mais cruel da minha vida, a época do tecnobrega, quando todo mundo fechou a porta na minha cara, ninguém acreditava no meu talento. Em 2007 veio a consagração do Maderito, o Alucinado do Brasil, o cyberbrega, a batida do nosso tecnomelody com o dance europeu. Dessa época pra cá veio o eletromelody, a “Galera da Laje”.
Meu pai é motorista, minha mãe é doméstica, eles são separados. Um dia cheguei em casa, meu pai me disse: “Veio um rapaz da Galera do Lanche, é pra você entrar em contato que eles querem gravar uma música com você”. Fiz a música, legal, com meu cotidiano, de todos nós. Fui entregar pessoalmente.
Botei o CD no computador, todo mundo baixou a cabeça e começou a falar: “Tá repetido muito, ‘lanche, lanche, galera do lanche, lanche, lanche’…”. Devolvi a grana deles, eles me devolveram o disco, pronto, desuniu tudo de novo.
Ao chegar em casa, papai falou de novo: “Veio uma galera aí, um rapaz com nome de Beatles, Joe Lennon“. O cara queria falar comigo urgentemente. Era sábado à noite, queriam lançar musica nova naquele dia. Mostrei a música preproduzida, eles falaram: “Maderito!, é essa mesmo! Tira só o ‘lanche’ e põe ‘laje’ no lugar”.
Nessa época eu cobrava 30 reais por eletromelody. “Cara, vou te dar 300 reais é agora!”, disse o Joe. No domingo, a gente gravamos de manhã, como Joe & Maderito, e lançamos no Recírio de Nazaré. Dessa festa veio a tremidinha, o treme-treme.
Nessa época conheci o Waldo, que estava fazendo eletromelody ao mesmo tempo que eu. Quando rolaram na internet as primeiras musicas de Waldo Squash & Maderito, foi uma aceitação na cidade inteira, o eletromelody ficou mais potente que nunca, porque Waldo vinha tocando “Superoop, a Curtição”, e eu com a “Galera da Laje”, era pau a pau.
E estamos aí desde 2008, graças a Deus. Meu amigo americano chegou de Nova York, veio conhecer a aparelhagem do Norte. Ele é desguiado e ele está aqui. Fala aí, americano, que a moçada quer ouvir. É nós na pressão, é nós, meu irmão.