hosmany ramos

Converso com o ex-cirurgião plástico Hosmany Ramos. Fugitivo da Justiça, foi preso na Islândia e o governo brasileiro pediu sua extradição.
Desde que falamos no presídio de Avaré, anos atrás, de vez em quando ele me contata. Ligo para a prisão, ele me conta as novidades
:

“Terminei meu novo romance Bank Robbers (Ladrões de Bancos), escrito aqui em 100 dias, trabalhando 10 horas diárias. A biblioteca só tem livros em inglês. Li vários, como Helen of Troy, The book of Dave (Will Self), e muitos outros que tenho na memória do meu laptop.
A Islândia é a mais antiga democracia do mundo, e tem um parlamento fundado em 930 a.C. Não existe corrupção. Escolas e Saúde são as melhores do mundo e o nível de vida é numero um do planeta.
É uma ilha encantada, fundada por piratas vikings, e a língua é o norueguês de 1.000 anos atrás – super difícil de aprender. Aqui não é a Finlândia, é Islândia, a ilha encantada das mulheres. Big loiras. O povo é muito amigo, e meu caso – assim como Bobby Fisher – tem atraído a atenção da mídia local.
Vá ao Google e clica Hosmany Ramos/Islândia, e confirme.
Ganhei 10 mil coroas, muito chocolate, uma árvore de Natal e roupa de inverno de presente de natal. Recebi várias propostas de casamento, e estou estudando. Aqui é fácil casar. Basta subir ao andar superior da prisão, onde existe preservada a primeira Suprema Corte da Islândia, de mais de 800 anos… O grande lance daqui é a energia do oxigênio puro. Enfim, um pais ideal para um escritor viver..
Além da Björk, a Islândia tem um nobel de Literatura, Haldor Laxness, e um poeta-guerreiro à moda de Camões, Snoori Sturlusson, que é um herói nacional e escreveu vários livros.

Apelei da extradição para a Suprema Corte. Vai demorar. Além disso, os advogados vão acionar a Ministra por improbidade, exigindo idenização. É país sério. Aqui está zero de neve, e tivemos um Natal exepcional com missa luterana, muitos presentes e 13º salário. Aqui não existe trabalho escravo prisional como no Brasil.”

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

1 COMENTÁRIO

  1. Jotabê, assim como faço com o blog do pinduca, com o do bortolotto , do juca kfouri, do teu colega Zanin e do bruno bandido, venho aqui todos os dias. espero poder continuar essa tour em 2010. Que este ano que daqui a pouco vai arrombar a porta consigamos ser mais felizes, mais sábios e mais legais. Que continues o teu trabalho e sobretudo este blog. E que o meu xavante, daqui de Pelotas, volte para a primeira divisão. Sem acidentes. abraço, colega
    Roberto

    PS: música da hora: Roendo as unhas, Paulinho da Viola (ao vivo, na versão do disco O banquete dos mendigos)

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