Mais um experimento de (cri)crítica musical em pílulas via Twitter: “Sem Nostalgia” (YB Music, 2009), o novo disco independente do independente Lucas Santtana.

Nesse meio tempo, o experimento anterior, com “Não Vou pro Céu, mas Já Não Vivo no Chão”, de João Bosco, causou o seguinte elogio do leitor Ivan:

“Confesso que já fazia um bom tempo que não ouvia JB. Acho que desde o Malabaristas do Sinal Vermelho, que considero muito bom também. Mas nada como um novo – e ótimo – disco para trazer um grande artista à tona novamente.

Em tempo, curti a crítica via twitter. Acho que isso pode evoluir ao ponto de você marcar com seus leitores audições simultâneas com comentários instantâneos.

Sei lá. Apenas uma idéia.

Um abraço,
ivan”

Sei lá digo eu, achei sensacional a sugestão do Ivan. Será?!

Mas, ops, voltemos ao Lucas Santtana, ao “Sem Nostalgia”:

@pdralex #cricritwitter “Sem Nostalgia”, de Lucas Santtana (@DIGINOIS).

@pdralex #cricritwitter “Sem Nostalgia” começa com o violão de “Noite de Temporal”, de Dorival Caymmi, na versão de 1959 (se não me engano).

@pdralex #cricritwitter A 1a. faixa se chama “Super Violão Mashup”, e se é mashup deve ser “Noite de Temporal” misturada com outra música, certo?

@pdralex #cricritwitter Se for, a segunda integrante da mistura eu não reconheço – alguém (re)conhece?

@pdralex #cricritwitter É fantástico, esse “Super Violão Mashup” do @DIGINOIS.

@pdralex #cricritwitter Eu adorei o “Sem Nostalgia”.

@pdralex #cricritwitter Por sinal, “Sem Nostalgia” é o típico disco que cricríticos de música (pelo menos os paulistas) adoram.

@pdralex #cricritwitter A faixa 2, “Who Can Say Which Way”, segue no mesmo pique, brilhante e vibrante.

@pdralex #cricritwitter É tão simples decifrar as lógicas que regem as diferenças público/cricríticos na apreciação de música, não?

@pdralex #cricritwitter # Basicamente, o público acha bom o que vende, mesmo que não seja bom.

@pdralex #cricritwitter E os cricríticos (pelo menos os paulistas) acham ruim o que vende, mesmo que não seja ruim.

@pdralex #cricritwitter (A faixa 3 é triste, soturna, numa linha bem inglesa, ou norte-americana, não sei bem. Bonita.)

@pdralex #cricritwitter E eles (os cricríticos) tendem a achar bom o que não vende, mesmo que não seja bom.

@pdralex #cricritwitter Por exemplo, um cara como eu, cricrítico apaulistado, jamais poderia dizer, num jornal, que ama o Fábio Jr.

@pdralex #cricritwitter Eu amo o Fábio Jr.

@pdralex #cricritwitter Mas, espera, o @DIGINOIS. A faixa 4, “Cira, Regina e Nana”, também é espetacular.

@pdralex #cricritwitter Parece um pouco a 3, meio inglesa ou estadunidense, mas é em português. E bem brasileira, bem Brasil, Ben Brasil, Jorge Ben.

@pdralex #cricritwitter Quer dizer, some o Dorival mashup da 1 com o inglês “moderno” de 2 e 3, e encontre o Ben Dorival Lou Reed de 4.

@pdralex #cricritwitter Mas “Sem Nostalgia” é um disco para o grande público?

@pdralex #cricritwitter Não parece ser, embora Lucas seja filho de Roberto Sant’Ana, produtor de vários próceres MPB,…

@pdralex #cricritwitter …, do grupo baiano “heróico” (Caetano, Gil etc.) a Jair Rodrigues e Alcione.

@pdralex #cricritwitter E embora Lucas tenha raiz tão baiana quanto, er, Ivete Sangalo e outros odiados por cricríticos que não podem amar Fábio Jr.

@pdralex #cricritwitter “Recado pro Pio Lobato” conversa com o Pará, talvez o lugar musical mais moderno-sem-aspas do Brasil (você conhece Pinduca?).

@pdralex #cricritwitter “Hold Me in” vai na linha deprimida-deprimente-depressora, o tipo que fãs de Daniela Mercury odiariam se conhecessem.

@pdralex #cricritwitter Também não me liguei muito, não, nas três primeiras audições.

@pdralex #cricritwitter Ops. Uma pausa pra um trabalho FORA do computador.

@pdralex #cricritwitter “Amor em Jacumã”, samba-rock baiano batuta. Sons de grilos, parece.

@pdralex #cricritwitter Me lembro de “Os Grilos” (67), de Marcos Valle. Ou “Grilos” (72), de Erasmo Carlos. Ou “Grilo na Cuca” (79), de Dudu França.

@pdralex #cricritwitter Só fazem músicas ótimas com grilos?

@pdralex #cricritwitter “I Can’t Live Far from My Music” é em inglês, mas não sei se parece mais nova-iorquina ou baiana. Ou carioca.

@pdralex #cricritwitter Ou se está mais pra Fábio Jr. ou pra Tiê. Lucas Santtana é um híbrido, uma coisa assim Marina Silva…

@pdralex #cricritwitter “Cá pra Nós” segue o modo menor, em português, bem lá longe faz pensar em samba. Híbrido de Nick Cave e Dolores Duran.

@pdralex #cricritwitter “O Violão de Mario Bros”, rápida, precisa e concisa.

@pdralex #cricritwitter “Ripple of the Water”, uma atmosfera muito Caetano em Londres.

@pdralex #cricritwitter (Caetano é popular ou impopular? Os cricríticos amam ou odeiam CV? O grande público sabe que CV existe, ou não está nem aí?).

@pdralex #cricritwitter Mais grilos em “Natureza #1 em Mi Maior”!

@pdralex #cricritwitter Acabou. Fica a questão sobre se “Sem Nostalgia” pode (e quer) realmente se comunicar com a massa.

@pdralex #cricritwitter Se bem que essa pode ser uma falsa questão: em tempos de Twitter etc., faz tanta diferença quantas cópias vai vender?

@pdralex #cricritwitter E, claro, a questão dos maniqueísmos público-cricrítica, vende/não-vende, se-comunica/se-trumbica, clichês pra lá e pra cá…

@pdralex #cricritwitter (O show do Tom Zé ontem também foi em modo menor. Mas de chorar. Lucas também é parente do Tom Zé.)

@pdralex #cricritwitter Clichês pra lá e pra cá? Acho melhor eu ir ouvir o novo da Ana Carolina…

@pdralex #cricritwitter Ana Carolina tem Twitter?

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