o príncipe, o sapo e a(s) esposa(s)

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ontem, no g1, vi uma imagem linda, extraordinária em todos os sentidos: um flagrante desavergonhado do abraço entre fhc e lula no velório de “dona” ruth. cada um dos dois parecia ser amparado pelo outro, mais do que amparar o outro. e parece que só na morte esses abraços acontecem em frente do público, para lá do mito dos partidos “inimigos” que parece tão conveniente que continue implantado nos nossos chips cerebrais. no velório, só dava serra cochichando com marta, lula confabulando com serra etc. e tal.

hoje, procuro nos jornais a imagem, para matar saudades (e já sabendo que deve demorar um tempão pra uma pequena poesia visual daquelas se repetir). e constato que ou a imagem está escondida lá dentro, sem destaque algum (“o globo”), ou ela simplesmente não existe (“folha”). nesse segundo caso, simplesmente censuraram o afeto entre o presidente e o ex-presidente, entre o marido da “dona” ruth e o marido da “dona” marisa. como se esse afeto não existisse. ou como se fosse ofensiva qualquer demonstração de afeto entre eles no espaço, er, “sagrado” da “notícia”.

procuro a imagem de lula e fhc agarradinhos nos sites, uol, globo, estado, terra, ig, para quem sabe copiá-la aqui, mas… o abraço não está em lugar nenhum! nem no g1, onde o vi ontem, já não consigo achá-lo mais na enxurrada de novas e velhas fotos. alguém viu um abraço por aí?, alguém pode me entregá-lo, se encontrá-lo?

fico a me perguntar com meus botões: será que eles próprios, fhc e lula, desejam abafar o amasso dado, impensado, acidentado? será que, a não ser no lapso da morte presente no recinto, eles dois preferem nunca transparecer que se gostam, o príncipe e o sapo?

(o príncipe e o sapo… o príncipe É o sapo?)

(e as esposas, as consortes, quem são?, onde estão? lembro-me dos extras do documentário “entreatos”, marisa feliz mostrando a lula o que encontrou, a sua – dela – primeira carteira de trabalho, e lula respondendo, cortante: “sabe o que eu preciso, marisa? encontrar a minha carteira de trabalho”…)

mas, de volta aos “noticiosos”, a omissão de detalhes não pára por aí. vai lá ver o editorial da “folha” em louvor a “dona ruth”, por exemplo. diz assim:

“(…) foi marcante seu papel durante o governo FHC. A criação da Comunidade Solidária -base dos programas de inclusão social em vigor atualmente- foi um dos feitos administrativos mais fecundos daquele período”.

alguma mínima palavra de louvor, ou mesmo uma menção que fosse, ao fato de ela ter sido importantíssima para o crescimento do movimento feminino no brasil? nenhuma palavra, nenhuma sílaba, como de resto acontecia quando ela estava viva. “homenageiam” a “dama” usurpando dela a identidade feminista. simples assim, nítido assim.

post scriptum às 17h20 de 26 de junho: pelo blog do luis nassif, encontrei um link para a tal imagem (uma delas), de algum site fora do circuito globofolhabrilestado. aqui está ela, enfim:

p.s. do p.s., às 18h17: e aí vai outra imagem, do jorge araújo/folha imagem. fiquei olhando e observando que ali, no conglomerado vip tucanopetista no entorno do caixão, há apenas duas pessoas cuja tonalidade da pele tende ao negro. uma é marina silva, que outro dia mesmo pediu demissão do cargo de ministra do meio ambiente. a outra é dalina (e sobrenome, ela não tem?), camareira do palácio do alvorada. ambas vieram de carona no avião do sapo (barbudo):

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