Muito já foi falado do preconceito que o funk sofre por ser uma música criada e reproduzida nas favelas e periferias do Brasil. Jogue a primeira pedra quem não… Mas esse texto não é sobre o funk. Existe um gênero musical que sofre tanto preconceito e também é amplamente difundido nas periferias brasileiras. É a música gospel.

Há muito anos, a canção gospel já faz parte do imaginário brasileiro e hoje em dia é escutada tanto por evangélicos como por não evangélicos.

O gospel ainda tem extrema dificuldade de ser reconhecido como cultura, já que são pouquíssimos equipamentos e eventos públicos que programam grupos de música ou teatro gospel.

Esse olhar atravessado, marginalizado e preconceituoso tem feito com que artistas talentosos fiquem confinados em igrejas ou eventos religiosos. Como se eles não existissem. Mas eles existem, e para ganhar alguma visibilidade abandonam a música religiosa para navegar por outros ritmos. Keila Gentil, vocalista do grupo paraense Gang do Eletro, é uma delas. E tem ainda DJ Perera, o maior hitmaker de funk atual, e MC Livinho, um dos mais requisitados na atualidade para bailes de São Paulo.

Cito aqui três iniciativas dentro da cultura gospel que têm mostrado força e inovação, mostrando que cada vez mais os artistas do gênero irão ganhar, silenciosa e persistentemente, espaço na cultura brasileira.

Porta Estreita: Canal de vídeos de humor do YouTube que faz rir com situações cotidianas e personagens do meio evangélico

Louva na Lage: Projeto liderado por Thiago Lima em cima de uma laje no bairro de Cidade Tiradentes, conquistou a internet com o vídeo que mostra o virtuosismo dos músicos do projeto

Artistas do Pela Fé, que participam do Projeto Louva na Laje - Foto Facebook
Artistas do Pela Fé, em cima de uma laje – Foto Facebook

Ton Carfi: Efeitos especiais, zumbis carros incendiados, todos esses elementos fazem parte do clipe que o artista acaba de lançar. Dirigido pelo estrelado diretor Toddy Ivon (Racionais Mc, MV Bill, Pulse 011, entre outros), o clipe vai deixar muito artista pop secular com inveja pela qualidade. A produção musical não fica atrás e os vocais de Carfi já são reconhecidos há tempos no meio musical.

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3 COMENTÁRIOS

  1. O Funk e uma imitação dos norte-americanos, chatissimo.
    Musica e dança de pobre financeiro.
    Gospel, musica evangelica com lindas palavras para que os Pastotres Evangelicos fiquem milionarios financeiros enganando os fieis , os otarios .
    Escrever e ou falar lindas palavras , são faceis .
    Dificil e a realidade , praticar boas ações e fazer as pessoas ficarem felizes.
    Os Pastores Evangelicos estão preoucupados com a SALVAÇÃO … das suas Conta Bancarias.
    A Salvação da Alma dos seus fieis e enganação.
    ALELUIA.

  2. Que lindo esse comentário do Ito Cavalcanti.
    Uma perfeita mistura de ignorância e preconceito.
    O post acaba de citar 3 ótimos exemplos dessa cultura tão diversa e cheia e técnica musical que é o gospel brasileiro, mas parece que o ser humano citado não consegue ir além do próprios conceitos pejorativos imutáveis que criou para nos rotular.
    Mas tudo bem. Já estamos acostumados. Vou orar pra Deus colocar um cérebro nessa sua cabecinha 🙂

  3. O comentário acima apenas externa o preconceito, então não vou me alongar sobre ele. Sobre a música gospel, digo que seu problema é não ser exatamente bum gênero, mas uma colagem, um pastiche, pelo menos a brasileira. Explico. Nos EEUU, de onde ela vem, ela é constituída de, basicamente, “música religiosa”, “de igreja”, porque sua mensagem geralmente é bíblica e a estrutura musical é composta de hinos cristãos. Você ouve e ja sabe o que é. Aqui não. Qualquer gênero musical que tenha letras suposta ou minimamente religiosa/evangélica/protestante, seja MPB, samba, Rock ou funk, é rotulada como “gospel”. Então não se pode afirmar categoricamente que haja “música gospel brasileira”. O que existe é música com letras religiosas.

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