EXCLUSIVO: Carta dos servidores do MinC

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Em Assembleia realizada no dia 12/04/2012, na Esplanada dos Ministérios, Bloco B, os servidores do Ministério da Cultura deliberaram pelo encaminhamento de carta aberta à sociedade e demais segmentos do governo, conforme teor abaixo:

Carta Aberta

Reconhecendo a importância que o papel da cultura tem alcançado com as políticas do Governo Federal, implantadas nas últimas gestões, refletidas no aumento de verbas e na integração com outros segmentos do Governo; e atento às manifestações advindas de importantes segmentos da sociedade civil brasileira, representados por artistas e intelectuais, os servidores do Ministério da Cultura consideram graves os caminhos ora trilhados pelo MinC com visível reflexos na qualidade da Gestão interna e na plenitude administrativo-funcional do órgão.

Neste sentido, apresentamos os seguintes fatos:

Pouco comprometimento com os processos de valorização e aprimoramento dos servidores e sua carreira;

Ocupação de cargos de direção por indicações eminentemente políticas, em detrimento da qualificação técnica e acúmulo de experiência, com descumprimento do percentual mínimo de ocupação de cargos por servidores ativos;

Disputas políticas autofágicas que geram atraso no processo de reestruturação do Sistema MinC, e refletem diretamente na execução de ações do setor cultural;

• Não consideração dos mecanismos de gestão participativa existentes e interrupção do diálogo com a sociedade civil;

Imobilismo no encaminhamento das propostas Políticas de Estado, fundamentais à consolidação da transformação da política cultural no país (PL do PROCULTURA, PL do Vale Cultura, PEC do Sistema Nacional de Cultura, estruturação do SNIIC, Lei de Direitos Autorais, etc);

Extinção de políticas e programas de importância estratégica para a garantia dos direitos culturais de parcela da população brasileira, como o Mais Cultura e Pontos de Cultura, sem novo direcionamento para os mesmos;

Redução de Verbas para a pasta da Cultura em consequência do retrocesso político e das deficiências dos atuais processos de gestão administrativa, no âmbito do Ministério da Cultura;

Por fim, pugnamos contra a estagnação e os desmandos político-administrativos, indicando a necessidade de imediata recondução da Pasta à plenitude da sua missão institucional.

PS DE FAROFAFÁ: o texto chegou até nós e decidimos publicá-lo por revelar mais dos bastidores da política cultural brasileira. Os grifos do texto foram feitos por este site, e, como se vê, demonstram insatisfação generalizada dos funcionários do Ministério da Cultura para com a ministra Ana de Hollanda. O que se lê é, claramente, que os servidores vêem aparelhamento político do ministério, tal como insistentemente estamos falando desde que publicamos Ana de Hollanda no País do Ecad. Em vez de contrapor argumentos, vir a público debater seu posicionamento, a irmã de Chico Buarque prefere ancelmizar, noblatizar, migueldorosarizar, guarabyrizar, tiberiogasparizar (os referidos entenderão o recado!) a pasta que comanda.

https://farofafa.com.br/wp-content/uploads/2012/04/Carta-Aberta1.pdf

 

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17 COMENTÁRIOS

    • Ana Luiza, é muito sintomático que funcionários públicos tenham se reunido em assembleia (isso ninguém vai negar) e elaborado uma carta não de reivindicação de salários, mas de total discordância com a atual gestora da pasta. Isso é raro, porque na Esplanada dos Ministérios, servidores preferem ficar distantes das disputas, digamos, mais ideológicas. O problema é que eles estão percebendo na pele que seu trabalho atual está pautado pelo retrocesso, e resolveram falar. A carta aberta já deveria ter sido publicada, em um site dos servidores públicos do Distrito Federal, mas por motivos nada transparentes ela está sendo engavetada. Pressão? Caça às bruxas? Medo? O fato é que o aparelhamento político de que estamos falando há semanas está corroendo as estruturas de um ministério que deveria ser a vanguarda de qualquer governo, não é mesmo? Porém, já vemos luz no fim do túnel: os próprios funcionários que reunidos em assembleia elaboraram a carta e confiavam que ela seria publicada, mas não foi até o momento, nos fizeram chegar uma cópia dela. A tempo de os digníssimos senadores inquirirem a ministra não só sobre o Ecad, mas também sobre a ineficiência da gestão de Ana de Hollanda (que Cacá Diegues não me ouça!!!)

  1. • Ocupação de cargos de direção por indicações eminentemente políticas, em detrimento da qualificação técnica e acúmulo de experiência, com descumprimento do percentual mínimo de ocupação de cargos por servidores ativos;

    Isso parece pouco pior que as outras coisas, mas não é!

  2. Isso é bem ridículo. Que funcionários são esses? Eles são bons? Não seriam 5 ou 6 insatisfeitos porque a Ana de Hollanda está obrigando-lhes a trabalhar? Algumas acusações são bem levianas, o que causa estranhamento em todo o texto. Ocupação por indicação política? Ué, a acusação não era exatamente o contrário, de que Ana de Hollanda não era política, etc? Disputa autofágica? Que negócio é esse?
    A coisa toda é um delírio. Os funcionários do Minc, em vez de ajudarem o Minc a superar esses problemas todos, que devem existir há séculos, fazem cartinha aberta para sociedade. A crítica à extinção de “políticas e programas de importância estratégia” dá informações falsas. Esses programas não foram extintos. Muito estranho esse texto. Está parecendo mais um golpe baixo da turma que quer porque quer derrubar a Ana. Virou obsessão, já nem se sabe mais porque.

    • Sr. Antonio, obrigado pelos comentários. É uma posição, embora discordemos dela, afinal decidimos publicar a carta, certo? Desculpe-me perguntar, mas o sr. trabalha com cultura? Na internet, o seu nome não aparece com nada ligado à cultura…

  3. O Sr.º Antonio Vallejo, acorde e deixe de ser atordoado!
    O que tem de vergonhoso na carta aberta???
    Os servidores resolveram se posicionar, e não é intenção de derrubar a Ministra não, aliás, – (ela nunca esteve em pé), – pois é reconhecidamente a Ministra mais fraca que tem no governo e a pior que o MinC já teve até hoje.
    O Sr.º Antonio Valleja, acorde!!!
    A decisão de fazer a carta aberta foi em assembleia, não sei quantos servidores estavam presente, o que importa é que foi decidido em assembleia, com certeza houve convocação para todos estarem presente na mesma.
    A sociedade que acompanha a cultura nesse país sabe muito bem os rumos para o qual o MinC tem sido empurrado (de ladeira a baixo).
    Apoio os servidores do MinC, pois eles são conhecedores, mais do que qualquer um de nós, das mazelas e dos desmandos que está ocorrendo na Cultura do Brasil.
    Parabéns aos servidores por terem a coragem de se posicionar, foi uma atitude nobre e de CORAGEM de cada um de vocês, PARABÉNS!!!

  4. Isto é uma coisa gravíssima! É o pertence que faltava para tirar a Dona Ana da pasta. Não precisa nem colocar pimenta. Se há fotos desta assembléia e uma ata, basta juntar com a declaração de VALÉRIA VIANA LAMBREA que foi atropelada pelo MinC depois de ter sido contratada para um cargo na SCDC do MinC !!!

  5. É fato raro quando funcionários públicos de Brasília reclamam da má gestão de um ministro, o que aconteceu no MinC. Em geral, a queixa é sempre salários, salários e salários. Cópia das cartas foram protocoladas para Ana de Hollanda, Gleisi Hoffmann (Casa Civil), Jorge Hage (CGU), Roberto Gurgel (Procuradoria Geral), Marco Maia e José Sarney (Congresso)

  6. A última informação que tive é que o TCU, ou algum órgão destes de “autoridade máxima”, colocou como regra obrigatória o compartilhamento de informações no site do Ministério da Cultura.
    Não divulgar a Carta é sintoma de totalitarismo, uma afronta à democracia!!!

  7. Elen, a atual gestão do MinC adota uma postura bastante seletiva para decidir o que publica e o que omite em seu portal. Coincidentemente, cartas abertas (portanto, públicas) de funcionários insatisfeitos com os dirigentes não são publicados – o que seria um excelente exercício de auto-crítica. Ao contrário, a própria publicação desta carta foi um périplo, porque soubemos que recados foram dados para ela não vir a público – FAROFAFÁ fez questão de comprar essa briga, a despeito da crítica feroz de alguns. O site do MinC também não nos dá guarida, nem uma única vez sequer, mas abre um belo espaço para os barra-botas que defendem a atual ministra. Mas, tudo bem, eles são muitos, mas não sabem voar.

  8. Bem procurem no google meu nome,nas fichas do SNI e no SERASA…logo verão que trabalho na cultura em suas diversas nuances…na estética,na política e na economia…Não recebo as verbas combinadas com meu estado de MS e sá não estou falido porque tenho um salário.
    Não é legal associar um nome de substituto como o do Célio Turino que desde da entrada da ANA DE HOLANDA pleiteia o cargo.Estou mentindo?A única coisa que sei é que aqui em meu estado um dos pontões de cultura foi recebido com a benesse de não sei qual serviço audiovisual mas não faz o trabalho prometido e aluga equipamentos e reequipa uma TVComunitária que não tem um conselho comunitário eleito e mesmo constituído.Logo aqui tem um cabo elitoral fixo.E essse pontão foi dado,entendam bem,dado pelo referido funcionário público.Isso pode?Dinheiro público mal aplicado.Venha checar…com isso quero dizer que ninguem é santo…não defendo a clausura da ministra e suas aparições na midia…mas vejo uma grande conspiração contra ela e sua imobilidade…sei que ninguem que compactua com armações ilimitadas e participam dela não vão usar da legitima capacidade de julgar e entender um processo.Porque vcs não posta o partido desses postulantes ao cargo?Porque não realizar um seminário on line sobre isso?Seria mais honesto,não?
    Não estou defendendo a imobilidade do MINC mas uma solução para a sociedade.Essa não estou vendo…onde estarão os homens de boa vontade?democracia é uma atividade prática de dificil execução pois existem arautos do seu mal uso…vamos tentar para com essa corrupção de mentes e tentar entender esse processo?
    candido alberto da fonseca
    presidente da ACVMS-Associação de Cinema e Video de MS.

    • Prezado Cândido, excelente ponto de vista. É hora de fazer, não só mobilizar contra. O que poderia ser feito, em vez de ficarmos só nesse embate? Queria apenas acrescentar que é legítimo, e raro, que servidores venham a público questionar uma gestão na Esplanada dos Ministérios. Questionam o engessamento da gestão. E isso, por que não, representar um congelamento das atividades, que se não eram perfeitas no passado, agora se tornam quase impossíveis de acontecer.

  9. Verdade Nunomora,temos que fazer alguma coisa…pedi a um senador de MS uma audiencia em nome da minha associação com a ministra Gleise Hoffman e com a ministra Ana de Holanda.Isso faz aniversário…tres meses.Nunca estive na cultura para me locupletar.Trabaho em uma universidade federal,tive cargos na extensão e fizemos cultura como processo é política pública ainda nos tempos da ditadura…a democracia veio mas os agentes da ditadura permancem enchendo meu saco,fui diretor executivo da Fundação Executiva do Estado,durei tres meses por me recusar a trabalhar com igrejinhas criativas pois o Estado é pra todos(com alguma competencia é claro) mas temos que profissiionalizar nossas atividades no interior desse Brasil.E não deixar que os políticos transformem a atividade cultural em um banco de assistencia social…temos um processo a defender.A assistencia socia que de bolsas cultura aos padres,pastores,politicos”abnegados”,burguesia influente e nos deixe trabalharar na formação de um mercado que existe na aparencia de um país apequenado pelos estados economicamente maiores.Porque não fazer disso uma pauta e apresentar a essa ministra…por isso estamos pedindo essa audiencia…agora vestir bandeiras de candidatos ao setor é um pouco demais pra mim.Não adianta nada…os pontões pra mim singnificam inclusão sim mas dos necessitados de assistencia social pois vejam os resultados e verão que o caldo é pouco…necessário mas em outra esfera de ministérios.
    Não existiu um ministro até agora(Respeito e defendo JUCA GIL)que olhasse pra isso com a seriedade necessária.O GOVERNO BRASILEIRO deve tomar medidas para a criação do Mercado das artes e da cultura principalmente no audiovisual que se ve constantemente invadido pelos interesses hegemônicos dos nossos antigos militantes e atuais proprietarios do monopólio de consciencia e expressão nesse país.E isso não é dificil assim com um tralhalho de conscientização e leis próprias que nos protejam.
    Vamos fazer isso…pois pra mim trocar a mosca não significa nada pois a merda vai continuar a mesma.
    candido
    E aqui sim, isso é aparelhado e compatctua com a ignorância.Incluindo a arte e os artistas.A ignorancia é o pior dos veneno civicos e viemos nela. VC sabe que as coisas não tem apenas um lado.E cultura sem comunicação não se faz nesse país tão grande e os veículos nacionais não fazem uma pauta nacional e nem procuram entender isso.

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