Corpos que falam no 12º Festival Contemporâneo de São Paulo

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A bailarina e coreógrafa Ligia Lewis - Foto Julieta Cervantes
A bailarina e coreógrafa Ligia Lewis - Foto Julieta Cervantes

A norte-americana Ligia Lewis desenvolve um trabalho que flerta com as artes melodramáticas. Inspira-se no romantismo, mas não no sentido pueril ou ingênuo. Ela não quer produzir uma obra que reflita uma questão psicológica ou um problema interno. Está em busca do resgate de questões maiores, incluindo a sua ancestralidade africana. Dançarina e coreógrafa de dança contemporânea, Ligia funde teatro e dança para criar a sua minor matter (“matéria menor”, em tradução livre). O espetáculo Red é a segunda parte da trilogia Blue, Red, White, e desta vez a cor vermelha resgata os temas da raiva e do amor.

Panaibra Gabriel Canda é moçambicano, e, como os brasileiros que foram colonizados pelos portugueses, busca compreender o que essas marcas deixaram em sua alma. Nascido em Maputo, um dos mais influentes dançarinos da África apresenta, na performance Tempo e Espaço: os Solos da Marrabenta (em referência à música urbana típica de Moçambique) o que seria um corpo africano “puro”, distanciando-se da dança conceitual europeia.

Ligia e Canda são duas das atrações da 12º Festival Contemporâneo de São Paulo, que acontece nos Sesc Avenida Paulista, Itaú Cultural e Centro Cultural. De 5 a 10 de novembro, a capital paulista recebe os premiados dançarinos e coreógrafos e também a European Dancehouse Network, uma rede de teatros no velho continente que promovem a dança contemporânea. Desta vez, virão artistas da Irlanda, França, Finlândia, República Tcheca e de Portugal. Além dos espetáculos, os artistas também participam de conversas e sessões de pitch com programadores.

12º Festival Contemporâneo de São Paulo. Nos Sesc Avenida Paulista, Itaú Cultural e Centro Cultural de São Paulo, de 5 a 10 de novembro
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