Filme sobre miliciano próximo aos Bolsonaro tem orçamento de 35 milhões

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O miliciano Adriano da Nóbrega, morto por policiais em ação na Bahia em 2020

O filme Capitão Adriano, da Paranoid Filmes, de São Paulo, que contará a história do miliciano Adriano da Nobrega, ligado à família Bolsonaro e morto em 2020 pela polícia da Bahia, tem um orçamento estimado em 35 milhões de reais e teve 12 milhões liberados essa semana pela Agência Nacional de Cinema, a Ancine (via Fundo Setorial do Audiovisual), além de autorização para captar outros 7 milhões via Lei do Audiovisual.

O filme deverá ser dirigido pelo premiado cineasta pernambucano Heitor Dhalia (Nina, Serra Pelada, Tungstênio, DNA do Crime e O Jogo Que Mudou a História) e contará a história de um personagem-chave da história contemporânea brasileira e da emergência da extrema direita no País. O ex-capitão Adriano da Nóbrega teve seu nome ligado ao assassinato da vereadora Marielle Franco e a alguns bicheiros do Rio de Janeiro. Antes de se tornar um exterminador de aluguel de uma milícia de Rio das Pedras, no Rio, ele foi aluno número 1 do Bope, segundo relato de Rodrigo Pimentel, instrutor de Adriano na Academia da Polícia e autor do livro Elite da Tropa (fonte para o filme Tropa de Elite).

Adriano da Nóbrega foi condecorado pelo hoje senador Flávio Bolsonaro quando já cumpria pena no Rio com a Medalha Tiradentes. E o então presidente Jair Bolsonaro (inelegível até 2030) afirmou, após a morte do milicano, que ele era “herói da Polícia Militar”. Morto com tiros à queima-roupa, a suspeita é que a morte do ex-capitão tenha sido “queima de arquivo” encomendada por grupos milicanos do Rio de Janeiro, que temiam que ele desse com a língua nos dentes quando interrogado pela Justiça, ou fizesse um acordo de delação premiada. O ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), fizeram, ao menos, duas visitas ao ex-capitão do Bope Adriano Nóbrega entre 2004 e 2005. Nóbrega foi apontado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio), em 2019, como líder de um grupo de matadores de aluguel chamado de Escritório do Crime. Outro filho do ex-presidente Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro, esteve na Bahia no dia da operação que eliminou o ex-capitão Adriano.

A produção do filme ainda não divulgou nomes para compor o elenco da produção nem datas sobre o início das filmagens.

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