Um estudo inédito divulgado na tarde desta segunda-feira, 10, pelo Observatório Itaú Cultural, mostrou que o setor da cultura e das indústrias criativas emprega 7,4 milhões de trabalhadores no Brasil, 7% de todos os trabalhadores da economia brasileira. O setor (da cultura e das indústrias criativas) respondeu por 3,11% das riquezas do País em 2020, em plena pandemia, ano em que movimentou 239,1 bilhões de reais (dos 7 trilhões de reais movimentados por toda a economia), envolvendo 130 mil empresas. De 2012 a 2020, o PIB da economia criativa cresceu 78%, enquanto a economia total do país avançou 55%. A participação do PIB do setor era de 2,72%, em 2012, e saltou para 3,11%, em 2020.
As exportações líquidas de bens criativos somaram 61 bilhões de reais em 2020, 2,4% do total de exportações do País. Na comparação com outros países, o Brasil superou a União Européia, o Canadá, a Rússia, a África do Sul, o México, perdendo apenas para os Estados Unidos e o Reino Unido, entre outros. Na comparação com outros setores, o crescimento de 3,11% só foi superado pela construção civil, com 4,06%.
O estudo considera como indústrias criativas os segmentos de moda, atividades artesanais, indústria editorial, cinema, rádio e TV, música, desenvolvimento de software e jogos digitais, serviços de tecnologia da informação dedicados ao campo criativo, arquitetura, publicidade e serviços empresariais, design, artes cênicas, artes visuais, museus e patrimônio. Abarca a cultura, mas tem abrangência maior.
Por falta de dados, o estudo não foi totalmente atualizado em relação a 2021 e 2022. Parte desse “apagão”, embora o Itaú não assevere isso, pode ser atribuído ao descaso com que o governo de Jair Bolsonaro tratou o setor nos últimos anos, desarticulando as políticas públicas, achatando os investimentos, demitindo especialistas e impedindo o acompanhamento das progressões pelo poder público. O levantamento envolveu quatro pesquisadores estrangeiros e 30 brasileiros que são referência no tema.