Tamoio Athayde Marcondes, presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte), vinculada do governo federal, interditou hoje o prédio da Rua São José, 50, no Centro do Rio de Janeiro, no qual funciona o Centro de Documentação e Pesquisa (Cedoc) da instituição. Segundo a portaria da interdição, publicada no Diário Oficial da União, o motivo é “o estado do imóvel, cujas condições físicas e estruturais atuais colocam em risco a integridade do acervo e das pessoas que nele trabalham e utilizam seus serviços”.
O acervo do Cedoc é precioso, especialmente para o teatro brasileiro. Ao todo, são mais de 60 mil livros e 3.500 títulos de periódicos brasileiros e estrangeiros somente da Biblioteca Edmundo Moniz. Uma ação do Serviço Nacional de Teatro, do Instituto Nacional de Artes Cênicas e da Fundação Nacional de Artes Cênicas, entre os anos de 1978 e 1989, realizando uma grande campanha de doação, captou contribuições de artistas como Fernanda Montenegro e Fernando Torres, Maria Della Costa, Walter Pinto, Jayme Costa, Pernambuco de Oliveira e inúmeros outros. Outros acervos antigos da Funarte estão incorporados ali, como o da artista plástica Djanira e do crítico de arte Roberto Pontual. Desde a criação da Funarte atual, outros conjuntos foram adquiridos como por exemplo, o acervo do diplomata e animador cultural Paschoal Carlos Magno. O Cedoc é aberto para uso de pesquisadores em suas dependências, e dá orientação sobre consulta.
A direção da Funarte pretendia publicar ainda hoje uma nota em seu site oficial informando quais os estudos técnicos que resultaram na interdição do prédio e quais as medidas que tomará daqui por diante em relação ao acervo. Ao digitalizar seu acervo, em 2016, a Funarte tornou acessível uma base de dados com cerca de 35 mil objetos digitais, dentre fotografias, desenhos, cartazes e outros documentos, num total de quase 10 terabytes de conteúdo digital.
ATUALIZAÇÃO ÀS 17H36:
A Funarte divulgou há pouco uma nota sobre a interdição. LEIA A ÍNTEGRA:
A Fundação Nacional de Artes – Funarte, por meio de portaria de 9 de agosto de 2021, decidiu pela interdição do prédio localizado na Rua São José, n° 50, no Centro do Rio de Janeiro (RJ), por tempo indeterminado, tendo em vista o estado do imóvel, para preservar a segurança das pessoas e do acervo. Com a interdição, a Fundação analisa a possibilidade de transferência do seu acervo para novas instalações como, por exemplo, o Museu Casa da Moeda do Brasil, também no Centro do Rio de Janeiro, em espaço seguro e desocupado.
O prédio interditado abriga o Centro de Documentação e Pesquisa (Cedoc) da Funarte, responsável pela organização, preservação, acesso e difusão de seu acervo documental. O imóvel não atende mais às qualificações para guardar o acervo com segurança e precisa de reformas que não poderiam ser realizadas no local. Alertas sobre problemas estruturais têm sido comunicados pelo Centro desde 2009.
Por meio do Cedoc, a Funarte cumpre a importante função de preservar e difundir a história e a memória da arte e cultura brasileiras, bem como das políticas públicas desenvolvidas para as artes cênicas (teatro, dança, circo), artes visuais (fotografia, artes plásticas, vídeo, entre outras) e música (popular e erudita).
De acordo com a portaria, o imóvel interditado apresenta “condições físicas e estruturais” que “colocam em risco a integridade do acervo e das pessoas que nele trabalham e utilizam de seus serviços”. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 19 de agosto de 2021.