Childish Gambino cultua os mortos em 3.15.20

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Childish Gambino
O artista norte-americano, Childish Gambino, lança seu primeiro álbum depois do impacto causado em 2018 pelo libelo antirracista This Is America

O artista norte-americano, Childish Gambino, lança seu primeiro álbum depois do impacto causado em 2018 pelo libelo antirracista This Is America

Donald Glover é um ator, comediante, músico, DJ, produtor, diretor e roteirista norte-americano que, em sua encarnação musical, ficou conhecido pelo codinome Childish Gambino. 3.15.20 é o primeiro álbum do artista desde o impacto provocado, em janeiro de 2018, pelo curta-metragem musical This Is America, um dos maiores libelos pop contra o racismo e a violência já produzidos nos Estados Unidos.

Quarto álbum de Gambino, 3.15.20 consolida sua inventividade musical e a empacota para o estrelato planetário, fermentado numa notável pluralidade de estilos e referências. Num disco em que a maioria das faixas leva por título os minutos e segundos em que aparecem, 32.22 (anteriormente batizada como Warlords) é um tecno pesado que critica os mestres da guerra e cita a Billie Jean (1982) de Michael Jackson. Time, uma das duas únicas faixas com título próprio, comunica-se diretamente com hino pop Freedom (1990), de George Michael, enquanto 24.19 traz vocais inspirados no melhor de Prince. David Bowie é outro artista morto cuja referência é onipresente no disco.

A atmosfera de algum modo fúnebre é quebrada por canções mais solares, como a peça pop 42.26 (anteriormente chamada Feels Like Summer) e 47.48, modulada entre o funk clássico de Sly Stone e a disco music lânguida de Nile Rodgers. Algoryhtm, por sua vez, recombina a fúria discursiva de This Is America com o “status de supercomputador” das mirabolantes sonoridades contemporâneas. Childish Gambino arde neste complexo 2020.

3.15.20. De Childish Gambino. RCA/Sony.
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