O diretor-presidente interino da Ancine, Alex Braga Muniz, reintegrou nesta terça, 17, ao corpo de funcionários da agência dois servidores afastados em agosto com o ex-diretor Christian de Castro. A reintegração de Magno Maranhão Júnior e Juliano Vianna foi publicada no Diário Oficial da União e se dá “em cumprimento à decisão judicial proferida” pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região na semana passada. A decisão foi eivada de equívocos, segundo noticiou o Farofafá.
A Agência Nacional de Cinema cumpre a determinação judicial, mas alguns especialistas acreditam que essa reintegração deveria ter sido autorizada pelo Ministério da Cidadania. A pasta foi a responsável pelo afastamento de Maranhão Júnior e Vianna. Eles são acusados de forjar dossiê apócrifo contra dois diretores para facilitar o caminho da nomeação de Christian de Castro, que renunciou ao cargo. O movimento parece indicar que a atual direção interina da agência está se aproximando do grupo de Castro. Recentemente, foi indicado à Superintendência de Fomento o servidor Eduardo Stopato, que era ligado a Castro.
Segundo apurou o Farofafá, deve ser confirmada em janeiro a indicação do pastor Edilásio Santana Barra Júnior, o Tutuca, da Igreja Continental do Amor de Jesus, como novo diretor-presidente da Ancine. Tutuca tem uma carreira de apresentador de programas periféricos da TV (um deles era chamado de Café Sucata Show). Ele foi figurante em novelas (consta que apareceu em uma cena de Roque Santeiro) e hoje é empresário da área de eventos. Sua ambição, afirmou, é financiar filmes gospel. Ele foi indicado como diretor da agência em 23 de outubro pelo governo. Aliado do deputado federal Éder Mauro (PSD-PA), é tido como próximo do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo as mesmas fontes, também em janeiro devem ser indicados por André Sturm, novo secretário do Audiovisual, os dois diretores que preencherão as vagas restantes para o corpo diretor da agência. O advogado Alex Braga Muniz, atual interino da Ancine, tem mandato até outubro de 2021 e deve seguir como diretor, mas não mais presidente.
Em agosto, Bolsonaro anunciou que a Ancine deveria ser gerida por um evangélico que conseguisse “recitar de cor 200 versículos bíblicos, que tivesse os joelhos machucados de tanto ajoelhar e que andasse com a Bíblia debaixo do braço”. Ter um pastor na Ancine não será, mais uma vez, uma surpresa deste governo.
Já nem sei mais o que diga ante tanta palhaçada (nada a ver com os profissionais dos picadeiros). O cinema brasileiro já havia levado um pontapé de Collor, se não me falha a memória dos meus 81 anos. E conseguiu se reerguer. Levantou premiações. Agora uma “gospellada” dessa…
Até onde a cova para enterrar nossa cultura poderá aprofundar?
Ah que esse zé povinho do poder bem que podia pegar o beco e se escafeder!
Os problemas criados pelo plantel de Bolsonaro em diversas áreas da educação e da cultura atestam que eles provavelmente se sentiriam mais à vontade no curral e/ou no pasto.