O hip-hop cai na dança com Rincon Sapiência

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2018
Capa do novo álbum de Rincon Sapiência
Novo álbum de Rincon Sapiência

O rapper paulistano lança Mundo Manicongo, com sonoridades futuristas inspiradas na cultura africana

Mundo Manicongo – Dramas, Danças e Afroreps, novo CD do rapper paulistano Rincon Sapiência, candidata-se ao título de álbum mais dançante da história do hip-hop nacional. É uma reviravolta em relação ao anterior Galanga Livre, que também tinha faixas vibrantes, mas se aproximava mais do discurso tradicional do rap.

Tamo subindo e descendo ladeira/ querendo folgar no final de semana/ (…) o trabalhador e a trabalhadeira/ só quer relaxar quando o trampo acaba, discursa, sobre tonalidades musicais árabes, a faixa Sensação, marcando a mudança de pulso rumo a um hedonismo militante, mas nem por isso alienado. A militância se encontra também na escolha das sonoridades, influenciadas pela cultura africana, de afrobeat, afrohouse e djembe, que Rincon batiza de afrorep. Melanina, a noite é divina, milita o afrofunk Onda, Sabor e Cor, de comunicação indireta no tempo-espaço com o levante black Rio que vicejou no Brasil dos anos 1970.

Pegada funk tipo Guimê/ mas o meu tambor vem da Guiné, ele canta em Meu Ritmo, assumindo o parentesco não só com o funk dos 1970, mas também com o marginalizado funk carioca (e paulista) dos anos 2000. A misturança afrofuturista se consuma no encontro com o grupo baiano Àttøøxxá, na alegre Arrastão. Inovações à parte, Rincon recebe o aval do pai fundador Mano Brown, que se soma a ele na lânguida Não Sei pra Onde. Não sabemos para onde, mas o movimento é para frente e para o alto.

Mundo Manicongo – Dramas, Danças e Afroreps. De Rincon Sapiência. MGoma.
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