Elza Soares contra os homens

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Os versos são de Vinicius de Moraes, o poetinha ex-diplomata que nunca chegou a ser o mais progressista dos brasileiros. A música é de Baden Powell, que no final da vida extirpou a palavra “saravá” de suas canções e substituiu os antigos cantos de candomblé pela religião evangélica. Transtornado por Elza Soares, o “Canto de Ossanha” (1966) de Baden e Vinicius constituiu-se, para boas entendedoras, no grande momento político da cerimônia planetária de abertura das tristes Olimpíadas do Rio de Janeiro.

Foi um recado explícito, cortante e 100% feminino ao “macho” traidor Michel Temer, a grande estrela negativa da noite universal. “Coitado do homem que cai no canto de Ossanha traidor“, cantou Elza em meio ao espetáculo de despolitização transnacional, com ênfase aberta, indignada, às sílabas do (des)qualificativo traidor. Obra de gênio, de gênia.

O homem que diz “sou” não é. Porque quem é mesmo é “não sou”.

O homem que diz “tô” não tá. Porque ninguém tá quando quer.

Para filtrar tais versos e trazê-los a 2016 é necessário apenas ser boa entendedora, bom entendedor. É necessário apenas não ser robô.

Brasileiras devotas da democracia assistimos atarantadas à escalada de repressão testada nas Olimpíadas do Brasil. Tropas de choque avançam sobre o Rio de Janeiro e São Paulo para calar o “fora Temer“. A lei dos homens olímpicos faz de tudo para escorraçar a política das arenas esportivas. Policiais militares transgridem ínfimas leis para oprimir professoras que desejam se manifestar em arena contra o golpe de estado em curso.

A cerimônia transcorre apática, dirigida à política do anódino, obediente à blitzkrieg endoidecida para preservar a “integridade” do golpe. Fracos diante da máquina de moer sonhos, esportistas e artistas se movem como o grande rebanho big brother aboiado pela Rede Globo aqui no país tropical abençoado pelo golpe. Até que Elza adentra a arena, já bastante machucada pelo tempo e pela violência cotidiana disparada preferencialmente contra as carnes mais baratas do mercado branco.

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Sentada impávida rodeada por três jovens mulheres de carne negra e cabelos black power, Elza não faz nada mais, nada menos que ressuscitar o “Canto de Ossanha” de 1966, ano 2 da ditadura civil-militar de 1964.

Irmã preta da “Maria Moita” (1964) de Nara Leão (e Vinicius e Carlos Lyra), Elza devolve a voz à voz feminina que foi suprimida da “grande” “festa” dos “homens” “atléticos”: Dilma Rousseff.

“Amigo sinhô, saravá, Xangô me mandou lhe dizer/ se é canto de Ossanha não vá, que muito vai se arrepender/ pergunte pro seu Orixá, o amor só é bom se doer”, avisa Elza, a mandinga feminina resplandescente contra as ditaduras masculinas onde tudo o mais ensaia se calar.

O preço da traição será enorme para todos os pactuares do corte, adverte a mandingueira soberana. O semblante de Temer, sombrio por inúmeros motivos, é a prova viva de que a melhor de todas as cartas abertas chegou a seu destinatário. Nem precisávamos mais das vaias.

 

(p.s.: Todas nós, brasileiras que precisamos de democracia, temos um grito uníssono de celebração para acalentar o triste início dos Jogos da Exclusão e da Vergonha: viva Elza Soares!)

 

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79 COMENTÁRIOS

  1. Acho ridículo ficar achando entrelinhas políticas nos Jogos Olímpicos …
    Primeiro quem fez o Temer estar lá foi o PT , com toda sua prepotência de partido salvador e na verdade grande ladrao da história do Brasil!
    Tomara que tudo dê certo e o Brasil saia desse momento histórico: Jogos Olímpicos, que envolve o Mundo… Muito bem! Tomara!!!! E vcs por favor, vão olhar o rabo. Não me interessa se os outros roubaram …. Nada justifica o que o PT fez no tempo que esteve no governo…. NADA!!!!

    • E eu acho ridículo repetir sempre os mesmos argumentos, Maria. Nem eu nem ninguém votamos em vice-presidente nenhum para ele dar golpe estado na titular. É uma argumentação ginasiana essa.

      Obrigado pela leitura.

      • Sendo moradora recende do RJ, confesso, não morro de amores por ela. Não assisti à abertura, mas, ao meu deparar com esse tipo de notícia, me arrependo de não tê-la visto.
        No mais, obrigada por informar os desenformados, como eu, por ex.

      • Então, se há um golpe e o Governo não é legítimo, participar dos eventos desse Governo não o legitima?

        Ou talvez não haja golpe e as esquerdas só estejam deixando mais claro do que nunca que não respeitam a Constituição e a Democracia.

        Bem como, ao defenderem um governo corrupto, deixam claro que nunca lutaram contra a corrupção, apenas usavam o discurso de forma demagógica.

    • Mesmo com todos os erros que o PT comenteu, tirou milhões de condições sub humanas, situação essa que os governos elitistas nunca teve a preocupação.
      Tentar legitimar um impostor que sempre se escondeu as sombras dos outros, realmente é lamentável.

    • Interpretar as nuances de um evento é um exercício livre. Se tem gente que sabe ler nas entrelinhas, isso só atesta a capacidade dessas pessoas de serem originais.

      Quem disse que as coisas que vemos só podem ser vistas de um único jeito?

      Pois eu penso que todas as coisas, tudo o que vemos, tudo o que presenciamos fica submetido à história de vida de cada um. O que, por si só, impulsiona pensamentos a mil e uma interpretações.

      E então eu dou glória às releituras, porque só consegue entender as metáforas das linguagens assim, tão simbólicas, quem é dotado de outras tantas visões. Quem tem cabeça aberta. Quem não se atribui ser o dono da verdade.

      Só consegue captar que existem inúmeros significados para cada coisa no mundo quem acredita na diversidade do todo, na grandeza da vida e na infinita variedade dos seus valores mais sutis.

      • É próprio de tempos de repressão e opressão não tolerar as livres interpretações, não é mesmo, Beatriz? É só ver o “espetáculo” de truculência contra qualquer um que tente ostentar cartazes de “fora Temer”. Muito obrigado pelo lindo e tolerante comentário. <3

        • Sim, Pedro Alexandre Sanches!
          E, só para completar, me lembrei de uma das frases máximas do nosso saudoso Paulo Freire: “Quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor.”
          E, não será por acaso, agora, que estas palavras tem se tornado tão evidentes: em atitudes que manifestam o desejo (nem tão velado) de algumas criaturas em também almejarem alcançar aquele poder. São as evidências em fatos televisivos das Olimpíadas, em textos que se lêem em fontes diversas da internet e nas redes sociais. Simples exemplos que funcionam, todos, como retratos da realidade que estamos vivendo.
          O que resta é a luta permanente. Como espelho em benefício às novas gerações: nossos filhos e netos.

          • Mas sempre há as Rafaelas SILVA para nos dar convicção e força para seguir paulofreireando, Beatriz. A barbárie não há de prevalecer.

    • Interessante e absurdo seu comentário, vai entender alguém que luta contra falta de ética e faz apologia a falta de ética, francamente.

  2. Parabéns pelo excelente texto! A releitura das entrelinhas intelectual em desabafo vem com este propósito, a visão da resistência feminina e sociopolítica muito bem defendida historicamente pela Elza Soares e todas as Panteras Negras da história deste país! Que bela apresentação onde não deixou a desejar no recado ao usurpador e traidor! ? ? #ForaTemer #ForaGolpista #DesgraçadoGolpista

  3. Houve uma imperfeição. Teve um imenso defeito.
    No transporte da honrada Bandeira Olímpica até o mastro, ao final do evento de abertura dos Jogos, havia 8 homenageados: 4 de um lado e 4 do outro. O interessante deveria ser diferente, sem desmerecer quem levava a bandeira. Veja aqui: certamente seria não só perfeito como mais correto, enobrecedor e digno assim:
    Dilma; João Santana; Rui Falcão & Luís Nassif, em um lado.

    Lula; Alberto Youssef; Gleisi Hoffmann & Ricardo Pessoa da UTC, do outro lado da bandeira.

    Puxa vida! Que perfeição e justo seria se assim fosse. Aí sim, não haveria erro…
    O resto estava ótimo! Teve até PEDALADA! [Não esqueceram nem de Dilma].

  4. Caro Pedro A. Sanches,
    Concordo com boa parte da sua interpretação, mas com um ressalva. O princípio do texto não faz jus aos AUTORES da canção. Por que, para empoderar quem quer que seja, é preciso trair ou desmerecer os esforços e o sentido que estava posto antes? Vinícius e Baden merecem todos os elogios por tudo que representam os afro-sambas. E a Elza Soares não transtornou nada, ela derivou o sentido diretamente do que estava lançado lá. Perdeu-se nesse tempo de binarismo e identitarismo barato a capacidade de reconhecer a empatia. A descoberta do Outro e a capacidade de compreender e solidarizar com seu sofrimento, ainda que sem vivê-lo na carne. A capacidade do poeta de fingir, no sentido que emprega Pessoa. Se Vinícius não era o mais progressista (?!), em seu tempo foi deveras progressista – quantos brancos educados e privilegiados de sua época devotaram qualquer entendimento ao universo religioso afro-brasileiro? Poucos. E se Baden converteu-se no final da vida, não importa quando o que cumpre é qualificar sua obra – no caso em questão a forja poderosa de seu violão fabricando uma modalidade absolutamente original de canção – a partir da qual intérpretes do quilate de Elis, Mônica Salmaso e Elza Soares encontram o solo onde plantar o grão de suas vozes. Os dois merecem toda a consideração de quem fizer crítica musical tendo sua obra em pauta. Saravá.

    • Obrigado pela sua leitura, Luiz Henrique, acho que tudo bem a divergência quanto a esses aspectos, não é? Amo Baden e implico com os excessos machistas (eventualmente à raia da pedofilia, como na “Aula de Piano” da “Arca de Noé”) do Vinicius (mas jamais ignorando o filtro de que o comportamento dele correspondia à época dele). Sou daqueles que acreditam que amar é o contrário de temer. 😉

  5. Adorei o texto. Reconheci a representatividade e um tapa na cara dos reaças e conservadores em vários momentos, mas esse da Elza foi certamente emblemático! Rainha da abertura é ela, não a uber model com cara de alemã que nada mais fez que desfilar. Porém gostaria de saber o motivo pelo qual se refere aos Jogos como tristes e da exclusão… Pois eu nunca vi uma cerimônia mais inclusiva! Teve índios, negros, mulheres cantando sobre empoderamento, gays e trans. E a própria noção do diretor artístico de que com isso ofenderia certos Bolsolixos e Trumpes…
    Obrigada

    • Oi, Yasmin. Com o termo “exclusão” me referi ao slogan que estava sendo usado na sexta pelos manifestantes do lado de fora da festa. Adicionei a “tristeza” por minha própria conta, por acreditar pessoalmente que não faz sentido o mundo fazer festa dentro de um país que está sob um golpe de estado, como se nada estivesse acontecendo.

      Obrigado eu, pelo seu comentário! Concordo completamente com seus comentários sobre a inclusão na cerimônia, também achei maravilhosa. 🙂

  6. Vou manifestar meu pensamento sem paixão!Sempre odiei política partidária,sobretudo quando via em destaque a pessoa do candidato,o partido e não a filosofia,o propósito,o testemunho da postura do candidato!Neste sentido,a grande exceção ,Paulo Pain-RS.Vejo nas discussões,paixão e exibição de intelectualidade.O erro do nosso pais,é que seus filhos o fazem país do jeitinho,do vou levando…Pouco Trabalho,Muita Injustiça.Preconceituoso e falso na espiritualização do homem.Politicamente falando eu penso(via minha ignorância jurídica),mas de conscientização,entendo por sentir,QUE FALTA MUITO!Educação?Saúde?Compreensão cívica,política…Vejam a sustentação de sobrevivência,luxo e desmando.Vejam a impunidade…O número alto de comedores do nosso dinheiro,desde as câmaras de vereadores.Que o Temer não corresponda,eu aceito.Por que não gritar por novas eleições.?Quem?Todos do passado até agora,com poucas exceções,desonraram a nação brasileira.Por que criticar se o vice assumiu?Foi dito que não há dinheiro para nada e nem,naturalmente,para eleiçõe.Por que sofrer o sofrimento da Dilma?Ela está envolvida em retiradas fantástica,ou é mentira?Parando por aqui,eu jogo uma reflexão no ar:Existem paises mais honestos do que o nosso?Porque?A honestidade é cultura e qual é a nossa?Pensamos antes de votar ou vamos pelas bandeirinhas,partidos e discursos inflamados?Temos formação para escolhermos nossos representantes?De onde vem e para que Os Sem Terra?(há quanto tempo sem terra…)Bolsa disto e daquilo?Por que se permite menor votar,analfabeto votar?Por favor!Nós fazemos parte de tanta mentira,de tanta arrumação do poder.Quem não sabe da psicopatia de paletó e gravata e da desinformação dos apaixonados por partidos e candidatos?O que dói é a fome,o desemprego,a manipulação com os carentes!Se fosse uma mulher jovem,esclarecida como sou hoje,eu diria a vocês,passem bem,durmam bem,levem estes desonestos todinhos,para o paraíso dos seus lares,porque eu estou indo embora deste PAIS! DEUS PROTEJA O BRASIL!

    • Sempre desprezei o desprezo pela política, pelo que esse comportamento tem de elogio à barbárie, Maria. Mas obrigado pelos comentários, acabam por revelar uma paixão pela política que seu próprio discurso pretende negar.

  7. Pedro, Seu texto está ótimo! Uma pena ler comentários tão cheios de raiva. Mas não se pode esperar lucidez em certas argumentações quando o coração e a mente estão repletos de ódio. Para essas pessoas, enxergar a ponta do próprio nariz torne-se tarefa dura e, muitas vezes, impossível.

    Grande abraço

    • A raiva está na moda, André. O que não significa que vamos parar um segundo sequer de lutar contra a raiva, némesmo? Obrigado! 🙂

  8. Vcs acham chifre em cabeça de cavalo. O Canto de Ossanha é uma musica tradicional brasileira que com certeza não teve motivação política, muito menos voltado ao Temer no espetáculo.
    Quanta bobagem essa estória de golpe. Insulta a inteligência dos Brasileiros.
    Ainda bem que a Dilma sai ainda esse mês.

  9. É lendo textos desta lavra que por instantes sinto-me imbecil…. como posso não enxergar e entender esta verdade?
    Mas… retomo ao real; que sorte!

  10. Maria que tristeza ter que ler tanta falta de politização. Mas democracia é também ter que ler e aguentar ideias tão ridículas. É golpe sim. Eles não passam de abutres querendo usurpar o povo.

  11. Pedro Alexandre.
    Quando você votou na Dilma em 2010, quem era o vice?
    E quando você votou em 2014, quem era o vice?
    Fundamentalismo lullanico é isso.
    Se o deus da seita diz que o céu é vermelho, os fundamentalistas lullanicos saem gritando que a direita pintou o céu de azul.
    Para o bem do Brasil o PT morreu.
    E o melhor ainda esta por vir, quando o deus mor da seita for finalmente preso.

    • Me aponte um triste cidadão que alguma vez votou em alguém com o objetivo de ser traído, Carlos Fabrício. Esse argumento ginasiano não faz o menor sentido.

      Quem está aplicando o golpe são os golpistas, não os golpeados. O responsável pelo estupro é o estuprador, não a estuprada. Afasta de nós esse cálice de veneno.

      • E se não houver golpe, mas um processo democrático referendado pelo STF e pelo parlamento, o veneno é se portar atacando a Constituição. Engraçado como Collor (ao qual o PT se aliou) nunca sofreu um golpe, né? Engraçado como os trocentos pedidos de Impeachment do PT nunca foram golpistas, né?

        Ora, que se discorde do resultado, mas chamar de golpe extrapola o ridículo e beira o fascismo.

        • Hoje acredito que o “fora Collor” tinha considerável carga golpista, Marcos. Eu estava lá, do lado dos golpistas – mas eu tinha 20 e poucos anos, hoje tenho quase 50. Ninguém é burro a vida inteira, a não ser que queira.

          Minha opinião: 2016 é GOLPE, mais um na multiquilométrica tradição GOLPISTA da colônia Brazil.

          • Sem essa de “considerável carga”, seja claro: o PT deu um golpe contra o Collor ou não? Você apoiaria hoje novamente o Fora Collor ou defenderia sua permanência no cargo?

            E todos os pedidos de Impeachment que o PT capitaneou contra todos os presidentes que não eram petistas? Eram tentativas de golpe ou não?

            Golpe é uma ruptura com a Constituição. Você pode até não gostar do que a Constituição apresenta, mas não há golpe quando ela é respeitada.

          • O PT, Marcos, tá maluco? Quem foi que subiu ao poder com a queda do Collor? O PT? Caramba, tem horas que não sei se é caso de memória ou de fuga da escola.

            Podemos debater sobre 1992. Mas estou convicto (e, como eu, milhões de pessoas no Brasil, sem contar as de fora) que a Constituição não está sendo respeitada em 2016. Só quem se informa pela tela totalizadora da Rede Globo acredita em algo diferente disso.

  12. Conteúdo lastimável. Este bla bla de golpe e Presidente Interino que não foi eleito…faça-me o favor. Já Deu. Mas mesmo assim, gostaria de saber o nome que se dá a um partido que levou a falencia de um País que tentou acobertar ladrões de sua trupe. Em meio a tantos rótulos, qual aplicamos neste?

  13. Os coxinhas que dão as caras por aqui devem estar surtando com a elegância das respostas do articulista. kkkkkk. Ótimo texto e melhor ainda o contra-ataque.

  14. I only speak English Sorry. I had to use google translator to follow this debate .
    I enjoy the discussion of Brazil’s social and political discourse. I find it intriguing that Brazilians like Americans and Africans , are just as passionate and vigorous in debating and defending their view points in an online forum. And also just as quick, to condemn to hell those who don’t agree with their views . So Long Live civil debate. Long Live Brazil!

    Now. Off i go to listen to ‘Mas que nada’.

    • Olá, Rosa, acho que podemos continuar conversando cada um em sua língua natal, certo?

      Obrigado pelo belo comentário, e viva a Olimpíada que mostra nossas semelhanças para lá dos idiomas (de qual país você é?)! Tem mesmo um pessoal mal educado que entra aqui, mas eles jamais prevalecerão sobre pessoas como você.

      Viva “Mas Que Nada”, viva nós! (No Brasil antigamente dizíamos “viva eu, viva tu, viva o rabo do tatu”, acho que o tradutor google vai ficar maluco com essa, hahaha.)

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