Neste final de semana (20 e 21 de junho) aconteceu e a Virada Cultural em São Paulo: 24 horas de música, arte e gastronomia na maior capital do país. A galera do Quanto Vale a Arte? esteve presente com seu projeto em várias praças durante a virada toda.

Quanto Vale a Arte? é uma proposta que conta com a participação de profissionais brasileiros de diversos segmentos fotográficos e busca ampliar o acesso à fotografia e refletir sobre as questões monetárias da comercialização da arte.

Isabella Lanave, 21 anos, fotógrafa do R.U.A Foto Coletivo, fala sua visão como colaboradora do projeto, mesmo morando na cidade de Curitiba (PR): “O Quanto Vale A Arte? é um dos projetos mais legais de que eu participo, pelo fato de levar a fotografia para lugares aonde ela não chegaria sozinha. A cultura de comprar uma foto, ou mesmo apreciá-la como arte, fica apenas para galerias e museus. Com essa iniciativa, feita na rua, a arte se torna parte do espaço, e pessoas que nunca viram uma exposição têm a oportunidade de chegar mais perto. E essa aproximação é importante. A arte não é só o que está nas grandes galerias e o que você paga R$500 por ela. Às vezes a arte e o artista estão mais próximos de nós do que imaginamos. E não precisamos depender de intermédios para fazer o que nos toca. A arte pra mim é livre, e o QVA torna isso uma realidade”.
Todas as imagens expostas estão à venda (acima, dois trabalhos fotográficos de Rodrigo Zaim), mas não há preços definidos. No formato “pague quanto quiser”, cabe ao público pensar quanto vale a arte. “Levamos às pessoas fotografias tão boas quanto as que estão nas grandes galerias, só que com o preço muito acessível, na verdade o preço quem dá é a pessoa que vai levar a foto”, diz Zaim.
A Virada Cultural foi a quinta exposição do projeto, que já contou com o projeto-piloto que aconteceu em dezembro de 2014 no parque Ibirapuera. Ali, mesmo sem nenhuma divulgação, foram vendidas mais de 50% das imagens, e a aceitação foi imediata.
Weslei Barba, 31 anos, fotógrafo do coletivo Remirar, conta: “Gosto do projeto, pois vejo que a galera quer levar a arte para todos os lugares, sem se importar com o que a obra realmente vale. Participei como colaborador em uma exposição e gostei muito do feedback que a galera dá das imagens expostas. O projeto dá a oportunidade a fotógrafos que estão iniciando suas carreiras, e as pessoas que adquirem as obras estão sendo muito privilegiadas”.

Já aconteceu também uma exposição no México, na cidade de Guadalajara, no parque Rojo/Revolución, levada pela colaboradora Isabella Lanave, que estava morando lá. A exposição contou com obras de fotógrafos brasileiros e mexicanos.
“A oportunidade de fazer o QVA no México foi especial, diz Isabella. “Num domingo de manhã, num parque onde o costume é ir para fazer exercícios e brincadeiras de rua, instalamos um varal com cerca de 70 fotos. Brasileiros e mexicanos, professores e alunos, fotojornalistas e fotógrafos por paixão. Todas as fotografias encantaram a quem passava por ali. Senhores que nunca haviam entrado em um museu pararam para observar e levar para casa um pouco do mundo através das lentes. Foi um sucesso. Saiu no jornal, rádio quis fazer entrevista e as pessoas pediram ‘façam isso mais vezes!’. É nessas situações que a fotografia faz sentido. Quando passa de mim, fotógrafa, para o outro. Seja ele quem for.”
Na Virada Cultural, o projeto esteve presente na praça Dom José Gaspar, perto do palco dos pianinstas, e na praça Roosevelt, junto com a Galinhada. No domingo, esteve presente novamente na praça Roosevelt, integrado ao Dia Mundial do Skate, e ao lado da feira gastronômica da praça da República.
Para conhecer mais o trabalho:
Site: www.quantovaleaarte.com.br
Facebook: Quanto Vale a ARTE?
Instagram: quantovaleaarte
Twitter: @qva_fotografia
e-mail: contato.qva@gmail.com
Michelli Oliveira, 25 anos, paulista, estuda bacharel e licenciatura em letras na Instituição Presbiteriana Mackenzie. Em 2013, começou a participar do coletivo Molotov FOTO Independente, e no mesmo ano foi uma das fundadoras do coletivo MIRA, que integra como fotógrafa e redatora. Desde pequena gostava de escrever e começou a fotografar através do projeto Quanto Vale a Arte?. Atua como repórter na rede Jornalistas Livres e sempre amou a área de comunicação.







