A celebrada fotógrafa da Agência Magnum mostra as sutilezas do olhar feminino em meio a conflitos de toda espécie
Strippers, guerrilheiros, crianças sozinhas, idosos em ruas desertas, mulheres e meninas. No meio das guerras do cotidiano (tanto as visíveis quanto as invisíveis), um olhar feminino enxergou mais fundo. Trata-se do trabalho da fotógrafa norte-americana Susan Meiselas, da Agência Magnum, que, entre outros conflitos abertos, cobriu a guerra civil na Nicarágua, o genocídio no Curdistão e o golpe de Estado em El Salvador, a partir do final dos anos 1970. Sua obra é objeto de uma portentosa exposição no Instituto Moreira Salles a partir da terça-feira 15 (a própria fotógrafa estará em São Paulo para a vernissage, além de protagonizar um debate na abertura, às 19 horas).
Antes de chegar a São Paulo, a exposição Susan Meiselas: Mediações esteve em Paris, no Jeu de Paume, em Barcelona, na Fundación Antoni Tàpies, e em São Francisco, no SFMoMA). São mais de 180 fotografias, vídeos, cartas e documentos.
A curadoria examina quase 50 anos de percurso da artista e seu conceito de envolvimento ativo na cena que retrata. Na série Rua Irving, 44, ela fotografou os moradores de uma pensão onde viveu. Retratos na Varanda (1974) reúne fotos feitas na Carolina do Sul, onde Meiselas lecionou fotografia numa escola de ensino fundamental. Em As Meninas da Rua Prince (1975-1990), ela acompanha um grupo de garotas de seu bairro, em Nova York, da infância e adolescência até a maturidade, focando na feminilidade.
Como parte da programação da mostra, o cinema do IMS Paulista também exibirá gratuitamente o filme Imagens de uma Revolução, dirigido por Susan Meiselas, Richard P. Rogers e Alfred Guzzetti. No documentário, a fotógrafa retorna à Nicarágua para entrevistar as pessoas que conheceu durante a revolução sandinista. O filme será projetado ao longo do período expositivo.