Um instituto, um acervo digital, um disco de inéditas, shows e oficinas de Paulo Moura. Clarinetista e saxofonista, compositor e arranjador de choro, samba e jazz, um dos ícones da música instrumental brasileira será homenageado à altura de sua intensa e rica produção cultural. Paulista de São José do Rio Preto, mas radicado no Rio desde garoto, Paulo Moura fez música por seis décadas, compondo um vasto repertório, transitando do choro, samba ao jazz, e uma carreira de parcerias com Ary Barroso, Dalva de Oliveira, Elis Regina, Yamandu Costa, Milton Nascimento e João Donato. Ele morreu em 12 de julho de 2010, aos 77 anos.
Na quarta-feira dia 19, em evento gratuito e aberto, será inaugurado o Instituto Paulo Moura, no foyer do Teatro Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Sua sede será digital e nele estará o acervo que reúne as vidas pessoal e profissional do compositor, anotações de estudos e textos, partituras, áudios e vídeos. O instituto é fruto do trabalho da escritora e psicanalista Halina Grynberg, mulher de Paulo Moura por 26 anos.
A companhia Vale do Rio Doce, patrocinadora da iniciativa, anuncia ainda um show na quarta-feira da Orquestra Popular Tuhu, com composições e arranjos do instrumentista, sob regência de Maria Clara Barbosa. Outros shows renderão homenagens ao compositor. De 26 a 29 de março, haverá uma ocupação musical em São José do Rio Preto. No dia 30 de março, está programado um show no Museu de Arte de São Paulo (Masp) e outros dois espetáculos em 10 e 11 de abril no Espaço Tom Jobim, no Rio de Janeiro.
Halina também está à frente do projeto “Baú do Moura”, um disco de músicas inéditas que poderá ter letras de compositores como Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Nei Lopes, João Bosco e Chico César. Ele já havia sido homenageado com outros discos póstumos, como “Fruto Maduro” (fruto de sua parceria com André Sachs) e “Alento” (com o grupo carioca Teatro do Som). Em 2011, Halina publicou o livro “Paulo Moura, Um Solo Brasileiro” (Casa da Palavra). No ano passado, Eduardo Escorel lançou o documentário “Paulo Moura – Alma Brasileira”, em que o próprio Paulo Moura fala de sua trajetória musical.
Paulo Moura era de Sao Jose do rio Preto e tocava em bailes por todas as cidades do interior no início da carreira. Tocou em Mococa nessas circunstâncias