Martinho, da Vila e dos sambas de enredo

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Depois de anunciar, em 2010, uma “aposentadoria” das composições para a escola Unidos da Vila Isabel, Martinho da Vila volta a disputar a “Corte de samba”.

Estamos em agosto, e é agora, ou mais exatamente será neste sábado dia 25, que a comunidade da Unidos de Vila Isabel se reúne na quadra da escola para decidir o samba-enredo de 2013. E tem Martinho da Vila na “Corte de samba” (como é conhecida o concurso de cada escola) com uma bela composição. Diz o refrão:

“Festa no arraiá
É pra lá de bom
Ao som do fole
A Vila vem plantar
Felicidade no amanhecer”

Presidente de honra da escola, Martinho da Vila se uniu a Arlindo Cruz, André Diniz, Tunico (filho de Martinho) e Leonel, para compor a música. No vídeo que está no ar desde terça-feira, Martinho José Ferreira, fluminense de Duas Barras, que aos 15 anos compôs seu primeira samba e hoje, aos 74, quer vencer pela 11ª vez a disputa na Unidos de Vila Isabel, aparece apenas no início para invocar a composição.

Um dos primeiros sambas-enredo de Martinho foi “Carlos Gomes”, de 1957, quando defendia a escola do segundo grupo Aprendizes da Boca do Mato. Pela agremiação, compôs outros sambas até que, em 1964, foi convidado a integrar a Unidos de Vila Isabel. A sua entrada na “Corte do Samba” da Vila Isabel fez diferença na história dos carnavais. A música ganhou um compasso mais acelerado e as letras se tornaram mais enxutas. Isso no fim dos anos 1960. Duas décadas depois, voltou a inovar com “Raízes”, samba-enredo cuja letra não tinha rimas. Martinho já teve samba censurado (“Tribo dos Carajás”) e até disputou com sua própria filha, Mart’nália (“Trabalhadores do Brasil”).

Em 2010, Martinho assinou “Noel, a presença do poeta da Vila”, que dizia ser a sua última composição carnavalesca. Não era.

O enredo decidido pela escola para 2013 é “A Vila canta o Brasil celeiro do mundo – Água no feijão, que chegou mais um…”. É o Brasil urbano que reconhece o Brasil rural e presta uma homenagem ao caipira, ao sertanejo, ao homem do campo. “Assim como a agricultura, a música do campo é a origem do Brasil”, diz a sinopse que serve de inspiração aos candidatos a compositores. O documento cita inúmeras composições de intérpretes consagrados, como Chico Buarque, Tião Carreira, Noel Rosa, Mario Zan, Alvarenga & Ranchinho.

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