FAROFAFÁ, um site de música BRASILEIRA, monta esta seleção NACIONAL em homenagem feita sob medida para o atual momento e para Ana de Hollanda e Chico Buarque – mas, também, a todos os Villa-Lobos, Buarque de Hollanda, Jobim, Caymmi, Moraes, Moreira, Veloso, Nascimento, Carlos Braga, Carlos Esteves, César Pinheiro, Sá, Rodrix, Guarabyra, Tapajós, Carrilho, Bonfá, Lee de Carvalho, di Camargo, Brant, Rabello, Ramalho, Valença, Cruz, Santos (até aos de sobrenome-apelido – Da Baiana, Cavaquinho, Da Viola, Russo, Pagodinho, Baleiro, Moska, Brown -, até os sem-sobrenome (Tom Zé, Djavan, Belchior, Fagner, Ednardo, Chico César, Lenine, Seu Jorge…), os sem-nome-nem-sobrenome (Pixinguinha, Donga, Cartola, Lobão…) etc. etc. etc. que compõem a GRANDE FAMÍLIA da música POPULAR brasileira.
FAROFAFÁ torce, apenas, para que o Ecad não nos multe, não nos processe processe, não mande a polícia política nos prender.
1. “Corrente” (1976), assinada e interpretada por Chico Buarque: “Eu hoje fiz um samba bem pra frente/ (…) e coerentemente assino embaixo”.
2. “Cálice”, composta por Chico Buarque e Gilberto Gil (1973) e interpretada por Maria Bethânia (1978): “Como beber dessa bebida amarga?/ tragar a dor, engolir a labuta?/ (…) silêncio na cidade não se escuta”.
3. “João e Maria”, composta por Chico Buarque e Sivuca (1930-2006), interpretada por Chico e Nara Leão (1942-1989): “Agora eu era o herói/ e o meu cavalo só falava inglês/ a noiva do cowboy/ era você, além das outras três”. #AnadeBelém
4. “Maninha”, de Chico Buarque, interpretada por ele com sua irmã Miúcha e seu mestre Tom Jobim (1977): “Hoje só dá erva daninha no chão que ele pisou”. #AnadeBelém
5. “Cala a Boca, Bárbara”, de Chico Buarque e Ruy Guerra (1973), censurada na versão original da peça musical Calabar, mas gravada ao vivo por Maria Bethânia (1974: “Cala a boca!”.
6. “Homenagem ao Malandro”, da Ópera do Malandro (1979) de Chico Buarque, na voz do “malandro original” Moreira da Silva (1902-2000): “O que dá de malandro regular, profissional/ malandro com aparato de malandro oficial/ malandro candidato a malandro federal/ malandro com retrato na coluna social/ malandro com contrato, com gravata e capital/ e nunca se dá mal/ mas o malandro pra valer, não espalha,/ aposentou a navalha/ tem mulher e filho e tralha e tal”.
7. “O Jumento”, de Luiz Enriquez e Sérgio Bardotti, com versão em português de Chico Buarque, cantada por Ruy, do MPB 4, no musical Os Saltimbancos (1977): “Jumento não é, jumento não é, o grande malandro da praça/ trabalha, trabalha de graça”.
8. “Os Escravos de Jó”, canto de escravos de Milton Nascimento e Fernando Brant, interpretado por Milton com a descendente de escravos Clementina de Jesus (1901-1987): “Saio do trabalho, ê/ volto para casa, ê/ não lembro de canseira maior/ em tudo é o mesmo suor”.
9. “Retirantes”, canto de escravos composto e interpretado por Dorival (da família) Caymmi, para a abertura da novela da Globo Escrava Isaura (1976): “Vida de negro é difícil/ é difícil como o quê”.
10. “Argumento”, de e com Paulinho da Viola: “Tá legal, eu aceito o argumento/ mas não me altere o samba tanto assim”.
11. “Odara”, de e com Caetano Veloso (1977), transe hedonista motivador de “patrulhas ideológicas” (como acusou o cineasta MPB Cacá Diegues à época) e de contra-“patrulhas odara”: “Deixa eu cantar/ que é pra o mundo ficar odara”.
12. “Três Macaquinhos”, de Arnaud Rodrigues (1942-2010) e Chico Anysio (1931-2012), também conhecidos naquele 1975 como Baiano & Os Novos Caetanos: “Três macacos juntos/ na filosofia/ eles ensinaram/ a sabedoria/ eu, que nada ouço,/ não ouvi, não falo/ eu, que tudo vejo,/ tudo vejo e calo/ calo/ calo”.
13.”Vô Batê pa Tu”, de Arnaud Rodrigues e Orlandivo, com Baiano & Os Novos Caetanos (1974): “Deduração/ um cara louco que dançou com tudo/ entregação do dedo de veludo/ com quem não tenho grandes ligações”.
14. “A Pesquisa”, de Adilson Manhães, João Roberto Kelly e Wilson Simonal (1939-2000), interpretada por Simonal (1974) com intervenções de Chico Anysio e Arnaud Rodrigues: “Eu vivia no meio de mil guitarras/ curtindo e pesquisando um novo som/ ouvindo Alice Cooper and James Brown/ Pink Floyd, Rod Stewart, Jimi Hendrix/ cheguei a imaginar que eu era o bom/ de lantejoula, muito rouge e batom/ comprei uma túnica bordada/ transação filosofal/ colei mil estrelinhas na testa/ passei purpurina, que festa/ e foi um barato legal/ vira, vira, vira homem, vira, vira/ vira, vira lobisomem”.
15. “Não Existe Pecado ao Sul do Equador”, de Chico Buarque e Ruy Guerra, de Calabar (1973), reinterpretada por Ney Matogrosso, ex-Secos & Molhados (1978): “Deixa a tristeza pra lá, vem comer, me jantar/ sarapatel, caruru, tucupi, tacacá/ vê se me esgota, me bota na mesa/ que a tua holandesa não pode esperar”. #AnadeBelém
16. “Ana de Amsterdam”, de Chico Buarque e Ruy Guerra, também de Calabar (1973), mas antecipada por Chico em show-disco dividido com Caetano Veloso (1972), antes de ser vetada pela Censura civil-militar: “Sou Ana dos dentes rangendo/ e dos olhos enxutos/ até amanhã sou Ana”. #AnadeBelém
17. “Vence na Vida Quem Diz Sim”, mais uma censurada do Calabar (1973) de Chico Buarque e Ruy Guerra, resgatada por Nara Leão (1980) em dueto com Chico: “Se te tratam no chicote, babam no cangote/ baixa o rosto e aprende o mote, olha bem pra mim/ (…) mandam pra cozinha?/ diz que sim/ chamam pra caminha?/ diz que sim/ se te chamam vagabunda, montam na cacunda/ se te largam moribunda olha bem pra mim/ vence na vida quem diz sim”.
18. “Para Lennon & McCartney“, uma das mais ferozes composições da história da música brasileira, de Lô Borges, Márcio Borges e Fernando Brant, interpretada em ritmo de raiva black power por Milton Nascimento: “Por que vocês não sabem/ do lixo ocidental?/ (…) eu sou da América do Sul/ sei, vocês não vão saber/ mas agora sou cowboy/ sou do ouro, eu sou vocês/ sou o mundo, sou Minas Gerais”.
19. “Terral”, de Ednardo, interpretada por ele no disco-projeto-conjunto Pessoal do Ceará (1973): “Eu tenho a mão que aperreia, eu tenho sol e areia, sou da América/ sou da América/ South America/ eu sou a nata do lixo, eu sou do luxo da aldeia, eu sou do Ceará”.
20. “A Grande Família”, composta e intepretada por Tom & Dito para a trilha do seriado A Grande Família (1973): “Esta família é muito unida/ e também muito ouriçada/ brigam por qualquer razão/ mas acabam pedindo perdão/ pirraça pai, pirraça mãe, pirraça filha, eu também sou da família, também quero pirraçar/ catuca pai, catuca mãe, catuca filha, eu também sou da família, também quero catucar”.
21. “A Grande Família Brasileira da Comunicação (A Nossa Família)”, de Tim Maia (1942-1998) e Lincoln Olivetti, com o síndico: “Nem que chova canivete/ esse baile vai sair no sábado à noite/ e vamos homenagear a nossa/ nossa família/ (…) a família brasileira/ da comunicação/ é a nossa/ nossa família”.
22. “Arrombou a Festa”, de Rita Lee e Paulo Coelho, com Rita, ex-Mutantes e à época líder da banda glam rock Tutti Frutti (1976): “Ai, ai meu Deus/ o que foi que aconteceu/ com a música popular brasileira?“.
23. “Check-Up”, gravação original de 1976 da criação de Raul Seixas (1945-1989), que a manteve inédita até gravar uma nova versão em 1988: “Acabei de dar um check-up na situação/ o que me levou a reler/ Alice no País das Maravilhas“.
24. “Acorda, Amor”, gravada logo após a censura total a Calabar, no disco Sinal Fechado (1974), por Chico Buarque, o verdadeiro autor por trás das identidades fictícias de Julinho da Adelaide e a Leonel Paiva: “Acorda, amor,/ eu tive um pesadelo agora/ sonhei que tinha gente lá fora/ batendo no portão/ que aflição/ era a dura/ numa muito escura viatura/ minha nossa santa criatura/ chame, chame, chame o ladrão, chame o ladrão!”.
25. “Casaco Marrom (Bye-Bye, Cecy)”, meiga interpretação de Evinha, ex-Trio Esperança e afiliada musical de Wilson Simonal, para canção de Renato Corrêa (então integrante dos Golden Boys e da diretoria da multinacional EMI-Odeon) e Gutemberg Guarabyra (que não pertence ao Ecad e não conhece o trabalho da atual ministra da Cultura, mas tem vínculos com a Amar Sombrás, a mesma associação arrecadadora de Ana e Chico Buarque de Hollanda) (*): “A bomba H quer explodir no jardim/ matar a flor em botão, eu digo que não/ olhando a menina”.
26. “Peixuxa (O Amiguinho dos Peixes)”, com cara de Paulo Coelho, mas assinada por Marcelo Motta e o intérprete Raul Seixas (1975): “Tem gente estranha por debaixo do mundo/ tal qual Peixuxa, baixo, gordo e salgado/ tem gente estranha trabalhando nos fundo/ que num é peixe, mas num morre afogado”.
27. “Bruxa Amarela”, de Raul Seixas e Paulo Coelho, versão não-censurada de “Check-Up” (1973), lançada por Rita Lee & Tutti Frutti (1976): “Aprendi a ler no rosto/ o que as pessoas não querem me dizer/ aprendi a ler na alma/ o que as pessoas não podem me esconder”.
28. “Jorge Maravilha”, mais uma de Julinho da Adelaide, também (des)conhecido como Chico Buarque: “Não vale a pena ficar/ apenas ficar/ chorando, resmungando, até quando?, não, não/ e como já dizia Jorge Maravilha,/ prenhe de razão,/ mais vale uma filha na mão/ do que dois pais voando/ você não gosta de mim/ mas sua filha gosta”. #AnadeBelém
29. “Mosca na Sopa”, de e com Raul Seixas (1973): “Eu sou a mosca/ que pousou em sua sopa/ eu sou a mosca/ que pintou pra lhe abusar/ (…) e não adianta vir me dedetizar/ pois nem o DDT pode assim me exterminar/ porque cê mata uma e vem outra em meu lugar”.
30. “Sinal Fechado”, de e com Paulinho da Viola: “Me perdoe a pressa/ é a alma dos nossos negócios/ ô, nãõ tem de quê/ eu também só ando a cem”.
31. “Copo Vazio”, versão ao vivo do autor Gilberto Gil (1974) para canção lançada por Chico Buarque no disco de intérprete Sinal Fechado: “É sempre bom lembrar/ que um copo vazio/ está cheio de ar”.
32. “Canteiros”, lançada por Fagner em seu LP de estreia, ficou décadas proibida pela família de Cecília Meirelles (1901-1964), que acusava o suposto autor de se apropriar (hoje em dia se chamaria “samplear”) do poema “Marcha”, da escritora: “Quando penso em você/ fecho os olhos de saudade/ tenho tido muita coisa/ menos a felicidade”.
33. “Pesadelo”, de Maurício Tapajós (1943-1995) e Paulo César Pinheiro, interpretada pelo MPB 4 (1972), o conjunto vocal que acompanhou Chico Buarque em “Roda Viva” (1967): “Você corta um verso, eu escrevo outro/ você me prende vivo, eu escapo morto/ de repente olha eu de novo/ perturbando a paz, exigindo o troco/ vamos por aí eu e meu cachorro/ olha o verso, olha o outro, olha o velho, olha o moço chegando/ que medo você tem de nós!“. #AnadeBelém
34. “Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores (Caminhando)”, composta por Geraldo Vandré (1968), que a seguir abandonou a música popular brasileira, e interpretada (1980) por Luiz Gonzaga (1912-1989), cantor de temas de passarinhos & gaiolas, como “Asa Branca” (1947), “Assum Preto” (1950), “Sabiá” (1951) e “Acauã” (1952): “Somos todos ifuais, braços dados ou não/ (…) vem, vamos embora que esperar não é saber/ quem sabe faz a hora, não espera acontecer”.
35. “Assum Preto” (1950), de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira (1915-1979), aqui reintepretada pela fã Gal Costa (1971): “Assum preto, cego dos óio/ não vendo a luz/ canta de dor/ (…) tarvez por ignorança/ ou mardade das pior/ furaro os óio do assum preto/ pra ele assim cantar mior”.
36. “Sabiá” (1951), de Luiz Gonzaga e Zé Dantas (1921-1962), reinterpretada (1971) pela fã Clara Nunes (1943-1983): “A todo mundo eu dou psiu/ perguntando por meu bem/ (…) tu que andas pelo mundo, sabiá/ tu que tanto já voou, sabiá/ tu que fala aos passarinhos/ sabiá/ alivia a minha dor, sabiá”.
37. “Sabiá”, canção de exílio de Tom Jobim (1927-1994) e Chico Buarque, vencedora da “Caminhando” de Geraldo Vandré no festival de 1968, em versão do mesmo ano de Clara Nunes: “Vou voltar, sei que ainda vou voltar/ para o meu lugar/ vou lá/ e é ainda lá/ que eu hei de ouvir cantar/ uma sabiá”. #AnadeBelem
38. “Como Nossos Pais”, interpretada por Elis Regina (1945-1982), mas composta por Belchior (1976), aqui na versão Belchior: “Nossos ídolos ainda são os mesmos/ e as aparências, as aparências não enganam não/ você diz que depois deles não apareceu mais ninguém/ você pode até dizer que eu estou por fora/ ou então que eu estou inventando/ mas é você que ama o passado e que não vê/ é você que ama o passado e que não vê/ que o novo, o novo sempre vem”.
39. “Velha Roupa Colorida”, composta por Belchior e interpretada por Elis Regina (1976), aqui na versão Elis: “Você não sente e não vê, mas eu não posso deixar de dizer, meu amigo/ que uma nova mudança em breve vai acontecer/ o que há algum tempo era novo, jovem, hoje é antigo/ e precisamos todos rejuvenescer”.
40. “Queremos Guerra”, canção composta por Gilberto Gil à moda de Jorge Ben (Jor), aqui em versão de Jorge (1968): “Guerra, queremos guerra/ mas só se não fizer sol amanhã”.
41. “Eu Quero É Botar Meu Bloco na Rua”, versão de 1973 para a canção do Festival Internacional da Canção de 1972, de e com Sérgio Sampaio (1947-1994): “Há quem diga que eu não sei de nada/ que eu não sou de nada e não peço desculpas/ que eu não tenho culpa, mas que eu dei bobeira/ e que Durango Kid quase me pegou/ eu quero é botar meu bloco na rua/ brincar, botar pra gemer”.
42. “Brasil Pandeiro”, de Assis Valente (1911-1958), foi composta (1940) para Carmen Miranda (1909-1955), mas gravada (1941) pelos Anjos do Inferno; aqui, aparece na versão pós-tropicalista e pós-João Gilberto dos Novos Baianos (1972): “Chegou a hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor/ (…) o tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada/ anda dizendo que o molho da baiana melhorou seu prato/ (…) na Casa Branca já dançou a batucada de ioiô e iaiá/ Brasil, esquentai vossos pandeiros/ iluminai os terreiros/ que nós queremos sambar”.
43. “Todos Juntos”, de Luiz Enriquez e Sérgio Bardotti (e Chico Buarque), cantada por Nara Leão, Miúcha Buarque de Hollanda,Ruy e Magro do MPB 4, e um monte de crianças de sobrenome Buarque de Hollanda, no musical Os Saltimbancos (1977): “Mais dia, menos dia, lei da selva vai mudar/ todos juntos somos fortes/ somos flecha e somos arco/ todos nós no mesmo barco/ não há nada pra temer/ ao meu lado há um amigo/ que é preciso proteger/ (…) e no mundo dizem que são tantos/ saltimbancos como somos nós”.
44. “Cordão”, de Chico Buarque (1971), em versão de Wilson Simonal (1975): “Ninguém, ninguém vai me acorrentar/ enquanto eu puder cantar/ enquanto eu puder sorrir”.
(*) Após algumas ligações não atendidas e alguma insistência, FAROFAFÁ conseguiu confirmar em 11 de abril de 2011: Chico Buarque pertence à UBC, e não à Amar Sombrás. Ana de Hollanda não consta das listagens da associação que atendeu ao chamado e que afirmava ter acesso a todos os associados do sistema Ecad. Gutemberg Guarabyra, que reclamou do nosso erro, já foi da Amar Sombrás, mas atualmente está na Abramus.
To precisando fazer parte desse clube que tem a chave dos cofres,mas não me deixam entrar; alegam que escrevo mal, toco mal , canto mal e tenho cara de pamonha.
A melhor e maѕ moderna opção pаra controle Ԁe
cupins.
Belchior, Elis Regina , Chico, Alceu Valença, Bethânia, Djavan etc,etc,e etc São a maior riqueza da nossa cultura musical! Uma pena demorar tanto para uma renovação de talentos como estes que citei! Só nos resta recorrer ao passado!