Balada gospel from farofafabr on 8tracks.

Segue uma lista MPB de inspiração religiosa, inspirada pela celeuma da hora, envolvendo o Congresso Nacional, a presidenta Dilma Rousseff e a dúvida: gospel é ou não é cultura?

 

1. “Jesus Cristo” (1971) – O gospel mais famoso de Roberto Carlos e Erasmo Carlos, na versão funk envenenado de Erlon Chaves & Banda Veneno.

2. “Luz Divina” (1991) – O gospel mais católico de Roberto e Erasmo: “Essa luz só pode ser Jesus”.

3. “Figa de Guiné” (1972) – Mandingas e axés de Nei Lopes e Reginaldo Bessa, na voz da jovem Alcione.

4. “Cálix Bento” (1974) – Fé católica de domínio público, na voz etérea de Nara Leão.

5. “Romaria” (1977) – Fé católica de Renato Teixeira, na voz arredia de Elis Regina.

6. “Cristo, Quem É Você” (1972) – A fé furada de dúvidas, na voz sofrida de Odair José (e Silva Santos).

7. “Sentinela” (1981) – Fé, medo, catolicismo e morbidez, por Milton Nascimento (e Fernando Brant), na releitura de 1981, com vocais arrebatados e arrebatadores de Nana Caymmi.

8. “Dos Cruces” (1978) – Amor, fé, sexualidade e esquecimento, por Ney Matogrosso. Composição de Carmelo Larrea.

9. “Eu Quero É Deus” (2000) – Gospel sacudido e tropicalista de Baby do Brasil, ex-Baby Consuelo, evangélica, pastora, sempre velha nova baiana: “Não importa o que vão pensar de mim/ tô nem aí/ eu quero é Deus”.

1o. “Fica Mal com Deus” (1964) – Um Deus enfezado, por Geraldo Vandré.

11. “Reza” (1965) – Um Deus sincrético em tempo, por Edu Lobo (e Ruy Guerra).

12. “Deus Lhe Pague” (1971) – Deus em tempo de ditadura, Chico Buarque cria ou não cria?

13. “Foi Deus” (1967) – Deus em tempo de ditadura, Agnaldo Timóteo cria piamente. Composição de Alberto Janes.

14. “Deus É o Amor” (1969) – Deus em tempos de ditadura, Jorge Ben cria – e convocava Gal Costa ao clamor samba-rock.

15. “Deus Vos Salve Esta Casa Santa” (1968) – Deus em tempos de ditadura, Caetano Veloso e Torquato Neto não criam – e convocavam Nara Leão ao desclamor tropicalista.

16. “Rock do Diabo” (1975) – Seria o diabo uma divindade a ser adorada? Para Raul Seixas (e Paulo Coelho) seria, sim.

17. “Tributo aos Orixás” (1972) – Clara Nunes chama os deuses do candomblé (canção de Mauro Duarte e Rubem Tavares).

18. “Filhos de Gandhi” (1975) – Gilberto Gil (também autor) e Jorge Ben chamam os orixás em pique de inspiração sobrenatural.

19. “Maior É Deus” (1974) – Nem sempre o samba é dos orixás: Beth Carvalho interpreta Eduardo Gudin e Paulo César Pinheiro.

20. “Sete Luas” (1975) – O cristianismo algo psicodélico de Baiano & Os Novos Caetanos – ou seja, Arnaud Rodrigues e Chico Anysio.

21. “Dois de Fevereiro” (1969) – Dorival Caymmi celebra Iemanjá no dia do aniversário dela.

22. “Deusa do Rio Niger” (1974) – Iansã, Oiá, Odoiá: a deusa que Elza Soares chama em estado de graça. Composição de Walter Norambê e Motorzinho.

23. “Alojá Yang/ Gira das Ervas” (1982) – Luhli & Lucina (e os coautores Mário Avellar e Maria Maria) chamam mamãe Terra, orixás, deuses, sílfides, elfos e quem mais quiser chegar.

24. “As Ayabás” (1976) – Deus pode ser homem, como pensa a maioria, mas Maria Bethânia prefere evocar a deusa, as deusas, em companhia dos autores Gilberto Gil e Caetano Veloso e vocais d’As Gatas.

25. “Porta do Sol/ Jesus (Negro Bonito de Olhos Azuis)” – E se Jesus fosse negro? Wando ousa especular (com o coautor Sérgio Lemke).

26. “Ave Maria da Rua” (1976) – E se Nossa Senhora fosse uma prostituta? Raul Seixas e Paulo Coelho ousam especular.

27. “É d’Oxum” (1992) – Mamãe Oxum, exaltada por Gerônimo e Vevé Calasans, pelos óculos de Gal Costa.

28. “Mamãe Oxum” (1997) – Do domínio público e sob influências árabes, a mesma deusa, adaptada por Zeca Baleiro e cantada por ele com Chico César.

29. “Cristo e Oxalá” (1999)  – Fé sincrética, por O Rappa (de Marcelo Yuka, Marcelo Falcão, Lauro Farias, Xandão, Marcelo Lobato).

30. “Eu Te Amo Jesus Cristo” (1972) – Fé cega, por Léo Canhoto & Robertinho.

31. “Fé Cega, Faca Amolada” (1975) – Vai ser, vai ser, vai ter de ser, vai ser. De Milton Nascimento e Ronaldo Bastos, com Milton e Beto Guedes.

32. “Procissão” (1968) – A procissão se arrasta como cobra pelo chão, na Bahia paulista tropicalista de Gilberto Gil e dos Mutantes.

33. “Lamento de Exu” (1966) – Um dos clássicos afro-sambas de Baden Powell e Vinicius de Moraes, em tom de prece suave. Décadas depois, Baden iria se converter evangélico e abolir do próprio repertório os “saravás” do “Samba da Bênção”.

34. “Exu Caveirinha” (?) – Não tenho mais informações (se alguém puder ajudar, agradeço), mas eis aqui a umbanda, por Carlos de Xangô San Miguel.

35. “Boca de Sapo” (1979) – João Bosco e Aldir Blanc caem na macumba.

36. “Bandeira do Divino” (1978) – Devoção & folguedo, por Ivan Lins e Vitor Martins.

37. “Louvação a João XXIII” (1968) – Luiz Gonzaga, o rei do baião, declara sua fé católica bem nordestina e sertaneja, em clamor de Nertan Macedo e Monsenhor Morão. O disco long-play se chamava “O Sanfoneiro do Povo de Deus”.

38. “Pai Véio 171” (1983) – Irreverente, Bezerra da Silva tira sarro do charlatanismo de um pai de santo. Composição de Luiz Moreno e Geraldo Gomes.

39. “Gente Fina” (2004) – Convertido à Igreja Universal do Reino de Deus, Bezerra da Silva canta, em samba, gospel composto por um certo Marcelo Crivella.

40. “Milagres do Povo” (1985) – A prece do ateu, por Caetano Veloso: “Quem é ateu/ e viu milagres como eu/ sabe que os deuses sem Deus/ não cessam de brotar/ nem cansam de esperar”.

41. “O Povo de Deus” (2002) – Religiosidades mineiras, domínio público e Fernanda Takai, para um desfile de Ronaldo Fraga.

42. “Deus, a Natureza e a Música” (1976) – A divindade habitando outros territórios além das religiões, de Jacks Wu, por Hyldon.

43. “Aos Pés da Cruz” (1959) – João Gilberto, o pai da bossa nova, estreou católico em LP, cantando esta devoção de Marino Pinto e Zé da Zilda.

44. “Cordeiro de Nanã” (1977) – João Gilberto também cantou para a orixá Nanã, nesta gema de Mateus Aleluia e Dadinho. Aqui, a genial versão autoral d’Os Tincoãs.

45. “Santa Maria” (1978) – Uma Nossa Senhora gaúcha, por Hermes Aquino.

46. “Ave Maria no Morro” (1970) – A prece elevada do alto do morro, por Herivelto Martins (do Trio de Ouro), em versão black power de Wilson Simonal.

47. “Ave Maria” (1950) – Dalva de Oliveira, voz divina do Trio de Ouro, e a “Ave Maria” de Vicente Paiva e Jayme Redondo.

48. “Jesus Cristo” (1970) – o gospel mais desesperado, na versão autoral de Roberto Carlos.

49. “Jesus Chorou” (2002) – A fé ferida de Mano Brown e seus Racionais MC’s.

50. “Menino Jesus de Praga” (1978) – o gospel mais suingado, pelos quadris de Jorge Ben.

51. “A Voz” (2010) – A voz da vez, Michel Teló, gosta de sexo. E de Deus.

 

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3 COMENTÁRIOS

    • Verdade, Antonio… E, um ano depois, a “Nave Maria” de Rita Lee, composta por Caetano Veloso e Roberto de Carvalho, né? #coincidência? 🙂

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