foto: marie madeira/agência fadas

“Quando estava na faculdade (Universidade McGill de Montreal) e comecei a escrever a a ter contato com outros escritores da cidade, tínhamos a sensação de que o que fazíamos era muito importante porque não havia público. Não estávamos em Londres ou Nova York – não tínhamos o peso do establishment literário a nos dizer o que era possível e o que não era possível fazer. Não havia restrições. Tínhamos a sensação de viver uma ocasião histórica a cada vez que nos reuníamos para beber cerveja. Nós nos achávamos famosos com 16 ou 17 anos, e acho que isso nos deu uma forte sensação de identidade. Irving Layton acredita que isso – essa forte sensação de identidade – é essencial para a sobrevivência do escritor, porque caso contrário ele pode sucumbir. A atmosfera dos nossos encontros e reuniões em cafés de Montreal ou em nossas casas nos indicava que isso era a coisa mais importante que acontecia no Canadá – éramos os legisladores da humanidade, tínhamos uma função redentora. Íamos restaurar a vitalidade através da linguagem, conferir significado à nossa experiência e à experiência do País. Eram noções desvairadas e extravagantes que passavam pelas nossas cabeças”.

LEONARDO COHEN, POETA, CANTOR E COMPOSITOR (Em depoimento a Mikal Gilmore no livro Ponto Final, recém-lançado pela Companhia das Letras, tradução de Oscar Pilagallo)

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

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