FEIST & JEFF

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a cantora feist

ouvindo aqui o novo disco do wilco, que só será lançado no dia 30.
mandaram adiantado.
wilco, the album.
tem pelo menos duas canções fantásticas, certas baladas caipiras de que gosto tanto, felpudas, carinhosas, com aquela maciez de toalha velha.
uma dessas novas baladas vai causar: YOU AND I, com jeff tweedy cantando com uma convidada chiquérrima, a canadense Feist (que teria vindo ao Brasil em 2007, mas ficou afônica alguns dias antes de embarcar).

não vou dispor nada desse material aqui porque senão me processam, recebi em confiança.
som do wilco, desde que ouvi pela primeira vez, tem um efeito meio nostálgico em mim
(bolinhas de argila na beira do rio, que eu esperava secarem ao sol para depois usar no estilingue).
não vou dizer que é um sentimento cheio de noblesse.
não, é até meio cafoninha. não renego.
a música tem aquela fleuma vocal de jane & herondy.
diana ross & lionel ritchie em endless love.
sensações parecidas.
é bom por que tem também a música que escapa da respiração dela quando ela adormece sem querer no meio da viagem (e que cheiro bom!).

já ouvi o wilco no finalzinho da tarde em chicago, no lollapalooza do ano passado.
cigarrettes & alcohol. duca. o skyline de prédios modernosos recortados ao fundo, como uma invasão de monstros japoneses.
o disco do wilco tem um slide crepuscular delicioso na faixa SOLITAIRE.
disquinho bacanérrimo, meio acusticão, cheio de dedilhados preguiçosos.
“i’ll fight, i’ll kill for you, i’ll die”, canta o velho jeff tweedy, o feinho mais pintoso do mundo do rock alternativo.

sempre achei que um cara, se vai escrever sobre música (ou sobre quadrinhos), tem de agarrar a música (ou o gibi) pelas unhas.
dar uma banana para os sentimentos mais cartesianos e abraçar algum delírio, quer ele passe de charrete ou de ferrari. vejo uns textos por aí que não consigo distinguir da lista telefônica. outros parecem discurso de líder integralista (“se você não gosta do que eu gosto, você é um bosta”; “escravos, matem os caras de quem eu não gosto! eles não merecem viver!”).
como resenhista, eu nunca pretendi tornar nada em hype.
isso é coisa para gente muito phoderosa, nunca pretendi nada assim (deixo isso para os colegas que influenciam milhões, inclusive os críticos anglosaxões, que lêem o hype que os colegas criam em português e depois o transmitem a ingleses e americanos – fabuloso bumerangue cultural).
mas se um disco é bacana, tenho a petulância de recomendá-lo aos amigos.
se um disco é ruim, por vezes eu tenho a manha de perder tempo tentando dizer porque é tão ruim (é claro, também ganho para isso).

recomendo o novo wilco.

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