Estou voltando para casa hoje com um disco de vinil do Sonny Rollins autografado.
“To Jotabe. Sonny Rollins. NYC 2008”.
Uma foto sentado no sofá ao lado do Sonny, no camarim dele, eu rindo de bobo alegre.
Exibido? Yeah, hoje estou.
E tem mais: eu perguntei ao Sonny se ele pretendia tocar St. Thomas logo mais, no seu show no SummerStage Festival, no Central Park, e ele me perguntou se era um pedido. “Ok, vou tocar para você”, disse.
No meio do show, ele parou e disse: “Pedido especial. Não toco essa música há uns 150 anos”.
E tocou St. Thomas. Foi demais. Os aviões passando no céu de Manhattan e eu vendo o melhor show de jazz que vi nos últimos anos.
Ele tocou In a Sentimental Mood também, e foi de arrepiar.
O trombonista é quem vai abrindo o caminho para o sax de Sonny.
Tem baterista, percussionista, guitarrista e baixo elétrico.
Sonny contou que vai fazer aniversário no dia 7 de setembro, uma data especial para nós, brasileiros. Sonny acha que nós temos o mesmo afeto pela nossa independência que os americanos têm pela sua.
Disse que o que lembra do Rio de Janeiro foi a vista da janela do Hotel Nacional, onde esteve nos anos 1980, de onde era possível sentir “a força do Atlântico”.
Ao lado dele, estava sentado o Bill Saxton.
Sonny caminha com dificuldade, a barba branquinha e o camisão vermelho.
Mas toca como ninguém toca ainda, nem vai tocar em muitos anos.
É a minha impressão.
Sonny é um rei.
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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

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