BLITZ, DOCUMENTO!

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Ontem à noite, no Sesc Pompeia, um show extraordinário: Blitz, the Ambassador.

Um rapper com uma big band afiadérrima.

Funk, jazz, soul, afrobeat, reggae, rock, Miriam Makeba e improvisos.

Chuck D encontra Fela Kuti no Brooklyn.

Samuel Bazawule, de 30 anos, é o homem que se abriga sob a metralhadora de rimas de Blitz the Ambassador. Ele nasceu na África, em Gana, mas cresceu no Brooklyn, em Nova York, onde vive.

Contou que sua conversão ao hip-hop começou quando ainda era um menino, e ouviu um disco do irmão mais velho, It Takes a Nation of Millions to Hold Us Back, do Public Enemy. Seu hip-hop é politizado, tem um discurso de afirmação, mas é basicamente a musicalidade que sustenta seu show.

Em dado momento, ele salientou a diferença: seu hip hop não tem DJ. Mas aí ele fez um scratch com a boca e o djembê que estava tocando. Ele encaixa a voz entre os instrumentos, soando como outro instrumento, e age como um MC que põe sua voz a serviço de um conjunto, e não o contrário.

Big band fodida, oito caras no palco. Os únicos branquelos eram o guitarrista, Raja Kassis, e o baixista, Lex Sadler (vestido como se fosse um dos Beastie Boys).

Blitz tocou 16 músicas. O título de uma delas, Akwaaba, ele explicou que significa “bem-vindo”. No bis, matou com Victory Breathe – nos bastidores, depois do show, um fôlego era tudo que faltava para os músicos, que jaziam recostados nas paredes, exaustos.

O povo dançou de se acabar. Depois do show, Blitz desceu do palco e foi para o meio da galera.

Fomos comprar o CD, mas não tinha mais.

Blitz disse que volta. Estaremos lá.

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