Observada com amor pelos veteranos João Donato, Arrigo Barnabé, Egdard Scandurra, Taciana Barros e Chico César, a nova música brasileira vem à luz e diz qual é o seu nome, em versos como “não, não, golpe não/ quem não teve voto tem que respeitar”.
Num tecido complexo e plural cerzido em hip-hop, MPB, funk, tropicália etc., surgem, por ordem alfabética, Alice Caymmi, Ana Tréa, Ava Rocha, Cacá Machado, Coruja BCI, Drik Barbosa, Fioti, Guizado, Jovem Cerebral, Liga do Funk, Lucas Santtana, Luís Felipe Gama, Max BO e Rico Dalasam.
“Golpe é ditadura, eu digo nunca mais/ a vontade das urnas prevalecerá/ pois quem distorce os fatos em telejornais/ quer inflamar o ódio pro gueto sangrar”, canta o rapper Coruja BCI, em recado direto ao jornalismo que sede vende neutro para militar por um lado do muro de classe que hoje tenta separar o Brasil em dois.
“O machismo mata, a imprensa mente/ mas a internet é nosso canal”, afirma Ana Tréa, dando nomes aos bois e desnudando a campanha de misoginia não-assumida contra Dilma Rousseff. “Nananina não!”, reforça a garotinha do Pequeno Cidadão de Scandurra e Taciana.
Sob imagens de morros periféricos e de manifestações nos grandes centros, o discurso transpira pluralidade e fome democrática, política e afeto, e a conclusão surge fluente como água na fonte: “Ninguém vai impedir meu jeito de amar”.
Maravilhoso! Um verdadeiro hino à democracia e às liberdades civis que o povo brasileiro quer e merece! Parabéns! Vamos cantar para sempre! Golpe não! Democracia sim e o Brasil para os brasileiros!
Obrigado, Vera 🙂