O rapper pernambucano Diomedes Chinaski antecipa o lançamento de seu próximo álbum, Crocodiloboy, de um modo original, com o curta-metragem Lágrimas de Crocodilo, que em 12 minutos e meio apresenta trechos de seis faixas do disco a ser lançado em breve. Os novos raps revelam pulso forte, com alto suingue nordestino e referências mordazes a gêneros negros como o jazz e o soul. Mesmo assim, a parte musical não chega a ser o elemento principal de Lágrimas de Crocodilo.
Afinado com o espírito do tempo, o curta começa com cenas de um velório, em que o corpo presente é o do próprio rapper. “Eu morri, depois voltei”, anuncia-se depois do prelúdio em que Diomedes fala de dois cegos, Jair Messias e Donald Trump: Vocês culpam o diabo, mas vocês são sócios. A morte e o renascimento correspondem à saída de Pernambuco e à chegada a São Paulo, verdadeiras e maiores razões de ser de Lágrimas de Crocodilo. Cenas históricas da chegada do “trem do norte” entremeiam depoimentos de nordestinos em São Paulo, inclusive o próprio rapper. “Todos os músicos do Nordeste vêm pra cá com raiva de ter que vir pra cá pra fazer música, na real, porque ninguém queria ficar longe de casa pra fazer música”, ele afirma.
A tensão Nordeste-Sudeste emoldura a ação, enquanto o choque de culturas remete a outro histórico disco migratório, o Clara Crocodilo (1980) do paranaense Arrigo Barnabé. Os assuntos do curta de Diomedes Chinaski são atuais e candentes, e aquecem a espera por Crocodiloboy.
Você pode assistir o curta-metragem nessa quarentena através do YouTube do Diomedes Chinaski.
Que feio Carta Capital, postando conteúdo de pedófilo, que feio que feio, vai perder um leitor.
Diomedes assediou uma criança, algo que já foi comprado e admitido por ele mesmo.