A música de fronteira das irmãs Espíndola

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Novo álbum das irmãs Espíndola dá sequência no projeto de resturação do cancioneiro caipira

Há 21 anos, as irmãs cantoras e compositoras sul-matogrossenses Tetê Espíndola e Alzira E encontraram-se em um projeto de restauração, no palco, do cancioneiro brasileiro caipira, interiorano e de fronteira. A reunião resultou no CD Anahí, que motiva agora, após mais de duas décadas, uma sequência, desta vez gravada em estúdio, batizada Recuerdos. Sob apurados arranjos orquestrados de Zé Godoy, as 13 faixas superam Anahí em excelência e transbordam de emotividade, delicadeza e elegância.

O conterrâneo Ney Matogrosso se une às duas irmãs que ajudaram a definir a musicalidade da chamada vanguarda paulista em cinco faixas que revisam a influência paraguaia na nossa música de fronteira, as históricas Meu Primeiro Amor (Lejania), Ciriema, Índia, Recuerdo de Ypacarí e A Matogrossense. O repertório, magistral na fotografia que faz do Brasil profundo, parte do fundador Lamartine Babo (em Serra da Boa Esperança), visita a mehor música caipira (Pé de Cedro), homenageia os matos grossos (“Trem do Pantanal”) e incorpora momentos raros das obras da família Espíndola, em Raça das Matas (do irmão Geraldo Espíndola), Águas Irreais (de Tetê e Arnaldo Black) e Rio Vermelho (de Alzira sobre poema da goiana Cora Coralina). Longe do Rio Vermelho/ fora da Serra Dourada/ distante desta cidade eu não sou nada, nada, canta Rio Vermelho, num lindo resumo do espírito de Recuerdos.

Recuerdos. De Tetê Espíndola e Alzira E, com participação especial de Ney Matogrosso. Sesc. Shows de lançamento no Sesc 24 de Maio, sexta-feira (28), às 21h, e sábado (29), às 18h.
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