Ele acompanhou Miles Davis em 1986, quando tinha 35 anos. Tocou com Bob Dylan, Joni Mitchell (sua favorita) e George Harrison, e acompanhou ao longo de sua carreira estrelas de mundos diferentes como Kiss, Bonnie Raitt, Bill Evans, Rickie Lee Jones e Barbara Streisand. O guitarrista californiano Robben Ford é, aos 63 anos, uma unanimidade no seu instrumento. “Respira o mesmo ar rarefeito de Jeff Beck, Derek Trucks e Eric Clapton”, escreveu um resenhista.
Indicado cinco vezes ao Grammy, ele chega ao Bourbon Street Music Club na quinta-feira que vem, dia 13, para lançar o 35º disco de sua carreira, Into the Sun, um apanhado de canções que projeta modernidade e refinamento ao blues moderno. Há exatamente um ano, Robben esteve no Brasil para uma única noite, e tocou um disco que tinha feito em apenas um dia, A Day in Nashville. Agora, ele retorna com um trabalho de fôlego, Into the Sun, artesanato de ourives na composição, e que tem parcerias com notáveis da velha safra (como Keb Mo e Sonny Landreth, lenda do slide) e da novíssima safra (a soul singer ZZ Ward e o emergente prodígio texano Tyler Bryant, de 24 anos).
Na noite passada, eu liguei para a casa de Robben Ford na Califórnia. Falamos brevemente sobre esse retorno, sua quinta vez no Brasil. “Eu não gosto de ser um bandleader. Gosto de ser membro de uma banda. Como eu toco música original, composições originais, sei que preciso me dedicar a compor e me aplico. Para estar na estrada, eu me entendo com os outros músicos. Mas eu sou, principalmente, um guitarrista. Tocar a guitarra é o meu negócio”, disse Robben.
Ford concordou com ressalvas acerca da afirmação, minha, de que seu novo disco, Into the Sun, parece pesar mais a mão em direção ao rock do que os dois anteriores, que amenizavam a travessia com algum jazz. “O jeito que eu toco é primordialmente blues. Acho que o mais importante sempre é ter uma boa canção na mão, e ela mesma dá a direção; conforme a pegada, ela é mais sombria, lenta, e se for mais áspera, torna-se mais rock. Não tem segredo”, diz o guitarrista, que é também um celebrado educador.
“Robben Ford nunca deixa os amantes do blues na mão”, escreveu outro resenhista americano. Fato: o blues contemporâneo vira ouro nas guitarras de Ford: duas Gibson SG de 1963 e 1964, uma Telecaster 1960 e a Gibson B-25 acústica.
Ele foge dos clichês de entrevistas habilmente. Instado a falar sobre as perdas recentes de bluesmen históricos, como B.B. King, Johnny Winter e outros, foi delicado. “Cada geração cresceu ouvindo seus ídolos. A nossa teve o privilégio de ter convivido com Albert King, Albert Collins, grandes músicos, e é claro que sentimos suas perdas. Mas pudemos vê-los vivos, em ação, e isso é maravilhoso. A geração antes da minha teve o privilégio de ouvir músicos dos anos 20, 30, Son House e outros. As gerações que estão chegando têm o privilégio de ouvir outros novos fantásticos, como Keb Mo. Sempre tem gente fazendo algo positivo na cena do blues e do rhythm’n’blues”, disse.
Sobre a parceria com uma garota recém-chegada ao showbiz, a loira ZZ Ward, ele é só elogios. “Eu me identifiquei com ela. Nós fizemos juntos a música, ela escreveu a letra e foi a única que gravamos ao vivo juntos no estúdio. Foi um encontro afortunado”, disse. ZZ Ward (cujo nome completo é Zsuzsanna Eva Ward) vem fazendo parcerias famosas – já excursionou também com Eric Clapton. “Eu gosto de incorporar coisas novas à tradição, ir adiante com a tradição”, disse o guitarrista, um dos 100 Melhores da História segundo consecutivas listas periódicas de críticos e experts.
“Nas minhas contas, essa é a quinta vez no Brasil. Mas nunca tive oportunidade de ouvir com atenção a música brasileira. Gosto de Tom Jobim, mas não conheço muito mais”, desculpou-se Robben. Guitarristas que prezam a elegância no instrumento vão rumar para Moema na semana que vem.
Serviço
Local: Bourbon Street | Rua Dos Chanés, 127 – Moema – SP
Bilheteria Bourbon Street: Rua dos Chanés 194 – de 2ªf.a 6ª.f das 9h às 20h, sábado e feriado das 14h às 20h
Fone para reserva: (11) 5095-6100 (Seg. a sexta) das 10h às 18h
Data : 13/08/2015 – quinta-feira
Horário: 22h30- quinta-feira
Abertura da casa: 21h
Duração: 80 min. aproximadamente
Couvert Artistico: R$170,00 (mesa standart) e R$ 220,00 (mesa premium) 1º Lote
Venda também pela Ingresso rápido – 11 4003 1212 – www.ingressorapido.com.br
Censura: 18 anos e 16 anos acompanhado de responsável
Capacidade: 450 pessoas
Estacionamento/ Valet: R$ 25,00
Aceita todos os cartões de débito e crédito.
Acessibilidade motora
Ar condicionado.
Wi-fi ( solicitar senha na casa)
Homepage: http://www.bourbonstreet.com.br/
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