A REAÇÃO DE ANA

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A ex-ministra Ana de Hollanda reagiu esta manhã à escalação de Juca Ferreira para a coordenação cultural da campanha de Dilma Rousseff à presidência. Ela viu algum tipo de retaliação a si na nomeação do atual secretário de Cultura de São Paulo.
Ela se mostra contrariada com a nomeação por considerar Ferreira “polêmico” e “belicista”.
Também o acusa de ter redigido texto no Globo online.
Ana postou o seguinte post no Facebook:

Caros amigos e seguidores facebuqueiros,

Fui surpreendida hoje com uma notícia bastante preocupante para a Cultura e para a campanha de reeleição da Presidente Dilma. O ex-ministro da Cultura, anterior à minha gestão, Sr. Juca Ferreira, foi chamado para coordenar a campanha da candidata petista no campo cultural.
A escolha em si poderia ser considerada natural, não fosse ele um político de personalidade polêmica, extremamente belicista que, fora cargos públicos que ocupou, tem pouca relação ou conhecimento da complexa realidade do mundo da cultura.
Desde que meu nome foi anunciado como uma possível futura ministra, nos fins de 2010 (quando ele se empenhava na campanha do “fica Juca”), até o fim de minha gestão, ele trabalhou obsessivamente, apoiado por grupos de militantes de sua ligação, em uma campanha sórdida de difamação, calúnias sobre mim e inverdades sobre o trabalho desenvolvido no MinC. Esse grupo orquestrou, pela internet, tuitaços e blogaços de baixíssimo nível, assim como enviou representantes ao ministério com ameaças e chantagens. O ex-ministro, pessoalmente, e seu grupo chegou ao extremo de, na abertura do Festival de Cinema de Brasília em 2011, no escuro e fundo da sala, puxar vaias, enquanto o resto aplaudia.
Por ser um governo de continuidade, evitei entrar em confronto direto, como ele provocava, assim como não divulguei todas as irregularidades como pontos de cultura a mais de um ano sem receber, convênios glosados pelo parecer da CGU, etc.
Mas a pergunta que não quer calar é o que, no meio de uma campanha tão dividida, motiva o partido a chamar para coordenar uma pessoa controversa que mais afasta do que aglutina o meio cultural? Que divulga no Globo online que “relação com a classe artística azedou de vez na gestão de Ana de Hollanda no Ministério da Cultura”?

Para finalizar, quero deixar claro que meu meio é o das artes, não tenho a menor ambição política e só aceitei o cargo temporário de Ministra da Cultura, feito diretamente pela Presidente Dilma, por ser um desafio numa área que conheço bem e tenho ótima interlocução.

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter desde 1986 e escritor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019), Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021) e O Último Pau de Arara (Grafatório, 2021)

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