Como cidadão que gosta de música, política e identidade, faço questão de reproduzir aqui a fala da ministra da Secretaria dos Direitos Humanos do Brasil, a catarinense Ideli Salvatti (PT), durante entrevista coletiva de apresentação da 18a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, no domingo, 5 de maio de 2014.
Não verifiquei com a profundidade devida hoje, mas sou capaz de bater uma aposta como NADA deste discurso consta das páginas da grande, tradicional & velha mídia brasileira na cobertura da Parada (aliás, que cobertura mesmo é essa?).
(Os negritos e os itálicos são do PAS, que é gay e se sente integralmente contemplado pelas palavras de Ideli, especialmente as negritadas.)
“Tanto na fala do Fernando Quaresma (da ApoLGBT) quanto na da (transexual) Janaína Lima, há uma pergunta que não quer calar: por que nós precisamos aprovar uma lei para criminalizar a homolesbotransfobia? É difícil falar isso, e mais difícil é combater. Por quê?
“Quero aqui deixar muito claro que a compreensão que nós temos, enquanto governo da presidenta Dilma Rousseff e enquanto secretaria de Direitos Humanos, de que essas lutas e essa disputa, tanto na sociedade, no Congresso Nacional, no poder judiciário, pelo direito de cada um ser o que é, para cada um poder exercer aquilo que acredita e que é da sua naturalidade e essência, é uma briga de poder. Isto é uma briga de poder. É de poder, para ser exercido em nome e a favor de todos ou em nome e a favor de poucos. E ela tem muitas facetas. Muitas. O machismo é uma delas. O racismo é uma delas. O patrimonialismo é uma delas. A violência contra trans e lesbo é também uma delas.
“O poder, infelizmente, é homem, branco, rico e hétero. O poder é isto, no nosso país (mas a presidenta da república é Dilma Rousseff), e é por isso que a gente tem que cotidianamente trabalhar, disputar e avançar. E é por isso que nós estamos aqui participando ativamente, trabalhando muito intensamente para dar visibilidade à violência. É por isso que existe o trabalho que a Secretaria de Direitos Humanos faz, com o Disque 100. Estamos hoje com a campanha “não guarde no armário“. Denuncie, disque 100, para a gente poder ter a dimensão exata do que acontece na nossa sociedade, de onde estão os focos, como a gente trabalha.
“Nós temos uma busca de parceria com os governos estaduais para tomar as atitudes, e não é fácil. Não é fácil. Porque, por exemplo, o termo de cooperação técnica para o enfrentamento à homofobia, que é uma cooperação entre o governo federal e governos estaduais, foi assinado por apenas 17 estados até agora (o estado de São Paulo, governado por Geraldo Alckmin, que está sentado ao lado de Ideli, foi um dos que não assinaram). Só temos oito comitês estaduais de enfrentamento à homolesbotransfobia constituídos no Brasil. É fundamental estruturarmos, nas estruturas governamentais, essa institucionalização do combate.
“Nós temos, juntos, um grande desafio. Vocês colocam 2 milhões, 3 milhões de pessoas na rua. Nós precisamos transformar isso em votos no Congresso Nacional (aplausos acalorados), para a gente poder aprovar. Porque a disputa do poder, essa imagem de poder de homem, branco, rico, hétero, está instalada lá. Nós temos que disputar lá.
“Quero dizer isso com muita tranquilidade, porque fui parlamentar. Fui deputada estadual, senadora e sei o quanto é difícil aprovar qualquer lei para combater essa visão de poder para poucos. Não pense, hoje a gente tem uma Lei Maria da Penha, mas foi um sufoco aprovar. Nós temos legislação contra o racismo, foi um sufoco. Estamos com a PEC contra o trabalho escravo tramitando há anos, e não conseguimos aprovar ainda.
“É tudo face da mesma moeda. É por isso que temos uma parada, um processo eleitoral pela frente, onde temos indiscutivelmente que pautar essa discussão, mas não uma discussão setorializada. Ah, este segmento da sociedade sofre violência e discriminação. Não. Todos aqueles que não são sequer parecidos com a imagem do poder são discriminados, e portanto temos que trabalhar em conjunto, na mesma visão, de defender um país governado para todos em nome de todos, e acabar com aquele sentimento que infelizmente ainda está na sociedade.
“Infelizmente, quando você entra num aeroporto percebe gente virando o nariz porque agora tem pobre viajando de avião, ou quando as pessoas olham torto para uma travesti ou para alguém com alguma deficiência, ou jogam banana para um negro, ou coisas parecidas.
“O trabalho da Secretaria de Direitos Humanos é transversal, a gente trabalha com o Ministério da Educação, da Saúde, da Justiça, em várias frentes. Temos três secretarias que cuidam da especificidade da violência e da discriminação: mulheres, negros, pessoas com deficiências, crianças, adolescentes, a comunidade LGBT. É em nome desse esforço do governo da presidenta Dilma que nós estamos aqui para dizer que cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é, mas fazer com que isso vire direito de todos é tarefa de todos nós, não apenas de alguns, não apenas de poucos. Sucesso para a Parada e sucesso maior nas atividades e nas ações depois da Parada. É isso que é importante para todos nós, para a sociedade brasileira, para o nosso querido país (aplausos e gritos)”.
“O poder, infelizmente, é homem, branco, rico e hétero.” — Alguém faz o favor de tirar o Dirceu da cadeia, por favor????
Hahahaha, que engraçado – na falta do que dizer sobre a frase, né, Vitor?
Mas, sim, Vitor, acho que você tem razão. Não é curioso que, em pleno governo petista, um poderoso que é homem, branco, hétero e rico (ele é rico?) tenha ido em cana, como nunca “dantas” na história deste país? E não é curiosíssimo que ele seja petista, com héteros ricos homens brancos duvidosos espalhados por todos os partidos do Brasil?
É muita curiosidade, viu?, pra quem for curioso.
Pois é Pedro… Na verdade o meu ponto é que o que importa mesmo é ser rico… Certamente uma mulher homossexual negra e rica será muito melhor tratada que um homem heterossexual branco e pobre no Brasil… Mas aí acaba com a teoria do autor, não quero fazer isso…
essa aí se aposentou com um super salário. Essa aí utilizou helicoptero da policia federal para assuntos particulares. Essa mulher representa tudo o que nao presta. FORA PT.
O poder é homem, branco, rico e hétero – e eu aposto que você não se chama Hugo Chaves, Hugo Chaves.
agora a cartilha tem outros culpados. Assim, a cartilha atualizada manda a massa ignara repetir exaustivamente que a culpa é do FHC, dos EUA, da ditadura, da grande mídia, dos facistas…e agora também dos brancos. QUE NOJO DESTES PETRALHAS. CADEIA PARA OS PETRALHAS. FORA PT.
Aprovei seu comentário ofensivo porque não gostamos de rejeitar comentários, sr. pseudo-Hugo. Mas é de baixíssimo nível. Viva a neutralidade da rede.
Será que este pessoal sabe que, com essa nova legislação, metade dos leitores aqui poderiam abrir um processo contra eles( não por homofobia, queridos agressores, por danos morais e difamação contra 33% da ´população, pelo “Nojo” aos petistas) Não voto em Dilma(mais por considerá-la uma má gestora do que por falta de sintonia ideológica), mesmo assim acho que insultos não cabem ( nem aqui, nem em lugar nenhum).
E olhe que nem posso me queixar disso, viu, Gabriel, porque em grande medida fomos nós, jornalistas (incitados por nossos patrões, mas deixemos isso pra outra hora), quem acostumamos os atuais comentadores de internet a acreditar que podem ofender e difamar tudo e todos sem qualquer consequência.
Mas, mais ou menos como diz uma certa presidenta, antes a liberdade de expressão ofensiva que o silêncio dos cordeiros. Não tem como a gente se economizar de passar por essa fase, e ela é saudável mesmo quando não pareça.
Em tempo: obrigado pelo comentário inteligente, provocativo e educado! 😉
Que bom que você não rejeita comentários, por pior que eles sejam…. Afinal, um veículo que se propõe a ter uma ideologia tão libertária não deveria praticar a censura… Mas tem um colega seu que escreve aí ao lado que não pensa assim…. O Sr. José Antônio Lima não permitiu que 4 comentários meus fossem publicados…. por motivo puramente ideológico…. No caso por eu discordar com um texto de título Boechat X Sheherazade…. Coisa feia, José…. Depois quer ter moral para criticar a Veja…. Obrigado pelo espaço, apesar de eu ter saído do foco do seu texto, Pedro….
MOÇA, DEVOLVE TUDO O QUE VOCE PEGOU PARA DEPOIS ENTÃO POSAR DE SANTA. FORA PT
Mais um artigo infeliz… maldito marxismo cultural!
Hahahaha, eu nunca li Marx não, Pescoço…
Até parece… tá seguindo a cartilha do Gramsci direitinho…
Pena que você não percebe que até o próprio movimento LGBT será vítima no final… os utilizam apenas como idiotas úteis para cartilhas do Partido…
Se vc é seguidor consciente ou não do Gramsci saiba apenas do seguinte, no final, resta apenas o Partidão.
Boa sorte!
Também nunca li Gramsci, Pescoço. Pelo jeito sou bem menos culto que você – mas não necessariamente menos inteligente. 😉
Quer um exemplo?
O mesmo Partidão que você defende por “defender” os LGBT, foi o Partido que na figura de sua She-ra (Marta Suplicy) insinuou que Kassab era gay… para desmoralizá-lo…
Ué, se são defensores, pq desmoralizar por ser homossexual? De fato coisa de branco opressor (sic)..
Inclusive aquelas piadinhas do Lula sobre Pelotas, típica coisa de homem branco e opressor… mas devia ser o espírito do Mario Covas que baixou nele…
Meu amigo, procure saber como defensor que é, como era a vida e os Direitos LGBT na URSS por exemplo…
As minorias valem para o plano comunista o mesmo que vale uma camisinha… só serve para fuder outra coisa, e depois se joga fora… Quando digo fuder, quero dizer, praticar a crítica pela crítica sem nenhuma proposta que não seja uma ditadura das minorias contra a maioria, até que eles sejam a maioria…
Ãhâ, Pescoço, filosofia (?) ótima pra político gay de direita, que pode empregar o marido e você nem fica sabendo.
Pescoço Vermelho, mais um que apaixonou no sequestrador, ô, vida de gado esta minha, viu?…
Pena a fala seja da ministra que utiliza helicóptero de socorro da polícia rodoviária para cumprir compromissos oficiais extremamente questionáveis (inaugurações, cerimônias, etc.) em seu reduto eleitoral.
Faz parecer que esta se importa com direitos humanos dos que são organizados, representam um número significativo de votos e, principalmente, cujos direitos não conflitem com seus interesses imediatos.
Denúncias de cunho moral para tergiversar e abafar a fala da ministra – nós manjamos esse joguinho, Everton.
Não são denúncias, são fatos! “Joguinho” é coisa de quem divide o mundo entre “nós” e “eles”. Eu prefiro considerar que o “nós” se aplica apenas quando falo de TODOS. Ou não somos todos iguais?
Vou acreditar no joguinho se você se indignar com os jatinhos e helicópteros de Alvaro Dias, Aécio etc. – e, sobretudo, dos financiadores privados dos políticos, que são sempre absolvidos de tudo peremptoriamente.
Se não for assim, eu não sou o único a dividir o mundo em “nós” e “eles”, némesmo?
A velha mania de acreditar que tudo é um PT x PSDB. Isso sim é joguinho, daquele feio e sujo. Eu passo! Enviaria PT e PSDB para a mesma vala, caso me fosse possível tal escolha.
Citei o caso da Ideli por estar de saco cheio desse povo escolhendo grupos – não apenas LGBT – para bajular em troca de apoio político. Qualquer organização, minoria ou não, virou alvo de interesses.
Só espero – sem muita esperança, confesso! – que tais grupos, atendidos ou não em suas reivindicações, não se esqueçam do histórico de cada político envolvido nas “negociações”.
Desculpas como “foi por acaso”, “me descuidei”, “não era bem isso”, “não tive a intenção”, “não sabia”, “fui traído”, “era só um assessor” estão se tornando muito frequentes no país. Meu “joguinho” será sempre contra isso.
Sei que foge do tema, mas uma coisa me intrigou: Pelo que entendi, o tal helicóptero atribuído ao Aécio era do senador Perella, correto?
Só para analisar o caso, note que a ação (nem sei que fim levou o caso) de um aliado – do PDT – foi anexada ao tucano e não há barulho contrário. Tentaram colar o mensalão na testa do Lula e até hoje a Internet ferve em acusações de “golpe midiático”.
Quando petistas falam em “nós contra eles”, o nós me parece o lado mais forte, embora queiram fazer parecer o contrário e manter a identificação com as minorias.
Aliás, podem incluir o PDT na mesma vala de tucanos e petistas. Está cada vez mais difícil votar!
Tanto rodeio, mas você ainda me parece estar atacando Ideli e defendendo Aécio, Everton.. E no entanto você está justamente reclamando do fla-flu PT-PSDB…
Se você acha… ao menos lhe é uma boa desculpa para isenta-la de culpa. Parabéns!
Eu não acho que nenhum deles (Ideli ou Aécio) seja passível de voto – ele tem outros “podres”- , embora não ache plausível atribuir-lhe o “tal helicóptero”. Injustiça é sempre injustiça, independente do alvo.
Legal você trazer esse depoimento, Pedro.
De fato a gente nota entre alguns setores mais, digamos, conservadores ou elitistas da população LGBT certo desprezo ou até mesmo repúdio à Parada.
E é importante que a Parada seja cada vez mais carregada de discurso político. Porque, como afirmou a Ideli Salvatti, isso é uma briga de poder — o machismo, o racismo, a homofobia.
Tem a festa, a extravagância, os olhares curiosos, que fazem parte da cena gay, não há como negar. Vamos celebrar!
Mas eu gosto dessa retomada do discurso político. Ou ele nunca faltou, e eu que não percebi.
Uma observação: o Dep. Jean Wyllys ter caminhado no chão durante a parada e tbm contribuído com uma fala política, eu acho, agrega ao nosso camarote.
É uma questão de poder, and yes we can!
Verdade, Eduardo, cada um tem direito de gostar ou não e de querer ir ou não, mas fazer parte dessa comunidade e adotar discurso reativo resmunguento reacionário, cremdeuspadre!
E concordo, legais demais e importantes demais a atuação e a presença do Jean Wyllis lá. Não falei com ele porque fiquei com vergonha, mas fiquei feliz de ver ele lá.
Engraçado como as pessoas preferem distorcer os fatos ao invés de analisá-los, debatê-los ou criticá-los com argumentos. O que José Dirceu tem a ver com esta história? Ele é branco? Sim… É hétero? Sim… É rico? Talvez (não posso afirmar, não tenho acesso a suas contas)… Está no poder? Não!!! Assim como nem todo homem branco, hétero e rico está. Aliás, poder é relativo, e qualquer criança que tenha estudado o ensino médio a sério, saberia que os poderosos não são os políticos, mas quem estão por de trás deles…
Voltando ao assunto original, muito bom o discurso. Não sou petista, não sou marxista, apenas acredito que uma sociedade melhor passa pela aceitação das diferenças e não pela exclusão delas. Quando o povo se conscientizar de que vivemos em um país onde muitos possuem pouco e poucos possuem muitos, saberão qual a minoria a ser combatida!!!
Bacana, Gleidson!, gostei de ouvir sua “fala”! Quantas mais vozes tivermos (de preferência batendo em teclas diferentes das três que todo mundo batuca), melhor!
Obrigado!
Não importa se a pessoa é capacitada, não importa seus estudos ou sua conduta, o que importa é se ele é branco ou negro? gay ou hétero? quer dizer que se eu colocar um negro transexual para presidente acabou-se os problemas? Ignorando se ele é capacitado ou não? Falou, falou e falou mas o real investimento que é em Educação na escola base ninguém fez ainda. Preconceitos devem ser quebrados mas não gerando novos preconceitos contra o homem branco, rico e hétero. Preconceito com mais preconceito não dá né. Lembrando que o Lula é o homem branco rico e hétero, assim como vários petistas.
Quem escolhe o que importa, Bruno? É difícil demais você respeitar o que importa pra mim?
Lula, branco?!?, hhahahahahahaahaha.
Mimimi sobre preconceito contra homens brancos ricos e héteros, é cada coisa que a gente tem que testemunhar, cacilda! ——> Bruno
Essa aí realmente foi demais… Mas quem realmente é branco nesse país? Acho que temos no máximo 5% de brancos (mesmo), uns 5% de negros (mesmo) e o resto é mestiço, assim como o Lula…
A responsabilidade de Ideli Salvatti é cuidar de Homossexuais, Indígenas,Quilombolas e de movimentos sociais, um trabalho árduo e muito difícil, principalmente num País onde a cultura da não obediência a subserviência ao Sr. da Casa Grande, é sinônimo de desafio.
Mesmo assim concordo com muitos aqui, utilizar helicoptero para compromissos de origem duvidosa é algo que acaba por manchar todo o seu trabalho junto a secretaria de direitos humanos, está mais do que na hora de ter responsabilidade com o erário público.
Ok, Romualdo, mas por que não podemos separar os assuntos? Na esfera judicial ela responde pela esfera judicial, na hora de falar sobre direitos humanos falamos sobre direitos humanos. É tão difícil?
A propósito, por que pessoas como Ideli e a ex-ministra da Igualdade Racial Matilde Alves caem tão fácil em ~escândalos~ de tapioca, enquanto Aécio Neves, Alvaro Dias, Roberto Requião e centenas de outros passeiam felizes e a salvo em seus possantes aéreos? Por que a geral que come quirera da velha mídia só fica indignada com mulheres que ~passeiam~ de helicóptero? Por que APENAS os direitos humanos da Ideli e da Matilde ficam manchados desse sangue?
Pedro Sanches, só não falei de Aécio Neves e Alvaro Dias, porque não estamos falando deles, mas servem para todos os políticos que de alguma forma abusam do poder que possuem durante um determinado tempo, aliás destes dois e mais do Sr.Geraldo Alckmin, nós sabemos como funciona, não é mesmo ?
É muito raro ver o autor se expondo nos comentários como você esta fazendo, Pedro. Acho admirável sua postura, mesmo diante de comentário medíocres.
Nem sempre tenho tempo de fazer isso, mas sempre adorei fazer, Renato… Obrigado!
Eu não tenho absolutamente nada a comentar sobre a fala da ministra, já que como o PAS (que aliás, é um cara que admiro muito, e foi, pra mim, um dos maiores referenciais pra me tornar jornalista) eu sou gay e me senti contemplado pelo discurso. Mas lendo os comentários, tive a nítida impressão de reforço dessa visão do poder homem, branco, rico e hétero. Todos os que se propuseram a criticar me pareceram fazer parte desses universos. Se não todos, pelo menos de alguns deles, e que não admitem jamais, falas como essas, que, de uma forma ou outra, podem ameaçar esse “poder”.
Obrigado pelo lindo comentário, Felipe!! E obrigado, sobretudo, por perceber exatamente o que está acontecendo nesta caixa de comentários: uma reação emburrada, irritada e rabugenta do poderio homem-branco-rico-hétero, enquanto, como dizia aquele outro cara, “índios e bichas e negros e mulheres fazem o carnaval”…
Mas, no duro, deve ser difícil e frustrante pacas sustentar o discurso do provedor macho patriarcal ultracapitalista. O protótipo homem-branco-rico-hétero precisa urgentemente de um movimento emancipatório pra chamar de dele…
P.S.: deu pra notar na fala da ministra que ela é toda trabalhada no caetanismo, né? 😉
Olha, nem sei se você vai aprovar o comentário, mas vai ler, e isso basta:
Por que essa postura coletivista e vitimista? Por que essas minorias coletivistas (algo meio hivemind) não enxergam que a sociedade é feita de indivíduos, e esses sim, tem direitos e obrigações? Acho que cada pessoa, cada ser humano tem o direito de ser e fazer o que quiser, desde que não interfira sem consentimento na vida alheia.
Esse é o verdadeiro valor pelo qual temos que lutar: pelas nossas individualidades, quaisquer que sejam suas características. Igualdade não se conquista com força, muito menos com força estatal 😉
Quem quer que os tenha feito acreditar nisso, mentiu. A sociedade não é uma máquina, não é um processo a ser engendrado; engenharia social não existe. Alguém avisa isso pra turma marxista-binária, aquela que divide TUDO entre opressores e oprimidos.
Eu num entendi bulhufas do que você falou, indivíduo… Aliás, eu nunca tinha conhecido nenhum indivíduo chamado Indivíduo… 😛
Mas quando será que desaparecerão das caixas de comentários as reclamações de pessoas binárias enraivecidas por que acham OS OUTROS binários?
Homem + gay + negra + mulher já é no mínimo quaternário, né?
E essa farofa toda que você mencionou forma a CLASSE dos… “oprimidos”. Marxismo binário ataca novamente!
E continue fingindo que não entendeu do que eu estou falando. Se não entendeu de verdade, sugiro Ayn Rand e Hannah Arendt pra começar a entender. Que tal iniciar com “Origens do totalitarismo”? É um ótimo exemplo de como tal qual os nazistas tinham seu bode expiatório, a esquerda caviar tem o(s) seu(s).
O INDIVÍDUO é a menor minoria que existe. O resto é maniqueísmo socialista, que divide a sociedade para “conquistá-la”.
E, um comentário à parte, apesar de rejeitar a ideia contrária com tom debochado, parabéns por não censurá-la. Censura é coisa de ditaduras, e nenhum de nós dois quer isso, certo?
Meu nome é Indivíduo, mas pode me chamar de Reinalda Azeda Toscantina Tacanhede.
Indivíduo, provavelmente vc não deve fazer parte de nenhuma “minoria”, pois só quem “faz parte” entende o discurso da Ideli, só quem “faz parte” sente na pele, diariamente, as dores do preconceito. Sou mulher e negra, e só eu sei como encarar diariamente todo tipo de preconceito, vindo de todos os lados.
Seu discurso fala em vitimização…. e ainda em direitos e obrigações… mas o grande problema está na supressão dos direitos dessas “minorias” ou vítimas (como preferir). Tolir o direito de união entre um casal homoafetivo, dificultar a adoção para esses casais, preterir um negro qualificado em prol de um branco em seleções de emprego etc…. é sim uma afronta aos direitos humanos, e deve ser objeto de ações por parte do Estado com o objetivo de minimizar o problema.
Mas como eu disse, só quem sente na pele sabe os impactos que o preconceito, seja ele qual for, tem em suas vidas.
PAS, é a primeira vez que entro no blog, e confesso que estou feliz pelo texto que lí. Parabéns…. Há… seus comentários são MARA!!!
<333 Pixa <333
Por favor, entre sempre, comadre!
O poder é homem, branco, rico e hetero. Deve ser por isso que a ministra dos Direitos Humanos nada fala sobre Pedrinhas e o Maranhão dos Sarney.
Exatamente. O homem branco, rico e hétero que deve ser culpado pelas mazelas dos outros são apenas aqueles que estão na oposição ao governo. Fascinante.
Isso, Filipe, entendeu direitinho que foi uma beleza!
Não é possível. Depois de uma fala que contempla às minorias e o real papel dos direitos humanos, que denuncia as dificuldades de enfrentar o preconceito numa sociedade como a nossa, que chama a todos para a ocupação da esfera política, os comentários predominantes sejam “fora PT”… É muito senso comum. Fora PT e bota o que no lugar? Vou dar um tempo pra vocês consultarem os jornalecos, o facebook…
É o samba de uma nota só, Aline!, tem um pessoal que vai ficar cantando bossa nova até o final dos TemPos…
<3
Fora que é diversionista e tergiversante, né, Aline? Muito mais fácil e cômodo pros preguiçosos de sofá ficar malhando o PT em vez de encarar a discussão proposta pela ministra, seja ela do diacho de partido que for.
Os críticos de caixa de comentários são filhotes preguiçosos dos críticos preguiçosos de jornal (como eu era até 2004), só querem papinha pré-mastigada na boquinha. Mas, olhe… Eles são barulhentos e latem mais que pitbulls, mas estão cada vez mais desmoralizados pela Vida Real. E isso só tende a melhorar.
Sr. Pedro Alexandre Sanches, estimo-lhe por não deixar de publicar comentários, mesmo que indecorosos e contrários ao seu artigo.
Entretanto, venho demonstrar minha contrariedade, em termos mais amenos que os demais.
Na sua luta por uma sociedade mais igualitária, é publicando um artigo que reproduz um discurso que elege um inimigo (homem, branco, rico e hétero) das minoria que vai auxiliar nisso?
Sou homem, branco, rico e hétero. Tive uma ótima educação que devo aos meus pais e sempre respeitei os demais indivíduos da sociedade, independentemente de quaisquer que sejam as peculiaridades de cada pessoa com a qual cruzei.
Mesmo assim, acabo jogado no mesmo saco dos “homens, brancos, ricos e héteros” do discurso de Ideli Salvatti. Isso é correto? Eleger um estereótipo tão preconceituoso quanto o que se busca combater? Dois errados não fazem um certo.
Que seja combatido o preconceito sem que seja necessário um embate de inimigos. Somos todos humanos, afinal de contas, mas únicos em si. Esse tipo de generalização gera ódio, não pacificação.
Preconceito é falta de maneiras, fruto de ignorância. Que se combata sua fonte e não combatamos uns aos outros.
Abraço,
Victor.
Se você for homem-branco-rico-hétero e ainda assim não praticar nenhum tipo de opressão contra quem não é, Victor, então você não é homem-branco-rico-hétero – ou é mais que só isso.
Se for e estiver se fazendo de desentendido quanto ao que o discurso da Ideli quer expressar, então… … …
De todo modo, obrigado pela exposição educada dos seus pontos de vista! Isso conta pra caramba!
Defendo a criminalização do homicídio…
Apoio a causa LGBT e a Parada e concordo com quase tudo dito no texto.
Mas acho “curioso” (pra não dizer demagógico) que uma Ministra se coloque como opositora do “poder”, quando ela obviamente é uma detentora do poder, assim como a Presidente que ela tanto louva.
Sobretudo, repudio a frase que o autor do blog desgraçadamente escolheu pra título do post, frase esta que é racista e sexista.
Você só pode achar isso “curioso” se estiver numa postura de implicância gratuita, Rafael. Ela está exatamente dizendo que figuras como Dilma e ela própria são brechas abertas dentro das macroestruturas de poder. Se vão ter, er, poder para continuar lá e se transformar em poderes constituídos de fato, serão outros 500 anos de história…
Sobre a frase da ministra ser “racista e sexista”, hahahahahahahahahaahhahaahhaahhahahahahahahaha. Lá vem a velha praga das falsas simetrias pra defender as trincheiras homem-branco-rico-hétero…
Escrito em 1913 pelo líder revolucionário russo Vladimir Lênin, para implantar o sistema comunista que matou 20 milhões na URSS.
1- Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual;
2- Infiltre e depois controle todos os meios de comunicação;
3- Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais;
4- Destrua a confiança do povo em seus lideres;
5- Fale sempre em democracia e em estado de direito, mas, tão logo haja oportunidade,assuma o poder sem qualquer escrúpulo;
6- Colabore para o esbanjamento do dinheiro público, coloque em descrédito a imagem dopaís, especialmente no exterior, e provoqueo pânico e o desassossego na população pormeio da inflação;
7- Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do país;
8- Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam;
9- Colabore para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes;
10- Procure catalogar todos aqueles que têm armas de fogo, para que sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência.
Esta senhora está cumprindo os itens 3 e 9 da cartilha acima, os gays são meras marionetes da gangue comunista do PT, e assim que implantarem o sistema serão eliminados.
Minha santa periquita do pau oco, olha a pessoa de nome estranho querendo reprimir as sexualidades alheias.
Ser homem, hetero, branco e rico não desqualifica ninguem, ainda mais numa sociedade onde se prega igualdade, né?
Mas já que a nossa compradora de lanchas deu seu pitaco também vou dar o meu: vejo o poder hoje como despreparado, incompetente, clientelista, populista, corrupto e demagogo; Isto tudo independente de raça, gênero e cor da pele.
Não desqualifica, Eugenio, o que desqualifica é esse imaginário homem-branco-rico-hétero humilhar e passar por cima de tudo que não corresponda ao espelho, 24 horas por dia, 365 dias por ano.
E eu repito: pobre homem branco rico hétero que acredita que é mais do que os outros por ser o que é. Aliás, não precisa nem ser as quatro coisas ao mesmo tempo, se acreditar numa só delas como verdade absoluta já caiu no poço sem fundo da miséria cultural.
a arte de dividir a população em “classes” e fazer com que elas briguem entre si…velha tática de Stalin, que bate e assopra, que joga para os dois lados….e no final, se auto intitula líder das classes. FORA PT E TODOS OS PSEUDO COMUNISTAS CUZÕES.
Sim, as classes não existem, Hugo Chaves – espero você sábado pra consertar o encanamento quebrado do meu prédio.
Sou funcionario publico federal. Nao irei votar na Dilma porque ela pratica o preconceito contra alguns cargos públicos. Meu salário no órgão ontem trabalho é R$ 2500,00 enquanto que o mesmo cargo na REceita FEderal é R$ 9.000,00!!!! Se isto não é preconceito, é o que então? É ASSÉDIO TRABALHISTA?
Legal você manifestar seu (não-)voto publicamente, Lucas. Também sou favorável – e vou votar novamente nela, com muita alegria.
Este governo pratica o preconceito contra alguns cargos públicos. Como se explica que em um órgão público o salário seja R$ 2500,00 e o mesmo cargo em outro órgão seja de R$ 9.000,00???? Isso é assédio moral, trabalhista, preconceito. FORA PT.
Ideli Salvati disse “O poder, infelizmente, é homem, branco, rico e hétero”
O PT está governando o país desde 2003. Eu gostaria muito que a Ideli mencionasse o nome de uma petista que seja mullher, pobre e homossexual.
… Eu gostaria muito que a Ideli mencionasse o nome de uma petista que seja mullher, negra, pobre e homossexual.
Ricardo, vem comigo pras caravanas Horizonte Paulista que vou te apresentar não dezenas, mas CENTENAS de mulheres pobres petistas (algumas delas provavelmente homossexuais, mas isso eu não fico pesquisando)…
Me refiro a pessoas de destaque. Me parece que dentro do PT o poder está somente na mão de ricos e maioria homens. Não me vem a cabeça o nome de nenhuma petista poderosa que seja negra e pobre.
Ideli esqueceu de dizer que; o corrupto não tem cor, não tem sexo, mas é do PT e estão todos ricos…
Isso, Joel, todos os petistas são corruptos e todos os corruptos são petistas. E eu sou um duende verde com bolinhas lilases.
Faça o seguinte: abra a seção de colunistas ou blogueiros da Carta Capital, e veja qual a proporção de homens brancos. Ou seja, qual é a moral dessa revista para se colocar como crítica dessa relação de poder?
Hahahahahhahaha
Cabe à única colunista falar sobre moda…
Ué, e a Socialista Morena? O Escritório Feminista? Na verdade, perdoem o deslize, faz tempo que não entro aqui, mas nem sabia que tinha seção de moda na Carta Capital hahaha.
Não sei, eu achei que estivesse bem claro no texto que o “homem-branco-rico-e-hétero” não é uma afronta, uma misandria, uma (lá vai uma expressão mainstream) “ditadura gay” ou algo do tipo. É um padrão de poder, sim, consolidado pela História e refletido pela nossa sociedade – resquício do nosso passado patrimonialista, machista, intolerante etc etc. Mas não quer dizer que TODOS os homens brancos ricos e héteros tenham de ficar no Inferno de Dante, gente, acalmem seus corações, rs.
Dito isso, acho super válido o discurso da senadora; não conheço seu trabalho, mas se ela realmente tiver ações dentro de sua esfera política a respeito dos problemas que ela levantou, aí sim, teria certeza de que isso não fora mais um discurso. Sou militante feminista ainda de pensamento – divulgo minhas ideias a todxs que quiserem ouvir e tento ao menos pescar a atenção de quem não quer para plantar, ao menos, uma sementinha de consciência do outro lado :3 – e acho que, se há alguém no poder que reconhece as falhas e os abusos do sistema no qual está inserido, deve haver, sim, uma esperança e um despertar em algum lugar para a nossa pátria, tão distraída.
Pedro, adoro seu blog – é a primeira vez que comento, estou nervosa haha – tiro boa parte da minha playlist da semana de suas palavras musicais, rs, e adoro quando vejo discussões, fundamentadas ou não, sobre algo que deve ser discutido, independentemente de posição partidária :3
P.S.: Sobre a questão de haver mais colunistas mulheres, eu concordo plenamente, rs, mas sei que você, como colunista, não deve ter nada a ver com essa seleção. Apenas faz o que gosta. Mesmo assim, não deixa de ser um toque 😉
Eu abri a seção de colunistas de Carta Capital, onde mostram suas charges.
São 32 homens e uma mulher. Todos brancos, pelo menos na forma com que são retratados.
Pergunto: qual é a moral de um articulista da CC para criticar?
Não é a CartaCapital, Aleandro, sou eu, Pedro Alexandre Sanches, que sou homem, (+ -) branco, não hétero e não rico (nem pobre), em meu blog pessoal, situado dentro do meu site musical FAROFAFÁ. Essa é a moral.
O seu blog está situado na seção de blogueiros da Carta Capital. Assim como a seção de colunistas, quase não há blogueiras mulheres. Ou seja, alguns homens blogueiros da CC são beneficiados por essa relação.
O curioso na seção de blogueiros é que o negro belchior é retratado como branco!!! Aliás, todos são retratados como brancos.
Apoiado, galera. Temos que romper com o preconceito.
Vi aqui uma heterofobia, caucasofobia e riquezafobia. Todos os problemas do mundo são causados por brancos, mas só se forem héteros…Conveniente isso. Não há necessidade de criminalizar nada, principalmente essa aberração – o cara mutila seu orgão sexual, se traveste e se transforma em “mulher”, vira uma coisa horrível e ainda quer ser olhado com naturalidade…a raça humana está condenada mesmo – da “homolesbotransfobia”. O código penal já prevê penas para agressão, assassinato e por ae afora, independente de gênero, classe social ou raça.
Me responde uma coisa Pedro, já que você gosta de responder seus leitores(fugindo do tema um pouquinho aqui)…como vc se sente a respeito do mensalão, e do papel de vítimas que o PT quis dar aos seus cumpanheiros? Vc acha bonito e poético isso? Acredita na inocência dos companheiros Dirceu, Genoíno e Delúbio?
O raciocínio de falsa simetria que leva a essas garatujas de “heterofobia”, “caucasofobia”, “riquezafobia” é ginasiano, senão primário, Michel. Em vez de ficar xingando o outro feito alguém que tá com hidrofobia (eis aí mais uma fobia), mostre explicitamente onde meu texto expressa ódio a héteros, caucasianos (coisa que também sou), ricos etc.
Pedro, vc que é um ser tão legal e sem preconceitos… namoraria um transexual? Só por curiosidade….
Oi, Michel? Índice de fobia se mede por quem você namora ou não namora? Se eu disser que não namoraria um cone de trânsito eu sou conefóbico transitofóbico?
Em tempo: admiro respeito os transexuais e as transexuais.
Para você ou para mim acredito que vc esteja certo nisso, índice de fobia não se mede por quem você namoraria ou não. Infelizmente, para esses gayzistas e pessoal LGBT que vc gosta tanto, essa é um ótima medida. Pq não namoraria uma transexual se “ela” é “mulher”? Vc pode um dia ser chamado de transfóbico…já pensou nisso. Outra coisa…vc tem filhos? Se tem, ou tivesse, deixaria-os aos cuidados de um transexual ou travesti? Vou dar um exemplo legal…Se eu chegar no trabalho amanhã, vestido de Napoleão, dizendo que sou Napoleão, vão me chamar de doido e vão me internar em um hospício….agora, se eu chegar no trabalho amanhã, vestido de mulher e dizendo que meu nome é Cláudia, acho q ng falaria que sou louco…quando na verdade a loucura seria ainda maior…Me diz, O que vc adimira tanto nos transexuais? Quais características que eles possuem que são dignas de admiração?
“Gayzistas” é um termo profundamente desrespeitoso, Michel. Sem contar o bando de bosta que você cospe pela boca em seguida – você é o Levy Fydelyx disfarçado?
Não aprovarei nenhum outro comentário seu que contenha ofensas ou expressões explícitas de HOMOFOBIA, ok? Paciência tem limite.