O país do futebol é o país da música popular é o país da Copa do Mundo de 2014. É só sambar, sambar, sambar.
1. Maria Alcina, “Fio Maravilha” (1972) – o maior compositor brasileiro de futebol, Jorge Ben, faz gol de placa no festival da canção, pela voz masculina da revelação feminina Alcina.
2. Skank e Nando Reis, “Alexia” (2014) – em 2014, elas também jogam futebol.
3. Leo Vilar e Os Novos Anjos do Inferno, “Brasil Pandeiro” (1963) – Assis Valente fez em 1940 para a recém-norte-americanizada Carmen Miranda, que achou “borocoxô” e não gravou: chegou a hora desta gente bronzeada mostrar seu valor.
4. Carmen Miranda, “Rebola Bola” (1941) – rebola bola, eu vou mostrar como é que é.
5. Jackson do Pandeiro, “Samba do Ziriguidum” (1962) – na perna tranque, amarre, puxe, largue: como no futebol.
6. Novos Baianos, “Só se Não For Brasileiro Nessa Hora” (1973) – e o menino deixa a vida pela bola: só se não for brasileiro nessa hora.
7. Bebeto, “Praia e Sol” (1981) – praia e sol, Maracanã, futebol, que lindo – do LP Batalha Maravilhosa.
8. Tim Maia, “Flamengo” (1970) – canção-torcida de um só verso, uma só palavra, um só brado: “Flamengo!”.
9. Wando, “Mengo” (1982) – quem é que faz a alegria do povo?
10. Marcos Valle, “Flamengo Até Morrer” (1973) – parece que finalmente resolvemos o problema (Fio na reserva), que sorte termos nascido no Brasil: o resto a gente sabe, mas não diz.
11. Rita Lee, “Amor Branco e Preto” (1972) – por que será que eu gosto de sofrer?
12. Gilberto Gil, “Samba Rubro-Negro (O Mais Querido)” (1978) – Flamengo joga amanhã, eu vou pra lá.
13. Trio Juazeiro, “A Fiel Vai Atrás” (1977) – aonde o Corinthians vai a Fiel vai atrás.
14. Novos Baianos, “Campeão dos Campeões” (1977) – é o Bahia!
15. Bebeto, “Arigatô, Flamengo” (1982) – vai ter sempre carnaval.
16. Trio Esperança, “Replay (O Meu Time É a Alegria da Cidade)” (1974) – atenção, preparou, correu, e chutou, é gol, que felicidade.
17. Jackson do Pandeiro, “1 x 1” (1955) – a defesa é segura e tem rojão.
18. Carlos Imperial e A Turma da Pesada, “Hino do America/ Hino do Botafogo/ Hino do Fluminense/ Hino do Flamengo” (1968) – do álbum Pilantrália.
19. Wilson Simonal, “País Tropical” (1969) – e bonito por natureza.
20. Fernanda Abreu, “Eu Vou Torcer” (2004) – do original de 1974 de Jorge Ben: se ele vai, quem não vai?
21. Jorge Ben, “Camisa 12” (1970) – para fazer felizes 100 milhões de sul-americanos brasileiros.
22. Gal Costa, Gilberto Gil e Caetano Veloso, “País Tropical” (1969) – sou Flamengo, tenho uma nega chamada Tereza – até tu, tropicália?
23. Milton Nascimento, “Aqui É o País do Futebol” (1970) – “nesses 90 minutos de emoção e alegria/ esqueço a casa e o trabalho/ a vida fica lá fora” – fica?
24. João Bosco, “De Frente pro Crime” (1975) – “tá lá o corpo estendido no chão/ em vez de rosto, uma foto de um gol”.
25. Milton Nascimento, “O Homem da Sucursal” (1970) – escravos de jó, queria ver um filme de amor…
26. Chico Buarque, “Bom Tempo” (1968) – ando cansado da lida preocupada, corrida, surrada, batida dos dias meus – se não, pergunte a Joana Havelange, que não me deixa mentir.
27. Waldir Calmon, “Na Cadência do Samba” (1956) – que bonito é! – de um álbum chamado Samba… Alegria do Brasil.
28. Elizeth Cardoso, “Na Cadência do Samba” (1959) – que bonito é, pela noite enluarada, numa trova apaixonada, um cantor desabafar.
29. Titulares do Ritmo, “A Taça do Mundo É Nossa” (1970) – com brasileiro não há quem possa…
30. Coral de Joab, “Pra Frente Brasil” (1970) – quantos milhões em ação?’
31. Os Incríveis, “Eu Te Amo, Meu Brasil” (1970) – em terras brasileiras vou plantar amor – e nem se fala em futebol…
32. Zeca Pagodinho, “Pra Frente Brasil” (2003) – parece que todo o Brasil deu a mão: todos juntos vamos.
33. Molejo, “Show de Bola (Tá Ligado)” (2000) – se não era pra jogar eu não entendo por que é que me chamou.
34. Skank, “É uma Partida de Futebol” (1996) – que emocionante é uma partida de futebol.
35. Pepeu Gomes, “Fazendo Música, Jogando Bola” (1982) – foi vivendo dessa maneira que aprendi a brincadeira.
36. Elis Regina, “Aprendendo a Jogar” (1980) – nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas…
37. Tom Zé, “Bola pra Frente” (1969) – está chegando a hora.
38. Sérgio Ricardo, “Beto Bom de Bola” (1967) – Beto é o bom da molecada e vai fazendo escola, a cigana viu o azar e Beto não deu bola e aceitou a proteção do primeiro cartola.
39. Rashid, “Bate e Gol” (2013) – pé de barro mal falado, igual curva de rio, diamante bruto que a própria rua pariu, da viela mais escura, do beco mais distante.
40. Pollo, “Tamo no Jogo” (2013) – então se prepara, que tamo no jogo, que os menino é bom.
41. 14 Bis, “Bola de Meia, Bola de Gude” (1980)
42. Tim Maia, “Jhony” (1978) – “Jhony estuda/ se forma, hoje é doutor/ mas só pensa em futebol”.
43. MC Guime e Emicida, “País do Futebol” (2013) – tocou Neymar, é gol – até gringo sambou.
44. Bruno & Trio, “Melody da Copa 2010” (2010) – e a galera grita gol, gol, gol!
45. Ary Lobo, “Recordando a Copa de 58” (1966) – a Inglaterra jogou muito, mas não passou de zero a zero.
46. Luis Vagner, “Guitarreiro” (1976) – sempre que podia ia pro campinho joar meu futebolzinho.
47. Jorge Ben, “Zagueiro” (1975) – é o anjo da guarda da defesa, mas para ser um bom zagueiro não pode ser muito sentimental.
48. Baby Consuelo, “Ziriguidum” (1979) – meu coração bate num teleco-teco.
‘A taça do mundo é nossa’, apesar de estar relacionada aí como se fosse da Copa de 1970, na verdade, foi parte das comemorações do brasileiro pela conquista da Taça Jules Rimet em 1958, em Stockholm, na Suécia. O fato da musica ter sido colocada no Lado B do compacto-simples que trazia ‘P’ra frente, Brasil’ (1970) como lado principal, não a faz mudar de ano. Eu só queria frisar isso, pois muita gente não sabe que a ‘A Taça do Mundo é nossa’ é de 1958 e não de 1970. Há ai 12 anos de intervalo.
Obrigado, Carlos Maximus, por esclarecer esse ponto! Vou consertar lá!
CARLOS DE ASSUMPÇÃO – O maior poeta negro da historia do Brasil autor do poema o PROTESTO Hino Nacional da luta da Consciência Negra Afro-brasileira, em celebração completou 87 anos de vida. CARLOS DE ASSUMPÇÃO nasceu 23 de maio de 1927 em Tiete-SP na sexta feira passada completou 87 anos de vida com sua família, amigos e nós da ORGANIZAÇÃO NEGRA NACIONAL QUILOMBO O. N. N. Q. FUNDADO 20/11/1970 (E diversas entidades e admiradores parabenizam o aniversario de 87 anos do mestre poeta negro Carlos Assumpção) tivemos a honra orgulho e satisfação de ligar para a histórica pessoa desejando felicidades, saúde e agradecer a Carlos de Assunpção pela sua obra gigante, em especial o poema o Protesto que para muitos é o maior e o mais significante poema dos afros brasileiros o Hino Nacional dos negros. “O Protesto” é o poema mais emblemático dos Afros Brasileiros e uns das América Negra, a escravidão em sua dor e as cicatrizes contemporâneas da inconsciência pragmática da alta sociedade permanente perversa no Poema “O Protesto” foi lançado 1958, na alegria do Brasil campeão de futebol, mas havia impropriedades e povo brasileiro era mal condicionado e hoje na Copa Mundial de Futebol no Brasil 2014 o poema “O Protesto” de Carlos de Assunpção está mais vivo com o povo na revolução para (Queda da Bas. Brasil.tilha) as manifestações reivindicatórias por justiça social econômica do povo brasileiro que desperta na reflexão do vivo protesto.
O mestre Milton Santos dizia os versos do Protesto e o discurso de Martin Luther King, Jr. em Washington, D.C., a capital dos Estados Unidos da América, em 28 de Agosto de 1963, após a Marcha para Washington. «I have a Dream» (Eu tenho um sonho) foram os dois maiores clamores pela liberdade, direitos, paz e justiça dos afros americanos. São centenas de jornalistas, críticos e intelectuais do Brasil e de todo mundo que elogia a (O Protesto) (Manifestação que é negra essência poderosa na transformação dos ideais do povo) obra enaltece com eloquência o divisor de águas inquestionável do racismo e cordialidade vigente do Brasil Mas a ditadura e o monopólio da mídia e manipulação das elites que dominam o Brasil censuram o poema Protesto de Carlos de Assunpção que é nosso protesto histórico e renasce e manifesta e congregam os negros e todos os oprimidos, injustiçados desta nação que faz a Copa do Mundo gastando bilhões para uma ilusão de um mês que poderá ser triste ou alegre para o povo brasileiro este mesmo que às vezes não tem ou economiza centavos para as necessidades básicas e até para sua sobrevivência e dos seus. No Brasil
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Poema. Protesto de Carlos de Assunpção
Mesmo que voltem as costas
Às minhas palavras de fogo
Não pararei de gritar
Não pararei
Não pararei de gritar
Senhores
Eu fui enviado ao mundo
Para protestar
Mentiras ouropéis nada
Nada me fará calar
Senhores
Atrás do muro da noite
Sem que ninguém o perceba
Muitos dos meus ancestrais
Já mortos há muito tempo
Reúnem-se em minha casa
E nos pomos a conversar
Sobre coisas amargas
Sobre grilhões e correntes
Que no passado eram visíveis
Sobre grilhões e correntes
Que no presente são invisíveis
Invisíveis mas existentes
Nos braços no pensamento
Nos passos nos sonhos na vida
De cada um dos que vivem
Juntos comigo enjeitados da Pátria
Senhores
O sangue dos meus avós
Que corre nas minhas veias
São gritos de rebeldia
Um dia talvez alguém perguntará
Comovido ante meu sofrimento
Quem é que esta gritando
Quem é que lamenta assim
Quem é
E eu responderei
Sou eu irmão
Irmão tu me desconheces
Sou eu aquele que se tornara
Vitima dos homens
Sou eu aquele que sendo homem
Foi vendido pelos homens
Em leilões em praça pública
Que foi vendido ou trocado
Como instrumento qualquer
Sou eu aquele que plantara
Os canaviais e cafezais
E os regou com suor e sangue
Aquele que sustentou
Sobre os ombros negros e fortes
O progresso do País
O que sofrera mil torturas
O que chorara inutilmente
O que dera tudo o que tinha
E hoje em dia não tem nada
Mas hoje grito não é
Pelo que já se passou
Que se passou é passado
Meu coração já perdoou
Hoje grito meu irmão
É porque depois de tudo
A justiça não chegou
Sou eu quem grita sou eu
O enganado no passado
Preterido no presente
Sou eu quem grita sou eu
Sou eu meu irmão aquele
Que viveu na prisão
Que trabalhou na prisão
Que sofreu na prisão
Para que fosse construído
O alicerce da nação
O alicerce da nação
Tem as pedras dos meus braços
Tem a cal das minhas lágrima
Por isso a nação é triste
É muito grande mas triste
É entre tanta gente triste
Irmão sou eu o mais triste
A minha história é contada
Com tintas de amargura
Um dia sob ovações e rosas de alegria
Jogaram-me de repente
Da prisão em que me achava
Para uma prisão mais ampla
Foi um cavalo de Tróia
A liberdade que me deram
Havia serpentes futuras
Sob o manto do entusiasmo
Um dia jogaram-me de repente
Como bagaços de cana
Como palhas de café
Como coisa imprestável
Que não servia mais pra nada
Um dia jogaram-me de repente
Nas sarjetas da rua do desamparo
Sob ovações e rosas de alegria
Sempre sonhara com a liberdade
Mas a liberdade que me deram
Foi mais ilusão que liberdade
Irmão sou eu quem grita
Eu tenho fortes razões
Irmão sou eu quem grita
Tenho mais necessidade
De gritar que de respirar
Mas irmão fica sabendo
Piedade não é o que eu quero
Piedade não me interessa
Os fracos pedem piedade
Eu quero coisa melhor
Eu não quero mais viver
No porão da sociedade
Não quero ser marginal
Quero entrar em toda parte
Quero ser bem recebido
Basta de humilhações
Minh’alma já está cansada
Eu quero o sol que é de todos
Ou alcanço tudo o que eu quero
Ou gritarei a noite inteira
Como gritam os vulcões
Como gritam os vendavais
Como grita o mar
E nem a morte terá força
Para me fazer calar.
Organização Negra Nacional Quilombo ONNQ 20/11/1970 –
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