quinta-feira, abril 25, 2024

Por que é proibido pisar na grama?

Estou impressionado com a eficiência das redes sociais para trabalhos de demolição, erosão e aniquilamento exatamente nos assuntos sociais. Os exemplos são recentes e próximos. Neste instante são as biografias que atraem a sanha coletiva. Apenas para referência dos futuros, há uma tentativa das editoras em eliminar a censura ou aprovação prévia dos biografados e seus herdeiros, como consta...

Criolo e a síndrome de Estocolmo

Antes de virar modinha em circuitos mais elitistas, o rapper paulistano Criolo já compunha (há décadas) letras de franca provocação contra gente que pertence a esses mesmos círculos. “Gosta de favelado mais que Nutella/ quanto mais ópio você vai querer?/ uns preferem morrer a ver o preto vencer”, ele provocava mauricinhos e patricinhas em "Sucrilhos", do álbum "Nó na...

Geraldo Azevedo, o sobrevivente

O cantor e compositor pernambucano lança "Solo Contigo" e fala da prisão e da tortura pela ditadura brasileira, em 1969 e 1974"A gente saiu da maior glória para a clandestinidade." O pernambucano Geraldo Azevedo jamais foi um propagandista das agruras que sofreu junto à ditadura civil-militar de 1964, mas história para contar não lhe falta. Estava com Geraldo Vandré...

Evaldo Freire: a lágrima doída de um homem assombrado

A voz forte e dolorida é o mais evidente indício do peso que Evaldo Freire leva inscrito na alma. Desiludido com o mundo, o meio musical, as relações estabelecidas entre ricos e pobres, ele leva para suas canções o drama que é ser ele mesmo: já cantou a morte da mãe, as dores de ser deixado, a vingança de...

Festival Casarão, 15 anos de muita luta

Em plena floresta amazônica, ao lado do Rio Madeira, em Rondônia, um improvável festival de rock atrai milhares de pessoas. Mais surpreendente ainda é saber que esse festival, o Casarão, comemora sua 15ª edição ininterrupta a partir desta sexta-feira. É uma história de muita luta e perseverança que revela os bastidores da música independente no país, do início mambembe...

Mateus Aleluia, voz dos recuados

O homem negro de cabelos brancos toca seu violão e solta seu vozeirão no pequeno quarto de hotel no centro de São Paulo. É dia 13 de maio de 2016, um dia depois de o Senado brasileiro ter entregado a cabeça da presidenta da República Dilma Rousseff a até hoje não se sabe quem ou o quê. Baiano de Cachoeira nascido há 72...

O jogo da asa da bruxa Cátia de França

No Sesc Belenzinho, a paraibana refugiada na serra fluminense Cátia de França faz um show cheio de empolgação e de interjeições de espanto pela constatação da própria permanência, de sua eternidade pequenina. De início visível e declaradamente nervosa, ela recolhe apenas canções do álbum inaugural 20 Palavras ao Redor do Sol (1979), coproduzido pelo conterrâneo e então padrinho musical Zé Ramalho, para quem tocava sanfona e...

Na terra de Luiz Gonzaga

O enviado especial de FAROFAFÁ queria escrever sobre os 100 anos de nascimento do rei do baião. Decidiu ir para Exu, no sertão pernambucano, onde colheu histórias que conta agora.O cabra macho que era, um matuto a vida toda, o véi Luiz Gonzaga não era de ir a hospital. Preferia ir dando um jeito com remédios ou tomando chás....

José Ribeiro: sei que não vou parar de sofrer

Guardião daqueles que não têm medo de assumir a dor, de admitir que a partida do outro devasta, daqueles que já levaram uma porta na cara, José Ribeiro é uma antítese de si mesmo. Sorridente e sereno, canta alto, às vezes chora, mas consegue não carregar uma nuvem negra acima de si. Pelo contrário: o homem que vendeu 800...

Nelsinho não é Lula, não

Nelson Motta era um sujeito tão fofinho que todo mundo o tratava sempre por Nelsinho. Era o típico cara "do bem". Estava sempre por dentro de tudo, participava de cada novo movimento musical que surgia, era querido por todo o olimpo artístico brasileiro, compunha em parceria com os mais talentosos músicos. Trabalhava nas várias interfaces das Organizações Globo, escrevia para a Folha, publicava livros,...