sexta-feira, abril 19, 2024

A carne e o osso das canções

A poeta Angélica Freitas e o cantor e compositor Vitor Ramil. Foto: acervo pessoal
Em seu disco anterior, “Campos neutrais” (2017), Vitor Ramil apresentou “Stradivarius”, um poema de Angélica Freitas musicado por ele. Ambos pelotenses, quase vizinhos durante muito tempo, os dois só vieram a se conhecer pessoalmente depois que o editor Augusto Massi, que publicava os dois pela saudosa Cosac&Naify, presenteou o cantor e compositor com o livro de estreia da poeta,...

Deixa o papai pra lá!

Ela é filha de João Gilberto e Miúcha.Ela é sobrinha de Chico Buarque, Ana de Hollanda e Cristina Buarque, entre outros.Ela é neta de Sérgio Buarque de Hollanda.Ela é sobrinha-neta (ou algo parecido com isso) de Aurélio Buarque de Hollanda, homem-dicionário.Ela foi (e é) amiga número um de Cazuza.E ela chuta o pau da barraca de maneira sensacional nesta...

De dentes bem arreganhados

"Vai passar nessa avenida um samba popular/ cada paralelepípedo da velha cidade essa noite vai se arrepiar", cantava sozinho no asfalto da avenida Paulista um senhor idoso, grisalho, corpulento. No tempo em que nossos caminhos se cruzaram, a cantoria não chegou ao verso que diz que "o estandarte do sanatório geral vai passar". Mas era disso que se tratava o...

Canções em busca de liberdade

Ícones da música popular brasileira contam, com suas próprias palavras, o que pensam (ou pensavam) sobre limitação de liberdade de expressão, censura e opressão por parte dos mais poderosos. Mas eis que chega a roda viva e...1. Chico Buarque, "Corrente" (1976) - nas construções ao gosto de Chico, os versos se encadeavam, se desencadeavam, mudavam de ordem e revelavam o...

Cadê Amarildo?

O cantor e compositor Maurício Tagliari. Foto: divulgação
Antes de cantar os primeiros versos de “Você não entende nada”, em seu disco “Abraçaço – Multishow ao vivo”, de 2013, Caetano Veloso pergunta, para aplausos da plateia: “cadê o Amarildo?”.O ajudante de pedreiro Amarildo Dias de Souza, desaparecido àquele ano, aos 47 de idade, virou símbolo da luta contra o abuso de autoridade, a violência policial, e em...

A Bahia paulista

Solto pelas ruas do centro da cidade na tarde-e-noite do sábado de carnaval, o bloco Tarado ni Você disse e diz muito a respeito de São Paulo. E dos paulistas e paulistanos (nascidos ou adotivos). E do compositor-inspirador do cortejo, Caetano Veloso, um dos mais paulistanos dos baianos que existem.(A passagem do trio elétrico baiano-paulista disse e diz bastante também a...

“Ubuntu”: a entrega e a partilha de Leila Maria

A cantora carioca Leila Maria. Foto: Catarina Ribeiro. Divulgação
A cantora carioca Leila Maria tornou-se conhecida de mais brasileiros após sua participação no global The Voice+, em 2001. Antes, outro feito seu que chamou a atenção foi vencer o Prêmio da Música Brasileira, na categoria melhor álbum em língua estrangeira com seu disco de releituras da cantora norte-americana Billie Holiday (“Leila Maria canta Billie”, de 2012).Cantora experimentada, ela...

Artistas marcam posição e realizam festival plural em São Luís

Tapume no Beco dos Catraieiros, Praia Grande. Foto: Zema Ribeiro
A partir das 16h de hoje (21), na escadaria da Rua do Giz, ao lado do Restaurante do Senac, na Praia Grande, o L Festival ocupa o Centro Histórico de São Luís. Uma festa horizontal, plural, diversa e com lado. Um protesto contra a política de morte – física e simbólica – realizada pelo governo neofascista de Jair Bolsonaro...

O canto de despedida de Alceu Valença para Paulo Rafael

Paulo Rafael e Alceu Valença - foto Antonio Melcop
A trilogia pandêmica de Alceu Valença, só de voz e violão, ganha um quarto volume com o acréscimo da guitarra e da viola de aço de Paulo Rafael, parceiro de mais de quatro décadas que morreu em agosto do ano passado, aos 66 anos, de câncer. Ex-integrante da lendária banda udigrúdi pernambucana Ave Sangria, Paulo simbolizou nessa longa e grande jornada a...

O Som Imaginário está de volta

Criado no início dos anos 1970 para acompanhar o jovem Milton Nascimento, o grupo Som Imaginário virou mito mesmo sem Milton, em três discos seminais de rock progressivo, evoluções instrumentais e rock rural, Som Imaginário (1970), Som Imaginário (1971) e Matança do Porco (1973).Depois de 46 anos, o conjunto se reúne como um quarteto, integrado por Robertinho Silva, Nivaldo Ornelas, Luiz Alves e Wagner Tiso. Não estão mais entre nós alguns dos muitos...