O quarteto de Marcelo Galter. Foto: Julio Constantini/ Divulgação
O quarteto de Marcelo Galter. Foto: Julio Constantini/ Divulgação

Os dedos de Marcelo Galter já emprestaram seus talentos a muita gente boa: do Letieres Leite Quinteto, que integra, a Maria Bethânia, com quem tocou no espetáculo “Claros breus”, passando por Carlinhos Brown, Hermeto Pascoal, Margareth Menezes, Omara Portuondo, Stanley Clarke e Tiganá Santana, entre outros.

Bacia do Cobre. Capa. Reprodução
Bacia do Cobre. Capa. Reprodução

O pianista acaba de disponibilizar nas plataformas de streaming o álbum duplo “Bacia do Cobre” [Rocinante, 2021], sua estreia solo, cujo batismo homenageia a área de proteção ambiental em que cresceu, um dos últimos resquícios de Mata Atlântica na capital baiana.

Solo é modo de dizer: ele está bem acompanhado do irmão mais velho Ldson Galter (contrabaixo) e dos percussionistas Luizinho do Jêje e Reinaldo Boaventura – duas percussões substituindo o lugar que seria da bateria, na formação clássica dos trios de jazz. “Arriscar novas texturas sonoras” é como Marcelo Galter se refere a sua ousada e exitosa experimentação, no material de divulgação distribuído à imprensa.

São sete faixas de delicadeza, a maioria das composições autoral – a exceção é a pouco conhecida “Temporal”, de Dorival Caymmi, a faixa mais longa do disco. “Escrevi o arranjo inspirado no jeito de Dorival tocar violão, que é, por sua vez, muito influenciado pela música de capoeira, de berimbaus”, revela o músico, que ao longo dos quase sete minutos e meio da faixa enxerta citações de outras obras-primas do compositor.

O disco foi gravado ao vivo em estúdio, com o quarteto tocando junto. “Foi incrível ter feito esse disco em plena pandemia. A Rocinante nos deu muita corda: ensaiamos bastante, viajamos com um set up imenso e gravamos tudo ao vivo, o que é raro em estúdio”, entusiasma-se o pianista e compositor.

A capa de “Bacia do Cobre” é arte do pintor baiano Genaro de Carvalho (1926-1971), pioneiro da tapeçaria moderna no Brasil: “Parque de girassóis” (1966) é cartão de visitas/portal de entrada à sonoridade toda especial deste disco de música baiana.

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Ouça “Bacia do Cobre”:

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