Elisa. Capa. Reprodução
Elisa. Capa. Reprodução

Elisa Fernandes acerca-se de poucos instrumentistas para dar seu recado em “Elisa”, seu disco de estreia. Apontada como afilhada de Monarco da Velha Guarda da Portela nas rodas de samba do Rio de Janeiro, onde mora desde criança, seu álbum é uma coleção de baladas, versando sobre o amor.

Com ela estão apenas Mário Wamser (produção, arranjos, violão e bandolim), Federico Puppi (violoncelo) e Gabriel Barreto (bateria) – Matheus Prevot toca violão e canta com ela em “Voltei”, única faixa do disco completamente autoral que Elisa Fernandes não assina sozinha.

Em “Orquestra”, que abre o disco, vê o amor de maneira desprendida: “E agora eu vou crescer/ dar tempo ao tempo, avaliar/ se tive que te perder foi pra poder/ lá na frente ganhar”, diz trecho da letra.

“Eu só queria uma chance de ser/ teu amor e poder no teu corpo morar/ vem para mim, deixa eu te enlouquecer de prazer/ vou provar, você não vai querer voltar”, canta em “Paiol”, tema escancaradamente homoafetivo.

“Eu tinha uma preocupação grande se o trabalho seria apenas mais um disco de MPB falando de amor e se seria ouvido num momento como esse que estamos vivendo. Mas tô falando do meu jeito de amar, que é o jeito de amar de muitas mulheres que amam outras mulheres, e decidi bancar o amor, o amor lésbico, principalmente em tempos de tanto ódio, tanta dor e sofrimento”, escancara a artista.

O álbum é dedicado à sua avó Mimi, dona Maria Emília, 91, responsável por matricular a neta nas primeiras aulas de violão. A preparação vocal é da cantora e compositora carioca Suely Mesquita – parceira de nomes como Chico César, Pedro Luís e Zeca Baleiro.

Em “Outra vez”, que fecha o disco, é precavida: “Outra vez o amor chegou sem dizer/ e me fez apaixonar sem querer/ então, eu pedi ao coração/ pra aguentar um pouco mais/ e deixar eu aprender como é que se faz”. Em oito faixas, Elisa Fernandes desnuda-se e revela-se uma artista promissora.

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Ouça “Elisa”:

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