Regina Duarte
Regina Duarte na peça 'O Leão no Inverno', que captou 682 mil pela Lei Rouanet

Chamada de “desgraça” por Jair Bolsonaro, que anunciou publicamente a intenção de “botar uma trava” nela, a Lei Rouanet é vista (na prática) de maneira bastante diferente pela atual postulante à pasta da Cultura no governo, a atriz Regina Duarte. Para Bolsonaro, o incentivo serviria para os artistas “mamarem nas tetas do governo”.

Por meio de sua produtora, A Vida é Sonho Produções Artísticas, Regina captou cerca de R$ 1,5 milhão entre 1999 e 2002 para suas peças. Uma dessas produções, Pedro e Vanda, um texto de Eduardo Lippincott (com a filha de Regina, a atriz Gabriela Duarte, como protagonista), ainda integra o passivo das prestações de contas em aberto na Secretaria Especial de Cultura (antigo Ministério da Cultura). Segundo o governo, há 18 mil projetos não auditados na comissão da Lei Rouanet, o que levou o secretário recém-demitido, Roberto Alvim, a anunciar uma “comissão da verdade” na análise de prestações de contas.

Em 2002, o espetáculo Honra, com a própria Regina Duarte encabeçando, captou R$ 800 mil reais pela lei de incentivo. Mesmo em seu trabalho atual, Regina Duarte se beneficia do incentivo cultural. Em 2016, a produtora Opalco tentou captar R$ 1,9 milhão para a montagem de A Visita da Velha Senhora, de Friedrich Dürrenmatt, protagonizada por Regina Duarte. O produtor Henrique Benjamin captou R$ 682 mil para a peça O Leão no Inverno, texto de James Goldman com Regina na cabeça do elenco, e que teve estreia em 2018. Antes, A Volta ao Lar, de Harold Pinter, com produção da Carrera Gomlevsky Produções Artísticas, captara R$ 210 mil em 2012.

Em maio do ano passado, Regina Duarte usou uma “cola” para criticar a Lei Rouanet durante entrevista no programa do jornalista Pedro Bial, na Globo. A atriz, ligada às pautas da extrema direita, aceitou um período de “testes” (legalmente, não é possível fazer períodos de experiência na administração pública) no governo Bolsonaro após a queda de Roberto Alvim – plágio de um discurso nazista de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Hitler, revelou inadvertidamente as fundações do seu projeto cultural.

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