no show de lançamento em são paulo do cd “toda cura para todo mal”, do pato fu, fernanda takai parou a balada e a música por alguns segundos, para tocar outro som: advogou a causa das mulheres contra a violência doméstica, mencionou estatísticas assustadoras, citou que morrem mais mulheres disso que de câncer, pediu adesões. foi a parte menos aplaudida do show. mas liga, não, fernanda, que tava todo mundo escutando, até mesmo quem fazia cara de paisagem diante do recado.
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já para os lados da arte propriamente dita, houve a apresentação da mais nova revelação do pop nacional, o adorável astronauta-miniatura flutuante tecnológico com mãos de fernanda takai e voz tipo john ulhoa convertida em desenho animado, em robozinho, em computador, em internet, em mp3, em disco sem jabá, em zé rodrix & “eu quero uma casa no campo”: “busquei felicidade/ encontrei foi maria/ ela, pinga e farinha/ e eu sentindo alegria/ café tá quente no fogo/ barriga não tá vazia/ quanto mais simplicidade/ melhor o nascer do dia”.
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já para os lados da arte propriamente dita, fernanda contou que “uh uh uh, la la la, ié ié!” é inspirada em jackson 5ive. e que “agridoce” é inspirada em roberto & erasmo carlos. e que tem gente que resmunga, “se é para homenagear, por que não gravaram logo uma de roberto & erasmo?”, e que ela mesma se pergunta por que é que a gente faz tantos contornos para chegar aos núcleos dos assuntos, por quê?, “por que vocês não sabem do ‘lixo’ ocidental?”. mas liga, não, fernanda, boba, que “devagar também é pressa” e em 2005 é mais vívido e gostoso a gente manter robertão & erasmão guardados dentro do coração e, “todo dia é dia de viver”, ir se emocionar hoje mesmo ouvindo fernanda cantar os versos agridoces de john que cutucam que “quando acordo cedo/ de uma noite sem sal/ sinto o gosto azedo/ de uma vida doce/ e amarga no final”.
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eu, pelo menos, me emocionei, até chorei.

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