quinta-feira, março 28, 2024

A superlua me traiu

"Meu amor, arrume as malas que vou viajar/ tchau, goodbye pra você/ Nova York, Cuba, Tóquio, pra qualquer lugar/ bem longe de você." Cantados por Joelma na Banda Calypso, esses versos de Beto Caju e Edu Luppa na deliciosa "Tchau pra Você" (2005) sempre soaram intrigantes para mim. Se quem ia embora era ela, Joelma, por que ele, Chimbinha, é que tinha que arrumar as malas? [youtube https://www.youtube.com/watch?v=UDHTq1MixGY] A crise afetiva...

Chão de estrelas

Em alguns lugares, ouvi ou li que esta Virada Cultural foi um fracasso. Pouca gente pela rua, espetáculos esvaziados, problemas de estrutura. Uma grande bobagem. A Virada Cultural de 2015 me lembrou as duas primeiras versões da Virada, em 2005 e 2006. Famílias inteiras pelas ruas, rolezinhos de amigos aos borbotões, arrastões que não chegaram aos dois dígitos, banheiros...

As Vozes do Brasil

Quinta-feira é dia de encontro marcado com "The Voice Brasil", certo? Errado, tremendamente errado. Pelo menos não hoje, não para quem está em São Paulo e muito menos para quem tem vontade de conhecer de perto o que há de mais criativo, inovador e generoso da música brasileira deste início de século. A 3ª edição do Terruá Pará na...

Jaloo: o encontro do tecnobrega com o pop internacional

Jaloo, guarde esse nome. Melhor, pesquise sobre esse artista e comece a ouvi-lo. Ele é um dos nomes mais interessantes da nova safra criativa da música paraense. O DJ e produtor cultural tem se destacado na cena eletrônica brasileira com eletrizantes remixes misturando funk, kuduro, indian beat, carimbó, tecnobrega, pop e outros ritmos. Todos dançantes, todos periféricos. Nascido em Castanhal,...

Quem tem medo de Joelma?

Um repórter que luta contra os próprios preconceitos vai além do maniqueísmo e observa, ao vivo, a realidade bem mais complexa e diversificada de um show da Banda Calypso em SP.       A minha adoração pela música paraense, na qual destaco especialmente ritmos, sonoridades e artistas que vão de Pinduca, Mestre Laurentino e Dona Onete até Gaby Amarantos e Fafá de Belém, também inclui...

Os cyber-índios da Gang do Eletro

O grupo paraense de eletromelody, um dos mais inventivos da nova safra brasileira, estreia na indústria convencional de CDs e tem de driblar regras e limites das velhas gravadoras.   A Gang do Eletro, um dos mais inventivos grupos do tecnobrega (e/ou tecnomelody) paraense, faz sua estreia no mercado convencional de CDs com Gang do Eletro, recém-lançado pela gravadora independente Deck (de...

10 melhores CDs de 2012 (até agora)

Timoteo Timpin Pinto, incansável arqueologista da música brasileira das periferias, divulga suas preferidas deste ano. Entre os escolhidos, Simone & Simaria, ex-Forró do Muído Os dez melhores lançamentos de 2012 (até agora) do Projeto Pardo de Música Super Popular Brasileira (ou BrazPopMusic, pros gringos). Bonde do Maluco - Mais Arrocha [youtube https://www.youtube.com/watch?v=E8HNHdXPBTQ&w=560&h=420] Thiaguinho - Ousadia e Alegria [youtube https://www.youtube.com/watch?v=lk0cKCMGKno&w=560&h=420] Sorriso Maroto - 15 anos [youtube https://www.youtube.com/watch?v=5PHb55r7iLw&w=560&h=315] Banda...

A antropofagia virou música no Pará

A música paraense se encontra consigo mesma e recebe apoio do governo tucano local para divulgar sua diversidade, dos jovens Lia Sophia e Felipe Cordeiro aos Mestres da Guitarrada.   "Não tenho coração pra aguentar isso, gente." É 1o de agosto, noite do aniversário de 34 anos de Gaby Amarantos. A plateia adiante dela canta o "parabéns a você", e não...

Pressão & frisson nos Brasis

Dos discos que têm me interessado, falo do que mais me emociona. Aquele que me pegou pelo ouvido, pelo quadril, pelo coração. Um dos álbuns brasileiros mais aguardados dos últimos tempos: Treme, de Gaby Amarantos. Nem vou citar o fato dele ter tido por trás de si um marketing ímpar ou de que, há um ano, talvez, seria impensável todo...

A índia negra branca do Pará (*)

A cantora e compositora Gaby Amarantos, um dos simbolos do tecnobrega paraense, assimilou o pop estrangeiro e hoje reafirma as múltiplas identidades da Amazônia brasileira.       O nome dela é Gaby Amarantos. Nasceu há 31 anos, dentro de uma família de sambistas. “Minha família tem uma escola de samba, a Coração Jurunense. Meus tios tinham um grupo tradicional de samba, Seja...