Zé Ramalho completa 70 anos e lança
Zé Ramalho completa 70 anos e lança "Cine Show Madureira"

Com 70 anos completos no último dia 3, o paraibano Zé Ramalho dá prosseguimento a um projeto de resgate de memória com Cine Show Madureira (1979), editado em CD por seu selo Avôhai, em parceria com o Discobertas de Marcelo Fróes. O álbum se segue a Atlântida (2017), que recuperava um show de 1974, quatro anos antes de o cantor, compositor e instrumentista tornar-se sucesso nacional. Cine Show Madureira flagra Zé em seu primeiro auge, à época do lançamento do segundo álbum solo, A Peleja do Diabo com o Dono do Céu (1979).

Estão no repertório de 40 anos atrás folks nordestinos importantes daquele disco, como “A Peleja do Diabo com o Dono do Céu”, “Beira-Mar”, “Falas do Povo”,  “Agônico”… E, acima de todas, há “Admirável Gado Novo”, que reagrupa significados antigos e acrescenta outros novos em tempos de gado bolsonariano, em versos como “ê, ê, ô, vida de gado/ povo marcado, ê/ povo feliz”. A lista de reinterpretações vivas das próprias canções ainda em flor se completa por clássicos do LP solo de estreia, Zé Ramalho (1978), como “Chão de Giz”, “Noite Preta” e a psicodélica “Dança das Borboletas” (uma parceria com o pernambucano Alceu Valença). Gravada em 1979 pela cearense Amelinha, então esposa do artista, “Galope Rasante” aparece em versão autoral dois anos antes da primeira gravação por Zé Ramalho, no álbum A Terceira Lâmina.

O momento ímpar, que já constava no anterior Atlântida, é “Quanto É Grande o Autor da Natureza”, de Zé Vicente da Paraíba, Passarinho do Norte e Bráulio Tavares. “Mais sanfona!”, grita Zé Ramalho conforme o som do instrumento cresce e toma conta do repente nordestino. A história da música brasileira agradece.

Capa de "Cine Show Madureira (1979)", de Zé Ramalho
Capa de “Cine Show Madureira (1979)”, de Zé Ramalho
Cine Show Madureira (1979)De Zé Ramalho. Avôhai/Discobertas, 2019.
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