o show foi sobrenatural.
três músicas me revestiram a alma de uma sensação de indestrutibilidade que deve durar algum tempo ainda.
simple twist of fate, do disco blood on the tracks, de 1975.
obviamente, all along the watchtower, a última, de dylan, mas da qual hendrix se apropriou definitivamente.

e it ain`t me babe, do disco another side of bob dylan, de 1964.
duas guitarras, violão e contrabaixo acústico. que música linda, que pegada brutal dos capangas de bobby zimmerman.

“você diz que está procurando por alguém
que vá prometer nunca partir,
alguém que vá fechar os olhos por você,
alguém que vá fechar o próprio coração,
alguém que vá morrer por você e tudo o mais,
mas esse não sou eu, garota.
não, não, não, não sou eu, garota,
não sou eu que você está procurando, garota”

claro, like a rolling stone , como de hábito, parecia um coral venusiano descendo nos meus ouvidos.
os seguranças estavam em polvorosa, não queriam fotos de jeito nenhum.
ainda assim, nana fez uma.
foi essa aí de cima.
por causa dela, foi levada pelos seguranças, mas ela mocozou a foto e só acharam fotografias de jabuticabas, tiveram de deixar ela ir.

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

9 COMENTÁRIOS

  1. Olá, Jotabê! Li seu texto no Estadão, sobre o encontro inusitado com o velho bardo.

    Só posso dizer que lhe invejo, com todo fervor. hehehe

    Belo texto, grande momento pra guardar ne lembrança:

    ‎"Eu me peguei mentindo para Bob Dylan, minha alma estava ficando atormentada, ele era o primeiro ídolo e será o último."

    Meu caro jotabê, you´re a liar! 🙂

    Antes que eu me esqueça: caso você permita, gostaria de publicar, com os devidos créditos, o texto e as fotos históricas, no Blog Dylan: http://blogbobdylan.blogspot.com.br/

    Aguardo retorno seu. Obrigado!

  2. Moçada, muito bom receber vcs por aqui!
    Confesso que ainda estou meio abalado, não esperava por essa.
    Uma vez eu carreguei um fogão nas costas pelas ruas de Curitiba, meu único bem material (tava mudando de mocó), e no forno tinha uma K7 do Dylan, meu único disco.
    Então, vcs podem imaginar o impacto desse encontro…

  3. Jotabê, aguardo tua autorização p/ publicar a matéria do encontro c/ o Bob, no Blog Dylan, com os devidos créditos, obviamente.

    Aliás, é o tipo da matéria que depois, quando alguém do staff mostra e traduz pro Dylan, ele caladinho dá só aquele sorrisinho bem peculiar de satisfação: -"não, não era um fucking paparazzo". 🙂

  4. Caro SPA, tá liberada a publicação, nem precisava pedir.

    Eu sinceramente espero q o Dylan me perdoe por essa (se é que ele se importa com isso). Não foi por idolatria, não foi por dinheiro, não foi por prestígio. Foi porque a história é tão boa que seria um crime não contá-la para o resto da humanidade.
    Eu sempre acreditei que as histórias são maiores que a gente.

  5. Jotabê, vou fazer 50 em setembro, desde os 13 ouço e amo o Bob, together through life…o show em Brasília foi demais, estava no gargarejo, o Bob ali, nunca estive tão perto, nem mo Morumbi, no Olímpia, no Funchal…simple twist of fade, sobrenatural, que arranjo cara!!! o bob etava super bem, ganhamos um bis, e um beijo dylanesco…você é um bem aventurado, god bless you…e ao Bob também, claro! Nádia

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