1. Arnaldo Antunes, “Invejoso” (2009): “Quando chega em casa e liga a TV/ vê tanta gente mais feliz do que você”, “queria um palácio suntuoso/ mas acabou no fundo desse poço”. Pelo Iê Iê Iê do ex-titã, parece que pobre é que tem inveja de rico, e pronto.

2. Demetrius, “Inveja” (1967): “Caim matou Abel/ inveja, inveja”, “sou legal e dizem que eu não presto/ inveja, inveja”. canta o ídolo pré-iê-iê-iê, repleto de bom-mocismo.

3. Cauby Peixoto, “Inveja” (1959): “Eu não tenho inveja de ninguém/ nem ambiciono o que os outros têm”. Mais transparente que seus sucessores, o professor diz que não, querendo dizer que sim.

4. Bezerra da Silva, “Bruta Inveja” (1976): “Adão foi morto, meu amigo, pela bruta inveja de Caim/ mas eu tenho fé em Deus que a inveja dessa gente não pode matar a mim”. De Bezerra quando era rei do coco, antes de virar ás do samba. (Não entendo nada de Bíblia, mas foi Adão mesmo que Caim matou?…)

5. Zeca Pagodinho, “Cuidado com a Inveja” (1988): “A raiva só faz mal pra quem tá com raiva/ e o teu olho-grande pode te cegar”. O futuro garoto-propaganda de cervejaria, em clave politicamente correta.

6. Ultraje a Rigor, “Cïúme” (1985): “Eu quero levar uma vida moderninha/ deixar minha menininha sair sozinha/ mas eu me mordo de ciúme”. Roger Moreira até tentava não ser misógino… Se conseguia, são outros 500.

7. Caetano Veloso, “O Ciúme””(1987): “O ciúme lançou sua flecha preta/ e acertou no meio exato da garganta”. A solidão agreste de nosso “jealous guy”.

8. Deny & Dino, “O Ciúme” (1967): “Se há ciúmes é porque existe amor/ muito ciúmes também pode causar dor/ (…) por que fazer da paz revolução?”. O iê-iê-iê de onde Caetano chupou a introdução de “Alegria, Alegria”.

9. Numismata, “Ciúme” (2003): “Quando eu me sinto assim sei que erro/ não me desculpo, aqui me revelo”. Ciúme samba-roqueiro com auxílio luxuoso sampleado de Jards Macalé.

10. Itamar Assumpção, “Ciúme Doentio” (2010): “Basta você me dizer/ ‘amor, eu vou até o mercado ali na esquina’/ pra eu começar sofrer/ como se o mercado fosse lá na China”. Póstumo, o nego dito que já havia cantado “Ciúme do Perfume” (1994) confessa-se ciumento incorrigível.

11. Raça Negra, “Ciúme de Você” (1993): “Se você põe aquele seu vestido lindo/ e alguém olha pra você/ eu digo que já não gosto dele/ que você não vê que ele está ficando demodée/ mas é ciúme, ciúme de você”. Jovem guarda dos pretos (na definição de Leandro Lehart), o Raça refaz o hino ciumento barra-pesada de Roberto Carlos, um iê-iê-iê soul de 1968. Tudo em casa: a canção era do mais tarde sambista Luiz Ayrão.

12. Núbia Lafayette, “Fado do Ciúme” (1963): “Volta para o meu lado/ pois já está perdoado”. Fossa chiquérrima de Núbia, na mais dolorida tradição portuguesa.

13. Golden Boys, “Erva Venenosa (Poison Ivy)” (1965): “Alegria alheia incomoda”. Versão de rock de Jerry Leiber e Mike Stoller, a crônica da “erva” invejosa-ciumenta foi retomada em 1982 pelo Herva Doce e em 2000 por Rita Lee. Sempre com grande sucesso. O que deve significar alguma coisa (a respeito dos espectadores “coitados”, mas também dos artistas “iluminados”).

 

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3 COMENTÁRIOS

  1. Porra, o Roger tentava não ser misógino? Ah, vá pra putaqueopariu com essa patetice politicamente correta. Vc é da patrulha vermelhinha né? Arranja uma cueca pra costurar aí, meu chapa.

  2. Seus lindos!!!
    Eu corro de ciúme e inveja… Odeio gente ciumenta e invejosa…claro que meu analista já entendeu que eu sofro desses males todos, né?? hsuahhsua

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